O número de estudantes dos cursos de Saúde provenientes do ensino médio privado é 5,6 pontos percentuais acima da média dos demais cursos. Este e outros dados apresentados no Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022, divulgado nesta terça-feira (14), apontam para uma maior elitização da área.
Saúde Pública e Medicina são os cursos com maior percentual de estudantes advindos do ensino médio privado – 84,0% e 71,1%, respectivamente. No outro extremo da área, estudantes que terminaram a educação básica em instituição pública são maioria nas turmas de Serviço Social (82,8%) e Gestão Hospitalar (81,3%).
Os dados de renda familiar também mostram uma discrepância em relação aos demais cursos, até mesmo entre aqueles dentro da área de saúde. O levantamento mostrou que 25,6% dos estudantes de Medicina têm uma renda familiar de 10 a 30 salários mínimos. O número é muito inferior quando se trata de Enfermagem, por exemplo, em que 30,8% dos alunos tem uma renda de até 1,5 salário mínimo, e apenas 1,5% está na faixa de mais de 10 salários na família. O levantamento ainda mostra que 32,2% dos estudantes da área da saúde são o primeiro membro da família a cursar o ensino superior.
Outro aspecto que aponta uma maior elitização da área é o período em que eles são cursados: 43,3% dos estudantes frequentam os cursos de saúde no período diurno, contra 23% nas demais áreas. Aulas diurnas e, principalmente de período integral, podem ser pontos excludentes por dificultarem, e até impossibilitarem, que estudantes possam trabalhar para contribuir na renda familiar. De acordo com o Mapa, 81,6% dos graduandos de Odontologia não trabalham. Em Medicina o número é ainda maior: 91% se dedicam exclusivamente aos estudos.
O Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022 endossou uma tendência já apontada por outros levantamentos este ano: o crescimento do interesse pela área da saúde por conta da pandemia. Segundo a pesquisa, 32,6% do total de ingressantes em cursos presenciais no país em 2020 eram calouros da área de saúde, com 89,0% destes ingressantes matriculados em instituições da rede privada. Os cursos desta área têm um percentual menor de estudantes no EAD, já que vários deles não são ofertados na modalidade à distância em virtude da legislação vigente.
Uma análise da ABMES, a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, e do Educa Insights divulgada em março chegou a atribuir esse salto na área de saúde a um “efeito inspiração” causado pela pandemia – além, é claro, da perspectiva de um mercado com maior demanda e salários.
Perfil dos estudantes
Em relação a cor e raça, esses cursos têm um pouco mais da maioria dos estudantes autodeclarados brancos, 51,6%, um patamar similar às demais áreas. O número de estudantes autodeclarados negros é um pouco menor: 7,6% na área de Saúde e 9,0% nas demais áreas.
As mulheres dominam, com um percentual de 73,2%, os cursos de saúde. Nas outras áreas, a presença feminina é de 52,8%.
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