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Professores já são remunerados pelo trabalho tecnológico, diz diretora de colégio

Esther Carvalho, diretora do Rio Branco, de São Paulo, comenta a reivindicação dos professores da rede privada para ganhar a mais ao trabalharem fora da sala de aula

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h38 - Publicado em 11 fev 2010, 15h23

por Fábio Brandt

Professores da rede privada de Ensino Fundamental e Superior do Estado de São Paulo exigem que seus empregadores paguem pelo trabalho que realizam fora da sala de aula – como a atualização de plataformas de estudo on-line e a participação em chats e plantões virtuais com os alunos. "Antes trabalhavam com caderno, agora com Power Point", afirma Esther Carvalho, diretora do Colégio Rio Branco, tradicional escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental de São Paulo. Ela defende que os professores já ganham pelo trabalho com tecnologia extraclasse. Leia a entrevista a seguir:

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Esther Carvalho: Estamos incorporando a tecnologia ao nosso trabalho. Entendemos que esse é o universo do aluno. Criamos infraestrutura para que o professor tenha à disposição todos os recursos em sala de aula, como projetores. Também demos formação aos professores, porque o uso dessas tecnologias não faz parte da formação que eles tiveram. No período de planejamento deste ano, oferecemos oficinas de tecnologia com vários conteúdos, sobre, por exemplo, como usar softwares para edição de vídeo e o Moodle [espécie de site de compartilhamento de arquivos restrito aos professores e alunos da escola]. Falamos sobre o que é um blog, o que é Twitter. São recursos que podem ser incorporados ao trabalho.

GUIA: Os professores foram obrigados a participar das oficinas?

E.C.:
Não. Eram oficinas opcionais. Quem se inscrevia podia acrescentar desenvolvimento profissional. Antigamente, preparava-se aula no caderno. Hoje é ambiente Moodle. Tem professores que têm sites com questões de vestibular e conteúdo para os alunos, por livre iniciativa.

GUIA: A Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo) reclama que esse trabalho extraclasse não é remunerado.

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E.C.: Existem profissionais e profissionais. Hoje existe um percentual para a “hora-atvidade”, que é 5% do salário e paga o preparo de aulas, das provas. Ou seja, coisas que se pressupõe que ele [o professor] faça em sua casa ou em outros momentos. Antes de a tecnologia ser usada, a hora-atividade já estava incorporada no salário. Ao invés de trabalharem com caderno, agora é Power Point. Qual a diferença? Eles já são remunerados. Eles estão se atualizando, incorporando novidades ao trabalho. Não consigo ver por que ele precise ser remunerado [a mais].

GUIA: Como o Rio Branco usa o Moodle?

E.C.: A gente não trabalha com atendimento on-line. No Moodle existem esses espaços, mas não necessariamente o professor os utiliza. O que ele faz é depositar as apresentações usadas em sala.

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GUIA: O colégio tem funcionários para auxiliar os professores no uso dessas tecnologias?

E.C.:
Eu espero que o professor tenha competência para usá-las. Mesmo assim, tem profissionais para dar apoio. Se eu puder ajudar [o professor], eu ajudo. Mas espero que ele aprenda. É uma competência importante. Tem professores brilhantes, que fazem e sempre fizeram muito bem seu trabalho, com ou sem tecnologia. Agora, tem outros com um olhar um pouco mais resistente. Qual a profissão que não usa tecnologia hoje?

GUIA: Vocês já demitiram um professor por ele não ter se adequado ao uso da informática?

E.C.: A não permanência de um profissional envolve um conjunto de coisas. Dentro dessa profissão, quem não se atualiza, não incorpora tecnologia ao seu olhar, não está no seu tempo. Mas não é só isso. Queremos que saiba usar e use bem, para que a tecnologia realmente traga formas inovadoras de ensinar e aprender. Estamos dando condição de os professores se desenvolverem profissionalmente, aprenderem a usar as tecnologias. Ninguém vai ser desligado por não trabalhar com tecnologia, há uma série de fatores. Essa discussão sobre a hora-atividade é muito boa. Como saber se um professor deve ganhar mais ou se ele está apenas dando uma boa aula para os tempos de hoje? Se ele vai dar um curso à distância, se tem que interagir com alunos por x horas, daí é outra coisa. Não é simples de saber o que é uma boa aula bem preparada.

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FÓRUM

– Professores da rede privada querem aumento por uso de tecnologia

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Esther Carvalho, diretora do Rio Branco, de São Paulo, comenta a reivindicação dos professores da rede privada para ganhar a mais ao trabalharem fora da sala de aula

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