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‘Terrir’ e outras palavras que podem entrar para a Língua Portuguesa

Elas já estão no seu dia a dia, mas passam por todo um processo antes de serem oficializadas

Por Redação
Atualizado em 24 jul 2025, 15h53 - Publicado em 23 jul 2025, 15h00
Dicionário aberto, com a definição da palavra "dicionário" grifada.
Já é tradição os principais dicionários do mundo elegerem uma palavra do ano. Confira as de 2022! (Luccas Diaz/Reprodução)
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Você já usou pejotização em uma conversa sobre trabalho? Ou disse que estava com disania ao não conseguir sair da cama cedo? Talvez tenha rido (ou se assustado) assistindo a um filme de terrir? Pois é, esses termos, que vêm ganhando espaço no nosso vocabulário do dia a dia, estão agora no radar da Academia Brasileira de Letras (ABL) e podem ser incorporados oficialmente à Língua Portuguesa nos próximos anos.

Mas como uma palavra passa a fazer parte “oficialmente” da nossa língua? E quem decide isso? Vem que a gente te explica.

O que é o VOLP?

O VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) é o registro oficial de todas as palavras da língua portuguesa reconhecidas no Brasil. Ele mostra como se escreve uma palavra corretamente, qual é sua classificação gramatical e, às vezes, até as variações que ela pode ter com base na ortografia em vigor (incluindo as mudanças do Acordo Ortográfico).

Diferentemente de um dicionário, o VOLP não traz significados nem usos detalhados das palavras. Ele se preocupa com a forma ortográfica correta e sua aceitação oficial.

Quem decide o que entra (ou não) no VOLP?

Essa missão é da Academia Brasileira de Letras (ABL), que mantém um grupo chamado Observatório de Neologismos e Palavras de Baixa Frequência. Eles acompanham como a língua está sendo usada na prática, seja em jornais, redes sociais, livros, artigos acadêmicos, música e até memes.

Se uma palavra começa a aparecer com frequência, em diferentes contextos, e tem um significado estável, ela pode ser considerada para inclusão no VOLP em uma futura edição.

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E não pense que isso acontece todo mês! As atualizações são pontuais. A última grande revisão foi em 2021, com a entrada de cerca de 1.000 novas palavras.

+ Um guia definitivo de como acessar as temidas normas ABNT

O que define se uma palavra entra ou não?

Vários fatores são levados em conta, mas os principais são:

  • Frequência de uso: palavras que aparecem muito em textos diversos;
  • Abrangência social: se ela é usada em várias regiões e não apenas por um grupo restrito;
  • Estabilidade de significado: se as pessoas usam a palavra com o mesmo sentido;
  • Relevância cultural ou tecnológica: palavras novas surgem com os tempos e a língua precisa acompanhá-los.

Porém, é importante ressaltar que palavras que surgem como gírias passageiras, memes ou modismos regionais geralmente não entram, a não ser que se tornem universais com o tempo.

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Palavras que já entraram recentemente

Na edição de 2021 do VOLP, várias palavras foram oficializadas. Isso mostra como o vocabulário evolui com a sociedade, e como são um reflexo dos desafios encarados pela humanidade, avanços tecnológicos e mudanças de comportamento. Confira algumas abaixo:

  • Sororidade;
  • Feminicídio;
  • Infodemia;
  • Telemedicina;
  • Home office;
  • Lockdown;
  • Podcast;
  • Emoji;
  • Crossfit.

+ Glossário do feminismo: entenda os termos usados pelo movimento

E as próximas palavras cotadas?

Algumas palavras já estão sendo observadas pela ABL e podem entrar na próxima edição do VOLP. Será que você já deparou ou usou uma delas por aí? São elas:

Disania

A dificuldade extrema de sair da cama, mesmo após uma boa noite de sono. Pode estar ligada a esgotamento físico, depressão ou ansiedade.

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“Hoje a disania bateu forte. Não consegui levantar às 7h nem com três despertadores!”

Terrir

Gênero que mistura terror com humor. São aqueles filmes em que você leva sustos e gargalha ao mesmo tempo.

Pejotização

Quando uma empresa contrata um trabalhador como pessoa jurídica (PJ) em vez de assinar carteira pela CLT, geralmente para reduzir encargos, mesmo mantendo a relação de subordinação.

Cordonel

Termo técnico usado na indústria de pneus. Trata-se de uma lona têxtil revestida com borracha crua, usada na vulcanização.

Microssono

Aqueles “apagões” rápidos que duram segundos, geralmente quando estamos exaustos. Ocorrem involuntariamente e podem ser perigosos (por exemplo, ao volante).

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Reclínio

Ato de se reclinar, inclinar-se para trás ou deitar-se parcialmente. É uma palavra que pode substituir expressões como “baixar o banco”.

Retrofitagem

Processo de modernizar edifícios antigos, atualizando instalações elétricas, hidráulicas ou tecnológicas, sem comprometer a estrutura histórica.

Tokenização

Termo da área de segurança digital. Refere-se à substituição de dados sensíveis por códigos aleatórios, chamados tokens, para evitar fraudes e proteger informações.

Mas já é possível usar essas palavras?

Sim! Mesmo que ainda não estejam no VOLP, essas palavras são amplamente usadas e compreendidas, principalmente em contextos específicos como direito, tecnologia, mercado de trabalho e comportamento. Usar esses termos mostra que você está atento às mudanças da língua e alinhado com os debates contemporâneos.

Em redações de vestibular, por exemplo, usar uma palavra como “pejotização” (com explicação ou contextualização) pode enriquecer seu texto, desde que usada corretamente.

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+ Redação: termos e palavras que você não deve usar

A língua portuguesa não é estática. Assim como a sociedade muda, o vocabulário também se adapta. Palavras que hoje parecem “novas” podem ser oficiais amanhã. 

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