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Quem foram Rômulo e Remo, que inspiraram os nomes dos lobos-terríveis recriados?

Filhotes de espécie extinta foram trazidos "de volta à vida" carregando nome mitológicos – e tem até uma irmã mais nova que tem tudo a ver com Game of Thrones

Por Luccas Diaz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
9 abr 2025, 19h00
Os lobos-terríveis recriados Rômulo e Remo
 (Colossal Biosciences/Divulgação)
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Imagine um mundo onde criaturas extintas há milhares de anos voltam a caminhar sobre a Terra, desafiando os limites do tempo e da ciência. Não, não estamos contando a sinopse do filme “Jurassic Park”. A história aqui é digna de ficção científica, mas virou (quase) real. Colossal Biosciences, uma empresa americana de biotecnologia e engenharia genética, anunciou no início desta semana o nascimento de três filhotes semelhantes ao lobo-terrível, uma espécie considerada extinta há cerca de 10 mil anos. Batizados de Rômulo, Remo e Khaleesi, os animais não apenas carregam o peso de um avanço científico, mas também uma mitologia muito simbólica no nome.

Enquanto a filhote fêmea, Khaleesi, foi nomeada em homenagem à personagem de George R. R. Martin, os outros dois irmãos machos receberam os nomes dos lendários fundadores de Roma: Rômulo e Remo.

A lenda é uma das mais famosas da mitologia romana, repleta de traições, sobrevivência e forças do destino. Na narrativa, os gêmeos, ainda bebês, foram salvos da morte por uma loba, que os amamentou e os protegeu como filhos. E assim como na mitologia, os lobos-terríveis recriados pela ciência em 2025 também são um símbolo de renascimento. Só que agora são os humanos que cuidarão dos lobos!

Conheça um pouco mais sobre os lobos-terríveis e a lenda de Rômulo e Remo.

O que são lobos-terríveis?

Esqueleto de lobo cinzento (à esquerda) comparado com o esqueleto de um lobo terrível
À esquerda, o esqueleto de um lobo-cinzento. À direita, o de um lobo-terrível (Wikipédia/Reprodução)

Os lobos-terríveis (Aenocyon dirus) foram uma espécie de lobo das Américas durante o período do Pleistoceno Superior e o Holoceno Inicial (entre 125 mil e 10 mil anos atrás). Embora semelhantes aos lobos-cinzentos modernos (Canis lupus), eram maiores e mais robustos, com mandíbulas adaptadas para caçar animais maiores, como mastodontes, bisões antigos e cavalos pré-históricos. A espécie desapareceu há cerca de 10 mil anos devido à extinção de suas presas e mudanças climáticas.

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Para trazer os animais “de volta à vida”, a Colossal Biosciences utilizou técnicas de edição genética para recriar as principais características do lobo-terrível. O DNA foi extraído de fósseis da espécie datados entre 13 mil e 72 mil anos e comparado ao genoma do lobo-cinzento, seu parente vivo mais próximo. Foram realizadas edições em 14 genes do lobo-cinzento para replicar traços físicos do Aenocyon dirus, como maior tamanho corporal, crânio mais largo e dentes mais fortes.

Os embriões geneticamente modificados, então, foram implantados em cadelas que atuaram como mães de aluguel. O resultado foi o nascimento dos filhotes Rômulo, Remo e Khaleesi.

Apesar da jornada impressionante da ciência, especialistas esclarecem que os animais não são geneticamente idênticos aos lobos-terríveis originais, mas sim híbridos com traços e semelhanças com a espécie extinta.

A lenda de Rômulo e Remo

Lupa Capitolina: loba com Rômulo e Remo. Obra medieval que imita um original etrusco
(Wikimedia Commons/Reprodução)
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Na mitologia romana, Rômulo e Remo eram irmãos gêmeos com um destino épico desde o nascimento. Filhos do deus Marte (Ares, na mitologia grega) e da humana Reia Sílvia, princesa de Alba Longa, a história deles começa com uma traição. Amúlio, seu tio, traiu a confiança da família e usurpou o trono do seu irmão Numitor, pai de Reia. Em nome de evitar que a sobrinha gerasse herdeiros, ele ordenou que a jovem se tornasse uma sacerdotista, forçando-lhe a castidade.

Certo dia, porém, Reia foi seduzida por Marte, o deus da guerra, da agricultura e, futuramente, de Roma. A mortal engravidou e deu à luz aos gêmeos Rômulo e Remo. Ao saber do nascimento, Amúlio ordenou que os bebês fossem jogados em um cesto no rio Tibre, para morrerem afogados, e que Reia fosse presa.

Contra todas as probabilidades, os gêmeos sobreviveram. Foram salvos por uma loba – ou lupa, como é chamada na tradição romana – que os encontrou nas margens do curso d’água. A loba não apenas os esquentou e os protegeu como também os amamentou até serem encontrados por Fáustulo, um pastor humilde. Ao lado de sua esposa, Aca Larência, o pastor criou os meninos como se fossem seus próprios filhos.

Já adultos, Rômulo e Remo descobriram sua origem nobre e decidiram se vingar do tio-avô Amúlio. Juntos, derrotaram o usurpador, libertaram a mãe e devolveram o trono ao avô Numitor. Mas a ambição dos dois jovens não parou por aí: os irmãos decidiram fundar uma nova cidade às margens do Tibre, onde foram abandonados.

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As divergências sobre o local exato da fundação, no entanto, levaram a uma briga entre os irmãos. Rômulo queria batizar a cidade de Roma e fundá-la no Palatino, enquanto Remo desejava dar o nome de Remora e fundá-la sobre o Aventino. A discussão escalou para a violência, e Rômulo matou o irmão Remo.

Rômulo, assim, fundou Roma em 753 a.C., reinando por 38 anos, até a sua morte em 716 a.C. Em algumas versões, depois de morto, ele foi deificado em Quirino, o deus do Estado romano.

A imagem da loba cuidando dos gêmeos é hoje um símbolo da fundação da cidade.

E a Khaleesi?

Os irmãos Rhaegar, Viserys e Daenerys Targaryen, da série Game of Thrones
(Khaleesiworld via Pinterest/Reprodução)
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Entre os três lobos-terríveis recriados pela Colossal Biosciences, Khaleesi é a única que tem um nome ligado à cultura pop. O nome é inspirado na personagem Daenerys Targaryen, de “Game of Thrones”, que recebe o título de Khaleesi após seu casamento com Khal Drogo, líder dos Dothraki. Além disso, na narrativa, os lobos-terríveis são o símbolo da Casa Stark, com os mais jovens da família sempre tendo um destes animais para proteção.

Na língua fictícia criada por George R. R. Martin, khaleesi significa “rainha”, e ao longo da série, Daenerys personifica força, liderança e determinação. Assim como a lobo-terrível mais nova da Colossal Biosciences, Daenerys também era a caçula, tinha dois irmãos e vinha de uma família extinta.

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