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Bienal do Livro de SP abraça diversidade e a força da geração TikTok

No evento, são poucas as editoras que não separam um espaço dedicado aos livros que são "queridinhos do TikTok"

Por Luccas Diaz
Atualizado em 8 jul 2022, 19h04 - Publicado em 8 jul 2022, 18h56

Depois de quatro anos, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo voltou a acontecer de forma presencial na capital paulista. Na 26ª edição do evento, que neste ano tem como tema a frase “Tudo mundo sai melhor do que entrou”, uma nova geração de leitores e autores provam que a literatura brasileira é mais jovem e diversa do que nunca.

Entre os corredores do evento, que ganhou um novo endereço com mais de 60 mil metros quadrados, quem dá as caras são os mais jovens. Eles lotam os estandes, fazem fila para tirar selfies em ativações e correm para pegar senhas de autógrafo do seu autor favorito. A geração Z é a grande aposta da edição e coroa a rede social TikTok como um espaço democrático para falar de livros na internet.

São poucos os estandes das editoras comerciais que não deixaram um lugar em destaque para os livros “queridinhos do TikTok”. Na editora Intrínseca, uma estante com o letreiro “Fenômenos do TikTok” exibe os livros “Aconteceu naquele verão“, “Através da minha janela” e “Manual de assassinato para boas garotas” – todos estes colecionadores de milhões de views na rede.

Colagem com duas fotos com estantes de livros, em cima da primeira está uma placa
(Luccas Diaz/Reprodução)

O estande da editora Seguinte, selo de publicação jovem da tradicional Companhia das Letras, talvez seja o que mais abraçou este público, apostando em cenários prontos para serem o fundo de milhares de selfies por dia, promoções com brindes exclusivos e a presença de autores posando para fotos e autografando suas obras.

Pedro Rhuas, de 27 anos, é um dos autores nacionais que mais encabeça o sucesso do BookTok (forma como o nicho de conteúdos literários no TikTok é chamado). Ele alcançou a marca de 50 mil exemplares vendidos durante o quarto dia do evento. O livro “Enquanto eu não te encontro” narra a história de Lucas, um jovem que se mudou para Natal depois de passar no curso de Publicidade e Propaganda usando a nota do Enem. Em uma noite de festas, ele conhece Pierre, um garoto francês com quem se conecta instantaneamente.

O protagonismo LGBT+ é um destaque entre os títulos presentes no evento. No estande da editora Seguinte, romances com protagonistas LGBT+ estampam mais de metade da lista dos 10 mais vendidos – “Enquanto eu não te encontro” é um deles.

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“A gente vem desse local historicamente de invisibilidade, de não conseguir ocupar esses espaços. E isso se esclarece ainda mais quando colocamos outros aspectos no jogo: somos jovens, somos jovens nordestinos e somos jovens LGBTQIAP+”, disse o autor refletindo sobre o sucesso do livro, em um bate papo com os leitores. Ao seu lado, estava Aureliano Medeiros, autor potiguar que também se identifica como LGBT+; seu livro “Madame Xanadu” conta a história de uma drag queen deprimida.

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Para além das vendas, a temática da representatividade também toma conta das mesas de debate e da programação cultural da Bienal. Na mesa “O protagonismo da mulher negra e a importância da representatividade na formação de leitores”, que aconteceu no espaço Arena Cultural, a autora Flávia Martins defende o papel da literatura na construção de um futuro melhor para minorias.

“Crianças em situações de vulnerabilidade muitas vezes não imaginam que exista muita coisa além daquilo que está no mundo imediato que ela está enxergando. Porque as vezes o mundo imediato dela é uma casa de um cômodo, uma escola em que ela não tem professor, um bairro onde ela não tem transporte. E ela acha que o mundo é isso, porque é isso que está sendo posto pra ela”, disse.

Martins lançou durante o evento o livro “Meninas sonhadoras, mulheres cientistas”, pela Editora Mostarda. A obra apresenta uma coletânea de mulheres que deixaram sua marca nas áreas das ciências humanas e exatas. A autora explica que a maioria das figuras presentes no livro são negras e brasileiras, mas que há destaque também para mulheres indígenas, brancas e estrangeiras. O objetivo é inspirar por meio da identificação.

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“Para a gente construir, precisa primeiro imaginar. Com esse livro, quero provocar a imaginação de meninas a partir de mulheres que um dia foram meninas sonhadoras, que um dia se imaginaram em lugares muito diferentes do que os que mundo dizia que eram os lugares delas”, disse durante a mesa.

Capa do livro
(Editora Mostarda/Reprodução)

Na companhia de Martins, estava também Majori Silva, autora do livro “O Jardim de Marielle“, que transforma a vida da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, em uma fábula infantil. “A literatura tem essa questão de ser uma referência, de nos fazer se enxergar. E quando a gente tem essas referências de verdade, elas nos empoderam, nos dizem que com a rede certa, e com as pessoas que apoiam a gente, podemos chegar lá”, disse.

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A 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo ocorre entre os dias 2 e 10 de julho, no Expo Center Norte. Nesta sexta-feira (8), a organização da Bienal informou que os ingressos para o último final de semana do evento estão esgotados.

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