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“Um Defeito de Cor”: o livro que virou fenômeno e deveria estar nas escolas

A literatura brasileira ganhou uma nova imortal — e os leitores, uma obra essencial

Por Patrícia Giuffrida
21 jul 2025, 15h01
Ana Maria Gonçalves
 (Valter Campanato/Agência Brasil)
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Neste mês, a escritora Ana Maria Gonçalves fez história ao se tornar a primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Logo depois, seu romance “Um Defeito de Cor” explodiu em vendas, tornando-se o mais vendido do Brasil na Amazon. Coincidência? Nada disso. É o reconhecimento de uma obra que já deveria ocupar lugar cativo nas salas de aula há muito tempo.

Abaixo, saiba a história do romance que encanta crítica e leitores.

Uma história que o Brasil precisa conhecer

Publicado em 2006, “Um Defeito de Cor” é um romance histórico monumental, com 951 páginas, que narra a trajetória de Kehinde, uma menina africana sequestrada no Reino do Daomé (atual Benin) e trazida como escravizada para a Bahia. Batizada como Luísa, ela constrói uma vida marcada pela resistência: enfrenta a escravidão, luta por liberdade e busca reunir-se com o filho perdido — tudo ao longo de oito décadas de história.

A protagonista é inspirada em Luísa Mahin, figura histórica que teria participado da Revolta dos Malês, levante organizado por escravizados muçulmanos na Bahia, e que foi mãe de Luís Gama, advogado, escritor e um dos principais nomes do movimento abolicionista brasileiro.

Mas não espere uma narrativa linear ou apenas dolorosa: o livro é épico e transformador. Ana Maria Gonçalves costura fatos históricos com ficção, religiosidade afro-brasileira, afetos, dores e resistência, tudo narrado pela própria protagonista, com uma voz potente, viva e cheia de nuances.

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Da Sapucaí à ABL

Muito antes de entrar para a ABL, “Um Defeito de Cor” já vinha conquistando palcos. Em 2024, foi enredo da Portela, que levou sua história para a Marquês de Sapucaí e emocionou o país. No mesmo ano, o livro virou tema de uma grande exposição no Museu de Arte do Rio (MAR), reunindo mais de 400 obras inspiradas na narrativa. Não é pouca coisa para um livro que, quase 20 anos depois de lançado, segue atual e necessário.

Por que deveria ser leitura obrigatória?

Já alçado ao posto de clássico contemporâneo, “Um Defeito de Cor” sem dúvida tem os requisitos necessários para se tornar leitura em salas de aula e vestibulares. Olha só alguns motivos:

  • Reconstrói a história do Brasil pela perspectiva de uma mulher negra, algo ainda raríssimo na literatura nacional.
  • Traz repertório riquíssimo para discutir temas como escravidão, racismo, ancestralidade, resistência e identidade — assuntos quentes para as redações do Enem.
  • É uma aula de empatia, memória e consciência crítica, escrita com profundidade e beleza literária.
  • Transforma quem lê, e convenhamos: é isso que um livro inesquecível deve fazer.

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Mas, afinal, quem é Ana Maria Gonçalves?

Mineira de Ibiá, nascida em 1970, Ana Maria largou a carreira de publicitária para mergulhar na literatura. “Um Defeito de Cor” é fruto de anos de pesquisa documental e viagens para entender a diáspora africana nas Américas. Além de romancista, é professora, palestrante e ativista: já deu aulas em universidades dos Estados Unidos e é reconhecida por sua atuação antirracista e por sua defesa da memória da população negra no Brasil.

Não é só um livro, é um legado

Ler “Um Defeito de Cor” é como abrir as janelas da história para ouvir vozes que o Brasil tentou silenciar. É compreender o país a partir de quem lutou e resistiu. Para quem está estudando para o vestibular, é muito mais que leitura: é repertório de peso, que amplia argumentos e faz toda redação ter mais profundidade e consciência. Se ainda não faz parte do currículo das escolas, já passou da hora.

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