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Vale a pena usar calculadora nos estudos, mesmo sendo proibida nas provas?

Conversamos com dois professores que analisam quando a ferramenta pode ser uma aliada – e em que momento se torna vilã

Por Ludimila Ferreira
17 jul 2025, 19h00
calculadoras nos estudos
 (Canva/Reprodução)
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A gente sabe: recorrer à calculadora é quase irresistível quando você está fazendo a lição de casa ou mesmo tentando resolver provas antigas dos vestibulares. Mas será que usar essa ferramenta como atalho faz bem para o seu aprendizado? E mais: do que adianta utilizar a calculadora para estudar, se no momento da prova ela é proibida? Parece cilada, mas a parte surpreendente é que alguns professores defendem a calculadora como ferramenta para aprender melhor.

Para entender quando a calculadora é aliada – e em que momentos se torna vilã – , o GUIA DO ESTUDANTE conversou com Ana Cossini, professora especialista em currículo de Física e Matemática da Diretoria de Ensino de José Bonifácio (SEDUC-SP), e Robson Junior, coordenador da Turma ITA do Poliedro Curso.

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Calculadora vs Enem

Para Robson Junior, é importante compreender onde a calculadora se encaixa na resolução do problema, que geralmente passa por quatro etapas:

  1. Entender a situação
  2. Criar um modelo matemático
  3. Efetuar os cálculos
  4. Interpretar a resposta

É apenas na terceira etapa, mais operacional, que o uso da calculadora é útil.

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“O emprego da calculadora pode ser positivo na medida em que libera tempo para o estudante se concentrar nas etapas de compreensão, modelagem e interpretação, que exigem maior senso crítico”, afirma.

No entanto, Robson vê com cautela o uso constante do aparelho por estudantes do Ensino Fundamental e Médio. Para ele, o risco é a perda da habilidade de fazer contas com precisão e agilidade, o que pode ser um problema nas situações em que o uso da ferramenta não é permitido, como em vestibulares concorridos.

Por isso, para ele, é importante também praticar a resolução dos problemas sem a calculadora, principalmente quando se trata do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que exige muitos conteúdos e oferece pouco tempo para que o estudante resolva as questões. Além disso, a utilização excessiva da calculadora pode deixar o aluno inseguro nas situações em que não puder contar com ela.

“Nesses casos, o estudante que não estiver habituado a calcular por conta própria pode perder tempo e desempenho.”, afirma Robson.

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+ Entenda o cálculo que confunde calculadoras e estudantes

Pensamento matemático

Ana Cossini, especialista no currículo de Física e Matemática, concorda que o uso da calculadora não pode ser mecânico. Mas, para ela, a ferramenta vai muito além de um atalho para chegar mais rápido no resultado. A professora defende o uso do aparelho nas escolas para desenvolver o pensamento matemático. A partir da calculadora, os alunos são estimulados a explorar  padrões, interpretar dados e construir significados a partir da análise.

Ok, mas o que isso significa na prática? Cossini deu um exemplo. Um professor poderia solicitar que a turma construísse e analisasse uma tabela com dados reais – habilidade, por sinal, muito cobrada no Enem. A fonte de dados seria o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Nesta página do instituto é possível checar o monitoramento de temperatura do Brasil mês a mês, desde 1961.

“A partir desses dados, os estudantes podem criar uma tabela e, utilizando o menu Estatística da calculadora, calcular a temperatura media, a mediana, os valores mínimo e máximo, além de modelar uma equação de tendência. Isso possibilita a análise de padrões e a realização de projeções para os próximos anos, desenvolvendo o letramento estatístico”, explica a professora.

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Ela defende que, quando bem aplicada, a ferramenta colabora para a formação de competências que se alinham à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como a resolução de problemas, a análise crítica e a tomada de decisão.

Desde 2016, Ana participa de um projeto que promove o uso da calculadora científica em sala de aula. A iniciativa é feita em parceria com a Casio Educacional e envolve formações continuadas para professores de Matemática e Física, com foco na didática investigativa e no uso da tecnologia como apoio ao raciocínio lógico.

Em vez de ser uma distração, a calculadora, nesse modelo, funciona como provocadora do pensamento. “Os estudantes demonstram-se mais atentos, participativos e, o mais importante: aprendem de forma significativa, compreendendo melhor os conceitos e os contextos”, conclui a professora.

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