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Rotina de estudos: 11 dicas para criar (e manter!) a sua

Independente de qual seja o seu objetivo com os estudos, essas dicas devem te ajudar a atingi-lo mais facilmente

Por Redação do Guia do Estudante
21 jan 2021, 19h02
estudo
 (Dean Mitchell/iStock)
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Este texto foi originalmente publicado no portal Estudar Fora, da Fundação Estudar, parceira do GUIA DO ESTUDANTE. 

Talvez você queira ir bem numa prova. Talvez você queira melhorar suas notas de maneira geral. Ou talvez você só queira se aprofundar num assunto que te interessa. Em todos esses casos, criar uma rotina de estudos é importante! Manter esse hábito pode ajudar em diversas situações — além de ser uma fonte de satisfação por si mesmo. E, a seguir, vamos te ajudar a estebelecer essa rotina!

Por que é importante?

Segundo o pedagogo Brunno Felype Simões Costa, ter uma rotina de estudos “é fundamenta, porque faz com que o conhecimento esteja presente na vida de maneira natural e corriqueira”. Na visão dele, isso é melhor do que só estudar nas vésperas das provas, por exemplo, o que “torna o conhecimento um castigo, um encontro esporádico com algo indesejado”.

E na experiência do estudante Murilo Calegari, de 19 anos, também é algo que dá bons resultados. Murilo atualmente é aluno do curso de ciência de dados da Fundação Getúlio Vargas, mas ainda espera os resultados de universidades estrangeiras (como HarvardStanford e Columbia) às quais se candidatou. E foram belas candidaturas, já que sua rotina de estudos lhe rendeu uma nota de 1560 pontos no SAT (de 1600 pontos possíveis).

“Sempre tratei a escola com muito zelo, então sempre busquei ver o quanto de esforço eu precisava colocar nas coisas para continuar tendo notas boas e cumprir as atividades que precisava fazer”, comenta.

Mas um momento de virada para ele chegou com o Ensino Médio: “nas minhas primeiras provas, meu resultado não foi tão bom assim, e com esse baque eu fui meio que ligando os pontos que dessa vez eu precisava para ter o resultado que queria”, conta. E foi então que ele percebeu que precisaria criar essa rotina de estudos.

Como criar uma rotina de estudos

A seguir, com base nas experiências e indicações de Brunno e Murilo, oferecemos 11 dicas para você montar uma rotina de estudo que funcione para você. Independente de qual seja o seu objetivo com os estudos, essas dicas devem te ajudar a atingi-lo mais facilmente, e aproveitando bem melhor o tempo! Confira:

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1 – Ambiente tranquilo

Segundo Brunno, um dos principais fatores que podem ajudar a criar uma rotina de estudos é “ter um ambiente tranquilo de estudos, bem organizado, sem grandes distrações”. “Às vezes nem precisa ser sempre o mesmo lugar, mas se estiver tranquilo, clean, organizado, é isso”, diz.

Murilo confirma que, para ele, isso ajudava demais. “Na época em que eu estava estudando de maneira mais intensa, tentava deixar o meu campo de visão o mais limpo possível para não desviar a atenção. É aquela ideia de que se a mesa está bagunçada, a cabeça está bagunçada”, considera.

Por isso, para quem quer criar uma rotina de estudos, um ambiente tranquilo é essencial. Ou seja: um lugar confortável, onde seus materiais estejam facilmente ao alcance, e livre de distrações. Nesse caso, um abafa-ruídos pode ajudar para quem vive em locais ruidosos. Mas é preciso também se precaver contra outras possíveis distrações…

2 – Evite distrações!

Na hora de estudar, as distrações acabam sendo as principais inimigas. Por isso que é importante ter um ambiente tranquilo para isso. Mas também é importante procurar por outras distrações que possam surgir, e agir proativamente para evitá-las.

