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Unicamp: último dia teve conteúdo abrangente

São 3.444 vagas em 68 cursos. 14.706 passaram para a segunda fase

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h42 - Publicado em 13 jan 2010, 19h24

por Fábio Brandt

A segunda fase do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) terminou nesta quarta-feira, 13 de janeiro, com os exames de matemática e de inglês. Também hoje, a universidade admitiu que a prova de física (aplicada ontem) forneceu uma fórmula errada aos vestibulandos e esclareceu que aceitará as respostas corretas de quem usou a expressão dada e de quem constatou o erro e usou a correta.– Unicamp: física deu fórmula errada e atrapalhou melhores alunos, criticam professores

Neste ano, o vestibular da Unicamp seleciona estudantes para 3.444 vagas em 66 cursos da própria Unicamp e mais dois cursos da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto). Inscreveram-se no concurso 55.484 candidatos, sendo que 14.706 passaram para a segunda fase.

Confira análise das provas de segunda fase da Unicamp 2010:

INGLÊS
“Foi uma prova excelente, muito bem feita e adequada ao Ensino Médio”, opina Cristina Armaganijan, professora de inglês do cursinho Objetivo. As 12 questões exigiram que o candidato respondesse a dois itens (“a” e “b”) e isso o tornou longo. “Mas não te cansa. Com textos diversificados, consigo perceber se o aluno tem os conhecimentos de inglês. Também teve vocabulário bem amplo”, acrescenta Cristina, lembrando que a prova apresentou de uma tirinha cômica a uma crítica do livro Budapeste, de Chico Buarque.

A questão número 13, destaca a professora, foi interessante porque apresentou uma carteira de motorista dos Estados Unidos e não apenas perguntou de que documento se tratava, mas indagou o mês de nascimento do titular do documento. “Isso porque em inglês o mês aparece antes do dia na data”, explica Cristina. “Nada do outro mundo, são conhecimentos de nível médio”, reforça Cristina.

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MATEMÁTICA
“Não teve nunhuma novidade, foi mais ou menos o mesmo nível dos anos anteriores: nível de dificuldade médio, sem questões de graça”, comenta Carlos Seno, que leciona a disciplina no Objetivo. A maioria das questões cobrou temas clássicos da matemática, já frequentes no vestibular da Unicamp, como álgebra (que apareceu em mais da metade da prova) e geometria. “Em algumas questões, tentaram contextualizar o conhecimento matemático”, lembra Seno, referindo-se a perguntas como a número 4 – que falava sobre uma menina subindo uma rampa de bicicleta – e a número 12 – que falava de sites de relacionamento. “Exigia bastante do candidato. Uma tradicional de segunda fase, com um ou outro item pouco mais trabalhoso. Só não sei se teve tanto tempo disponível para resolver”, conclui o professor.

FÍSICA
“As contas eram pequenas e simples. Tinha que interpretar o enunciado e conhecer o assunto, mas não precisava conhecer as equações loucas e difíceis”, avalia professor Caio Calçada, do cursinho Objetivo. Para ele, o exame foi “bem feito, sem aquelas perguntas enroladas que você demora para entender o que o examinador quer” e mais fácil que o do ano passado – que “exigia muita continha”.

Além disso, os temas cobrados foram diversificados e clássicos (como mecânica, eletricidade, ótica e termologia), destaca Ronaldo Moura de Sá, professor de física do Anglo Vestibulares. “Uma prova muito boa e equilibrada. Algumas questões difíceis, outras médias, outras fáceis”, opina Ronaldo Moura.

