por Fábio Brandt
“A história é sempre contada da ótica dos vencedores. Como somos bombardeados pela indústria cultural norte-americana, acabamos vendo só um dos lados da vitória”, diz o professor de história do Anglo Vestibulares, Lucas Kodama. “Bombardeados por essa mídia, como o Resgate do Soldado Ryan e outros filmes, muitas vezes o aluno cria a ideia errada de que o Dia D foi a batalha mais importante da Segunda Guerra”, acrescenta o professor, referindo-se ao 6 de junho de 1944 – quando os aliados, liderados pelos EUA e Inglaterra, desembarcaram na Normandia para dar fim à ocupação nazista na França.
A verdadeira virada na Guerra ocorreu nas batalhas do front oriental (o de Stalingrado) onde o exército da União Soviética combatia os nazistas, esclarece Kodama. “O exército vermelho ganha, marcha com muita força até Berlim e foi o primeiro a chegar”, descreve o professor. “Ninguém desmerece a importância do Dia D. Mas no contexto da guerra, o front oriental teve importância maior”, avalia.
Ser o primeiro a chegar na capital inimiga foi crucial. Tanto que, nos últimos meses da Guerra, os aliados passaram a concorrer por isso entre si, lembra Kodama. “Essa ideia de quem chega primeiro, de quem garante a vitória, é muito importante para os acordos pós-guerra, de como se definiria a partilha da Alemanha e do mundo. E, de fato, é o que vai acontecer. Chegaram a dividir a Alemanha em quatro zonas de ocupação, mas, na prática, viraram duas”, explica Kodama.
A disputa entre os aliados e o avanço dos comunistas até Berlim começa na medida em que os nazistas se enfraquecem. A concorrência também evidencia o caráter circunstancial da aliança entre União Soviética e capitalistas – estabelecida unicamente para combater o inimigo comum, ressalta Kodama. Com a derrota iminente da Alemanha, o objetivo passou a ser conquistar a fama de “ter acabado com a guerra”, conclui Kodama.
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