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Unicamp: tempo não foi problema no 3º dia

Questão de física deu fórmula errada e atrapalhou melhores alunos, criticam professores

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h42 - Publicado em 12 jan 2010, 19h53

por Fábio Brandt

"Dificuldade média, tempo de prova não está curto, mas as questões exigem mais escrita em humanas". Essa foi a mensagem enviada ao Twitter do GUIA por uma estudante (@camilaabc91) que faz o vestibular da Unicamp, algum tempo após o término dos exames de física e de geografia – aplicados no terceiro dia da segunda fase. "Uma prova muito boa: avalia bem o aluno e pode ser feita em uma hora e meia", comenta a professora vera Lúcia da Costa Antunes, referindo-se às 12 questões de geografia. Até ontem, professores de química, história, biologia e português (matérias cobradas nos primeiros dias da etapa final) haviam criticado o descompasso entre o tempo de prova e a quantidade e a dificuldade das questões.

– Unicamp: leia análise do 1º e do 2º dia da segunda fase

– Acesse as provas do vestibular da Unicamp

Confira comentários sobre as provas de física e geografia da segunda fase da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aplicadas hoje, 12 de janeiro:

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FÍSICA
O professor Caio Calçada, do cursinho Objetivo, surpreendeu-se ao terminar de corrigir a prova aplicada hoje pela Unicamp sem usar sua calculadora. "As contas eram pequenas e simples. Tinha que interpretar o enunciado e conhecer o assunto, mas não precisava conhecer as equações loucas e difíceis", explica. Segundo o professor, o exame deste ano também foi "bem feito, sem aquelas perguntas enroladas que você demora para entender o que o examinador quer" e mais fácil que o do ano passado – que "exigia muita continha".

Os temas exigidos pelo exame foram diversificados, destaca Ronaldo Moura de Sá, professor de física do Anglo Vestibulares. Os assuntos cobrados foram os clássicos da física, passando por mecânica, eletricidade, ótica e termologia, por exemplo. "Uma prova muito boa e equilibrada. Algumas questões difíceis, outras médias, outras fáceis", comenta Ronaldo Moura.

Uma fórmula errada, no entanto, foi fornecida aos estudantes no enunciado da questão 6. A fórmula da frequência de uma onda é "n(v/2L)" e não "n(v/L)", como sugerido pela prova, corrige o professor Calçada. "Isso vai prejudicar quem estudou mais, porque o cara vai olhar e pensar ‘será que eu estou louco?", acrescenta o professor Moura. Os dois concordam que a banca examinadora deve computar os pontos da questão para os alunos que a acertarem usando tanto a fórmula correta quanto a fórmula fornecida pelo enunciado.

GEOGRAFIA
"Há três anos, quase matamos a Unicamp de tão longa que era a prova de geografia. Mas esse ano foi diferente: nada de grandes análises, só respostas curtas, diretas", analisa Vera Lúcia da Costa Antunes, que ensina a disciplina no colégio e no cursinho Objetivo. "Nos anos anteriores sempre criticávamos o tempo insuficiente. Mas esse ano as questões não tinham itens ‘a’, ‘b’, e ‘c’, apenas ‘a’ e ‘b’", comenta Reinaldo Scalzaretto, coordenador de geografia do Anglo.

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Apesar dessas mudanças, o conteúdo cobrado pela prova é o tradicional da Unicamp, avalia Scalzaretto. "Não houve inovações, é sempre uma prova bastante técnica, não força a interdisciplinaridade. O que houve um pouco `de diferente é que todas as questões tinham alguma coisa a ver com decodificação de linguagem, seja um mapa, um gráfico ou um texto. Nos outros anos não eram todas as questões", diz o coordenador.

A questão mais difícil da prova, segundo Vera Lúcia, foi a 21, que falou sobre o "relevo cárstico". "É um assunto não tão comum. Nem todo mundo estuda isso. Mas o aluno observador viu a figura e leu a palavra ‘calcário’", indica Vera Lúcia, respondendo como o desenho dado pela prova poderia ajudar a resolver o item "a" ("quais as condições básicas para o desenvolvimento do modelado cárstico?"): "só em relevo com calcário, com rios subterrâneos, porque a água dissolve calcário e forma uma caverna. Quem mora na área das Cavernas do Petar, no sul de São Paulo, sabe isso na ponta da língua", brinca a professora.

ÚLTIMO DIAAmanhã, último dia do vestibular da Universidade Estadual de Campinas, os candidatos responderão a questões de matemática e de inglês. Ao todo, a instituição oferece 3.444 vagas em 66 cursos da própria Unicamp e em outros dois, oferecidos pela Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto). Inscreveram-se no concurso 55.484 candidatos e 14.706 passaram para a segunda fase.

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