GEOGRAFIA
“Há três anos, quase matamos a Unicamp de tão longa que era a prova de geografia. Mas esse ano foi diferente: nada de grandes análises, só respostas curtas, diretas”, diz Vera Lúcia da Costa Antunes, que ensina a matéria no Objetivo. “Nos anos anteriores sempre criticávamos o tempo insuficiente. Mas esse ano as questões não tinham itens ‘a’, ‘b’, e ‘c’, apenas ‘a’ e ‘b'”, comenta Reinaldo Scalzaretto, coordenador de geografia do Anglo. Apesar das mudanças, o conteúdo cobrado pela prova é o tradicional. “Não houve inovações, é sempre uma prova bastante técnica, não força a interdisciplinaridade”, explica Scalzaretto. A questão mais difícil da prova, segundo Vera Lúcia, foi a 21, que falou sobre o “relevo cárstico”. “É um assunto não tão comum. Nem todo mundo estuda isso. Mas o aluno observador viu a figura e leu a palavra ‘calcário'”, indica Vera Lúcia, afirmando que o desenho dado pela prova poderia ajudar a responder “quais as condições básicas para o desenvolvimento do modelado cárstico?”. “Só em relevo com calcário, com rios subterrâneos, porque a água dissolve calcário e forma uma caverna. Quem mora na área das Cavernas do Petar, no sul de São Paulo, sabe isso na ponta da língua”, brinca a professora.

– Unicamp: 2º dia tem questões ambíguas

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HISTÓRIA
Das 12 questões, sete abordaram história geral, informa Lucas Kodama, que ensina a disciplina no Anglo Vestibulares, acrescentando que todos os períodos foram lembrados: história antiga, média, moderna e contemporânea. “Como é de praxe na Unicamp, a prova de história tem muita interpretação de texto”, destaca o professor. Outra marca da universidade campinense que foi mantida é a cobrança de temas culturais. “Foi pedido o papel da mulher na sociedade medieval e a relação cultural entre cristãos e muçulmanos na Idade Média”, exemplifica Kodama. As cinco questões de história do Brasil, por outro lado, apresentaram mudanças com relação aos anos anteriores. “A distribuição por assuntos está diferente. Antes, privilegiava o período republicano, agora foi mais o período colonial. Isso não é crítica, porque os dois estão no programa”, afirma José Carlos Pires de Moura, professor de história do Anglo.

QUÍMICA
Foi uma prova difícil e trabalhosa, avalia Alessandro Nery, professor de química do Objetivo. “Todos os enunciados mencionam trechos da revista Fapesp e exigiam interpretação do aluno”, argumenta o professor. Os temas e os conceitos químicos cobrados pelo exame foram variados: carbono, biodiesel, células de combustível, deslocamento de equilíbrio, reação ácido-base, isomeria e outros. “São temas que mostram como o que o aluno vê em sala de aula se relaciona à atualidade”, elogia o professor. O item “b” da questão 4, destaca Nery, foi ambíguo. A questão pede o nome do resíduo formado pela reação entre o vidro e o ar, num ambiente rico em CO2. “Podia formar o carbonato de sódio, mas se a quantidade de CO2 for muito grande, seria bicarbonato de sódio. O aluno podia ficar em dúvida”, detalha o professor.

BIOLOGIA
“foi muito exigente” e “só quem sabia muita biologia conseguiu responder a todas as questões”, avalia Armênio Uzuniam, professor da disciplina no Anglo Vestibulares. O conteúdo das questões não surpreendeu, afirma o professor, explicando que temas tradicionais apareceram – caso da citologia, da genética, da zoologia, da botânica e da ecologia. O obstáculo, “mesmo para os alunos mais bem preparados”, foi o tempo. “Teve dois itens por questão, foi muito abrangente e demandava muito conhecimento. Pedia respostas objetivas, mas tinha que ter muito conhecimento para respondê-las”, reforça Uzuniam.

PORTUGUÊS
“Ela confirma a tendência que a Unicamp tem há muito tempo. Uma prova que destaca a habilidade de interpretar texto, com a particularidade de cobrar a capacidade de identificar e comentar os recursos linguísticos responsáveis pela formação do sentido do texto”, analisa Eduardo Antonio Lopes, professor de texto e gramática do Anglo. Apesar disso, a Unicamp empobreceu a prova usando menos variedade de textos neste ano, opina o professor. “A prova sempre teve preocupação de variar bastante os gêneros, usando fragmentos literários, poesia, até texto jurídico e científico. Ontem, das seis questões de gramática e texto, três eram publicidade e outras três, tirinha”, expõe Lopes.

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