A partir da década de 1990, os problemas ambientais ganham atenção mundial, intensifica-se o movimento ecologista e começa-se a dar atenção especial ao que a ação humana pode causar ao meio ambiente.
RIO 92, AGENDA 21 E RIO +10
Em 1992, ocorreu o primeiro grande evento organizado para debater formas de reduzir a devastação ambiental: a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (apelidada ECO 92), com sede no Rio de Janeiro.
Na ECO 92 estabeleceram-se:
– o conceito de desenvolvimento sustentável (um desenvolvimento capaz de atender às demandas atuais sem comprometer a capacidade de atender as necessidades futuras).
– a ideia de que os países desenvolvidos são os principais responsáveis pela poluição mundial e de que os países em desenvolvimento não detêm recursos e tecnologias para financiar a preservação ambiental e devem receber ajuda financeira e tecnológica para isso.
No final da Conferência, foi elaborada a Agenda 21, documento que estabeleceu parâmetros para o desenvolvimento sustentável. Ele continha a ideia de adequar eficiência econômica à proteção ambiental e à justiça social.
Em 2002, a cidade sul-africana de Joanesburgo recebeu a conferência Rio +10. Nela, pretendia-se verificar os avanços obtidos em 20 anos pelos países participantes da ECO 92 e rever os objetivos estabelecidos. Porém, o total direcionamento da conferência para debates de cunho social resultou em poucos resultados práticos. Suas principais conquistas foram: a rediscussão da Agenda 21, a busca por colocá-la em prática e a criação da ideia de responsabilidade ambiental por parte dos cidadãos.
PROTOCOLO DE KYOTO E COPENHAGEN
Tratado internacional para redução dos gases de efeito estufa, o protocolo de Kyoto visa diminuir as emissões de CO2 para patamares próximos aos das emissões de 1990. Seu principal obstáculo é a não adesão dos EUA, que consideram a relação entre aquecimento global e atividades humanas não comprovadas e alegam que cumprir as metas do acordo prejudicaria sua economia.
Em dezembro de 2009 ocorreu o Encontro de Copenhagen, na Dinamarca. O objetivo era que os países firmassem um acordo substituto ao Tratado de Kyoto e que pudesse deter, de forma prática, as emissões de carbono e o aquecimento global. A reunião, no entanto, não teve o desfecho esperado, por conta do impasse criado pelas divergências entre países em desenvolvimento e desenvolvidos.
Os industrializados esperam que os em desenvolvimento assinem o acordo, mas estes consideram que cumprir as metas de redução de emissões vai desacelerar suas economias e querem compensações financeiras por parte dos desenvolvidos. Além disso, os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) alegam que os principais emissores de CO2 são os industrializados, devendo eles se comprometerem com a diminuição das emissões.
PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS
Poluição urbana: fábricas, automóveis, indústrias e residências são fontes de gases e resíduos poluentes. Fenômeno importante a ser estudado é a "inversão térmica", que ocorre quando as camadas da atmosfera se invertem, ficando as mais frias próximas ao solo e as mais quentes elevadas, dificultando a circulação de ar e concentrando poluição. Outro ponto importante são as "ilhas de calor", que ocorrem quando o centro da cidade, por ter muito concreto e prédios, torna-se mais quente que as áreas ao redor.
Poluição das águas: grande quantidade de lixo, derramamentos de combustíveis e tráfego de navios poluem as águas marinhas. Agrotóxicos e fertilizantes poluem o campo. Na cidade, a água é muito desperdiçada e ainda sofre com diversos tipos de poluição gerados pela atividade industrial.
Aquecimento global: é o problema ambiental global mais discutido. Consiste no aumento gradual da temperatura da Terra, mas a ideia de que a ação humana é responsável por ele não é inteiramente aceita. Ressalta-se que a degradação ambiental não se restringe ao aquecimento do globo.
Desmatamento: grande emissor de CO2, responsável pela perda da biodiversidade e pela devastação da Mata Atlântica e das Araucárias. Ocorre, por exemplo, com a constituição de cidades, grandes poluidoras dos rios e do ar que avançam sobre mananciais (reduzindo a quantidade de água potável disponível) e sobre áreas remanescentes de vegetação. É crescente também o processo de desertificação por conta da pecuária sobre regiões fragilizadas.
COMO PODE CAIR NO VESTIBULAR?
Após o fim do governo de George W. Bush, que se negou a ratificar qualquer tratado ambiental, a ascensão de Barack Obama à presidência dos EUA gera expectativas de mudança na política ambiental do país.
Outro ponto importante é o rápido crescimento das cidades nos países em desenvolvimento, chamando atenção para problemas como ilhas de calor e inversão térmica. Merecem destaque ainda as relações entre desastres ambientais e perdas econômicas, como as perdas ocasionadas por enchentes, secas, tornados e outras catástrofes.
COMO JÁ CAIU NO VESTIBULAR?
(UESPI) Na Geografia Econômica vem sendo empregada, com certa freqüência, a expressão "Desenvolvimento Sustentável".
Com relação a esse tema, assinale a única alternativa incorreta. O Desenvolvimento Sustentável:
a) é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atender às necessidades de gerações futuras.
b) para ser alcançado, necessita de um planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são infinitos, mas a população cresce em progressão geométrica.
c) propõe qualidade em vez de quantidade, pela redução de matérias-primas e de produtos e pela defesa da reutilização e da reciclagem.
d) busca conciliar desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, também, promover o fim da pobreza.
e) objetiva a satisfação das necessidades básicas da população e a solidariedade para com as gerações futuras.
(UFSCar) O processo de desertificação de uma área consiste em uma diminuição progressiva nos índices de umidade e no empobrecimento dos solos arenosos, que se tornam inviáveis para a agricultura. A esse respeito, analise as seguintes afirmativas:
I. O uso inadequado do solo, os desmatamentos, as sucessivas queimadas, monocultura e sobrepastoreio são atividades que ocasionam a desertificação.
II. No Brasil, o processo de desertificação vem ocorrendo basicamente em certas áreas do Nordeste e do Rio Grande do Sul.
III. O abandono de uma área agrícola, que fica vários anos sem ser cultivada, inicia o processo de desertificação.
IV. O processo de desertificação de uma área não se explica por mudanças locais e sim pelo aquecimento global da atmosfera da Terra.
São corretas as seguintes afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) I e IV.
GABARITO
(UESPI) Resposta correta: B
(UFSCar) Resposta correta: A