Segundo Brunno, “o fácil acesso às redes sociais digitais pode acabar atrapalhando. Isto é, o problema nem sempre é o computador, celular ou a própria internet, mas sim a facilidade de distração que temos quando estudamos num aparelho desses”. Por isso, se você inclui seu celular na sua rotina de estudos, é importante ter isso em mente.

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Outra possível fonte de distração vem de desconforto físico. Murilo conta que sentiu isso, e que tomou atitudes conscientes para evitar esse problema. “Investi numa cadeira melhor e peguei um abajur para melhorar a iluminação”, lembra. Nas palavras dele, “a ideia era ter um ambiente que me permitisse sentar e ter a sensação de que seria capaz de passar o dia inteiro lá”.

3 – Saiba o que vai fazer

Para Murilo, um fator que ajudou a manter a rotina de estudos foi ter sempre claro, a cada momento, o que ele iria estudar. Ter tarefas claras a cumprir antes mesmo de sentar para estudar ajudava a direcionar sua energia a cada momento. “Ajuda bastante porque acaba sendo uma coisa mais prática”, complementa.

Em contrapartida, ele diz que experimentou, por um período, reservar horários no qual estudar — em vez de separar os estudos por tarefa. “Mas eu acabei vendo que era um pouco mais difícil de cumprir, porque eu não tinha delimitado exatamente cada tarefa que tinha para fazer nesses momentos”, diz.

4 – Monte um cronograma

Para saber em cada dia e hora o que precisava ser estudado, Murilo conta que foi fundamental montar um cronograma. Seu plano de estudos, ele lembra, “era muito baseado em olhar pro meu calendário, anotar tudo que eu preciso fazer, passar tudo para lá e organizar com uma estimativa de tempo”.

Ao fazer isso, o estudante acabava distribuindo suas tarefas ao longo de uma semana. Mas também é possível montar cronogramas de estudo para períodos de tempo maiores (ou menores). O essencial é separar, na agenda, um tempo para cada tarefa. Assim, sempre fica claro o que precisa ser feito.

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5 – Tire os pensamentos da cabeça (e ponha num papel)

Uma das vantagens de montar esse cronograma é que o esforço de anotar suas tarefas também acaba aliviando sua cabeça. “Eu ficava com a mente agitada de pensar nas muitas coisas que a gente precisava fazer. Eu percebia que era muito peso, então escrever o que eu precisava fazer durante a semana, durante um ano, tirava problemas da minha cabeça e me deixava respirar um pouco mais”, conta Murilo

Anotar as tarefas, portanto, pode ajudar bastante. Mas Brunno também considera fundamental que o estudante anote os dados, frases e outros pontos que lhe chamem atenção durante o estudo. “Quando você vai se deparando com esses textos e materiais de estudo, você vai se aprofundando cada vez mais”, diz.

Nesse sentido, a rotina de estudos também pode se tornar um exercício de autoconhecimento. “Se você vai pegando várias coisinhas ao longo da sua vida escolar, você vai percebendo o que é que mais te chama a atenção”, considera o pedagogo.

6 –  Crie um retorno visual

Outra vantagem de ter sua rotina de estudos montada na forma de um cronograma é que fica mais fácil visualizar o que já foi cumprido. Além de ajudar na organização, essa facilidade de ver os obstáculos já superados também pode servir como fator de motivação.

Pelo menos foi algo que Murilo percebeu enquanto estudava para o SAT. “Gostava de ver minha agenda completa, ter o sentimento de produtividade, e ter tudo que eu precisava fazer anotado. Eu usava um app de organização, e me dava satisfação passar as coisas do ‘to do’ para ‘done’”, relata.

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7 – Gerencie sua energia

Estudar é uma atividade que exige bastante de nós, ainda que não pareça para quem vê de fora. Por isso, é importante cuidar da sua energia e garantir que você está estudando sem se exaurir. Brunno, a esse respeito, considera “fundamental também descansar e não ultrapassar os próprios limites”.

