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Problema das pulseiras é a mercantilização do sexo, diz psicólogo

Moda foi popularizada na Inglaterra e tomou conta do ambiente escolar brasileiro

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h35 - Publicado em 9 mar 2010, 15h14

por Fábio Brandt

Revistas voltadas ao público adolescente advertiram: as pulseirinhas que tomaram a cena escolar brasileira vieram da Inglaterra e representam um jogo com conotação sexual (em que cada pulseira arrebentada corresponde a uma prenda, variável de abraço a relação sexual, de acordo com sua cor). Mas antes de a explicação ser dada, a moçada já curtia os novos utensílios em algumas escolas brasileiras.

É o caso da Etec de Osasco, na grande São Paulo. “No começo meus amigos usaram e eu também. Mas o professor de artes levou uma matéria que pegou na internet e explicou o significado [das pulseiras]. Aí todos pararam de usar”, conta Artur do Prado Ferraz de Oliveira, de 17 anos. Ele cursa a segunda série do Ensino Médio na Etec de Osasco e ganhou as pulseirinhas das colegas. “Nem cheguei a comprar”, acrescenta.

Nem todas as salas de aula do país, no entanto, tiveram um debate como a de Artur. Para Breno, de 11 anos, quem apresentou a questão foi seu pai, o webmaster Bruno Xavier, de 28 anos. “Você não pode banalizar o sexo desse jeito para uma criança de 11 anos. A partir do momento em que ele sabe o que significa, não posso deixar usar. Mas ele só estava usando porque todo mundo na escola estava e, quando soube o que era, resolveu tirar”, relata Bruno.

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Os pequenos Davi e Dante, de 5 e 3 anos de idade, também deixaram as pulseiras de lado por iniciativa da mãe, a arquiteta Adriana Meneghello, de 37 anos. “Eles não entendem, mas os mais velhos entendem. Eles ganharam a pulseirinha na natação, de um amiguinho. Uns dois dias depois li o que elas significavam e tive que chegar em casa à noite e mandar eles tirarem. Não acho que corriam perigo, mas é pelo fato de as pessoas olharem e falarem ‘os pais não sabem’. É mais por mim”, explica Adriana.

RECOMENDAÇÃO
A polêmica das pulseiras extrapolou diálogos entre pais, professores e alunos e chegou ao executivo de alguns municípios. Em Navegantes (SC), por exemplo, um projeto de lei que proíbe o uso dos acessórios nas escolas municipais foi aprovado em 2 de março e o prefeito de Itajaí, também em Santa Catarina, pensa em adotar a mesma medida.

ENQUETE: Escolas devem proibir o uso das pulseiras do sexo?

“Proibir não adianta de nada. O problema é o marketing que estão querendo fazer com elas [as pulseiras]”, diz o psicólogo Cláudio Picazio, especialista em sexualidade humana. Para ele, o maior problema da nova moda não está no uso dos acessórios, mas na mercantilização do sexo. “O problema é mais embaixo. Tem que discutir por que é bacana, por que vale mais quem faz mais sexo. Por que é assim? O que é essa coisa da quantidade?”, sugere o psicólogo.

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Picazio destaca ainda que proibir as pulseiras não resolve o problema, porque no futuro pode aparecer outro apetrecho com a mesma conotação. Mais eficiente é debater sexualidade com os jovens para compreender que "o prazer sexual é gostoso, mas não é tudo isso. Fome de sexo se mata com sexo. A de amizade, com amizade. E a de amor, com amor”, sem misturar as coisas, conclui o especialista.

FÓRUM

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