Diante de uma série de denúncias publicadas pela imprensa na última semana, entidades representativas estudantis como a UNE (União Nacional dos Estudantes), a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a ANPG (Associação Nacional de Pós-graduandos) pedem a saída do quarto ministro da Educação do governo Bolsonaro, o pastor e professor Milton Ribeiro. O ministro é acusado de favorecer outros pastores no repasse de verbas da pasta, a pedido do presidente da República.
Na nota conjunta divulgada nesta terça (22), UNE, UBES e ANPG manifestam indignação com o caso. Para as três entidades, Milton Ribeiro perdeu “todas as condições de permanecer no cargo”.
“No momento em que vivemos a maior crise da educação brasileira, quando milhares de jovens evadem das escolas e universidades e pós-graduandos padecem com 9 anos de bolsas congeladas, realidade que exigiria do Ministro um grande esforço para reverter esse cenário, vimos o ministério ser transformado num grande balcão de negócios a céu aberto para alimentar esquemas eleitorais do presidente”, afirma um trecho do texto.
Em Brasília, parlamentares também estão se movimentando diante da denúncia. Os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Felipe Rigoni (União Brasil-ES) entraram, junto do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), com uma ação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ministro da educação, alegando improbidade administrativa.
As acusações contra Milton Ribeiro
As denuncias começaram a vir à tona na sexta-feira (18) com uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. O texto aponta a existência de um “gabinete paralelo” no MEC (Ministério da Educação) formado por pastores, que controlaria a distribuição da verba e a agenda do ministério. Os pastores da Assembleia de Deus, Gilmar Santos e Arilton Moura, foram apontados como parte do esquema.
Na noite de segunda-feira (21) a crise no MEC escalou com a publicação de uma nova reportagem, desta vez pela Folha de S. Paulo. O jornal obteve um áudio em que Milton Ribeiro admite, em reunião, que favorece amigos de pastores por indicação de Jair Bolsonaro. O nome de Gilmar Santos aparece novamente.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar. Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirma Ribeiro na gravação.
O ministro se manifestou por nota na terça-feira (22), alegando que “não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”. Também declarou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, não pediu atendimento preferencial a ninguém.
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