Murilo conta que sentiu esses limites quando estudava para o SAT. “Estar cansado no dia era algo que definitivamente atrapalhava meu rendimento, então busquei ativamente tentar dormir 8 horas por dia, e em horas certas, porque eu percebi que a energia para se manter no dia era bem importante”. Então se você sentir que já está na hora de parar, dê ouvidos a esse sinal  do seu corpo!

Se você costuma perder a hora enquanto estuda e só perceber que está cansado quando já é tarde, pode ser interessante usar um timer para regular seus horários. Ou então recorrer a uma ferramenta como o Tomato Timer, que ajuda a medir tempos de foco e dedicação.

8 – Não tem hora certa…

Se você não tem um horário fixo no dia em que você pode sentar para estudar, isso não é necessariamente um problema. Criar uma rotina que se encaixa no tempo que você tem pode acabar sendo até mais produtivo.

Murilo, por exemplo, diz que sua rotina de estudos não era feita por períodos determinados, mas sim por um encaixe das tarefas que ele tinha que cumprir nos espaços que ele tinha para estudar. “Nessa coisa de conciliação de tempo, eu acabava planejando durante a semana quando ia fazer tal e tal atividade”, conta.

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Brunno concorda que a disciplina é mais importante que estudar sempre à mesma hora. “Às vezes nem precisa ser um horário tão fixo, mas sim ter uma carga de estudo, com um ambiente tranquilo”, avalia.

9 – …mas precisa ter uma hora!

O estudo não precisa acontecer sempre na mesma hora, mas ele precisa acontecer com regularidade — se não, não se pode chamar de “rotina” de estudos. “Se se estuda mais rotineiramente, tem-se mais alegria ao fazê-lo. Passa-se a encarar o mundo de maneira mais lúdica”, avalia Brunno.

Na experiência de Murilo, essa regularidade era determinada por fatores externos — provas, simulados, trabalhos que precisavam ser entregues, etc. Mas isso não precisa ser assim — mesmo que você não tenha uma tarefa urgente para a qual estudar, pode ser interessante se adiantar e estudar para algo que ainda está longe. É melhor do que deixar para última hora!

10 – Vá além dos livros

Brunno também recomenda “buscar conteúdos que não sejam unicamente textuais” para estudar. Podem ser músicas ou filmes que tenham a ver com o tema estudado, por exemplo. Para quem vai estudar, por exemplo, a Guerra do Vietnã, ele propõe se apoiar no filme musical Hair, ou no documentário Weatherman Underground, para abordar o tema de outra perspectiva.

Aqui, o que ajuda é articular o tema estudado a outros conteúdos e interesses do estudante. Não se trata de evitar os livros e outros materiais de estudo indicados, mas também de ficar atento à sua própria curiosidade para ver onde ela te leva… E, com isso, seguir estudando!

No caso de Murilo, essa curiosidade acabou levando-o a outros livros. “Eu sempre buscava consolidar o conhecimento usando alguns livros que eu tinha de referência. Ia na biblioteca e gostava mais de ter conhecimento mais de fontes diferentes”, lembra. Ele considera hoje que “ver conteúdos diferentes sobre a mesma coisa ajudava minha mente a conectar mais pontos”.

11 – Lembre-se: não é só sobre provas

Focar os estudos em um determinado exame ou prova que está no horizonte pode ser uma tática interessante. Mas a estratégia mais eficaz para quem quer manter uma rotina de estudos é lembrar-se que “estudar” não serve só para tirar boas notas, mas para construir conhecimento enriquecer a sua experiência.

Como Brunno coloca, “há uma possibilidade de a gente ficar cada vez mais curioso com relação ao mundo, e perceber que tudo que está à nossa volta é recheado de conhecimento”. Às vezes, a pressão por notas pode acabar atrapalhando esse entendimento, mas é importante voltar a ele de vez em quando para cumprir outro requisito que Brunno coloca: “Prazer em estudar também é algo fundamental”, conclui.

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