Pesquisa revela novos segredos sobre o mistério de Stonehenge
Alvo de muitas teorias da conspiração sobre a sua veracidade – incluindo algumas que o ligariam a extraterrestres -, o monumento de Stonehenge permanece como um dos maiores mistérios da Antiguidade. Composto por pedras de 50 toneladas, dispostas em círculo na planície de Salisbury, sudoeste da Inglaterra, Stonehenge ganhou um novo capítulo na busca por sua origem.
Os arqueólogos já sabem que pessoas foram enterradas lá. Também sabem que as pedras apresentam um alinhamento astronômico relacionado ao solstício de verão. O que eles não sabiam e descobriram com o novo estudo é que 15 monumentos do neolítico – entre eles poços, calhas, tinas e tumbas – podem estar enterrados embaixo do círculo de pedras empilhadas e nas proximidades do local. A pesquisa faz parte do “The Stonehenge Hidden Landscape Project” (ou Stonehenge: Projeto Paisagem Oculta).
O nascer do sol sobre Stonehenge na manhã do solstício de verão (Foto: Wikimedia Commons)
O estudo foi realizado a partir do uso de várias técnicas, entre elas um radar de penetração no solo e escaneamento a laser 3D. Com isso, foi possível criar um mapa do subsolo altamente detalhado de toda a área. Essa tecnologia é muito menos destrutiva do que as técnicas tradicionais, que usam escavação exploratória.
O grande problema é que os arqueólogos não conseguem chegar a muitas conclusões sem de fato perfurar o local. O pesquisador Vince Gaffney disse a Smithsonian, instituto que divulgou o artigo científico sobre as descobertas, que “até você cavar buracos, você simplesmente não sabe o que tem”. E completou, sobre os riscos que a pesquisa envolve: “Esta é uma das paisagens mais importantes, e provavelmente a mais estudada no mundo. E a área tem sido transformada completamente por esta pesquisa. Não vai ser a mesma de novo”.
– Confira 15 enigmas arqueológicos que podem mudar os rumos da história da humanidade
Mistério envolvendo a origem de Stonehenge ainda permanecerá oculto por mais algum tempo… (Foto: Thinkstock)
Passado misterioso
Há seis fases conhecidas de construção do local, estimadas entre 3000 a.C. e 1520 a.C. – a primeira ainda usava estacas de madeira e a última deixou o legado que conhecemos. Para isso, acredita-se que as pedras de até 50 toneladas tenham sido levadas por uma distância de 30 km (alguns geólogos, porém, defendem que elas estavam mais próximas). Entre os séculos 17 e 18, ele foi considerado um templo druida, ideia superada, assim como a de que ajudaria a prever eclipses. O lugar já foi considerado também ponto de encontro das tribos da região (que tem registros humanos há pelo menos 10 mil anos). Mas a hipótese mais aceita hoje é a mais antiga – a de que servia para homenagear os mortos.
Esqueletos na região
Pesquisadores debatem a respeito de sua origem exata, sua função e até suas dimensões. Como nunca se acharam vestígios de seus criadores, não se sabe quando, nem quem o ergueu. Em 2004, durante obras de uma estrada, a 5 quilômetros do monumento, operários toparam com sete esqueletos de 2300 a.C. – época em que os celtas ocupavam a região. Cientistas fizeram testes químicos no esmalte dos dentes dos esqueletos. O resultado mostrou que eles viveram na mesma área de onde, acredita-se, foram transportadas as pedras. Foi possível chegar a essa conclusão porque os testes analisaram os isótopos de estrôncio nas ossadas e verificaram que o grupo cresceu em um lugar onde as rochas eram bastante radiogênicas. Essa é uma das características da região de Gales, de onde vieram as pedras azuis de Stonehenge, segundo especialistas britânicos.
Estudante cita “Orgulho e Preconceito” e tira mil na redação do Enem
O IBGE errou no mapa-múndi? Entenda o que determina o centro do mundo
4 filmes indicados por uma professora de História
“Macete” ou “massete”: qual é o certo?
O problema simples da matemática que pode não ter solução
