O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, deixou a carceragem da Polícia Federal de São Paulo nesta quinta-feira (23), após a decisão do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Ele teve a prisão preventiva pela Polícia Federal (PF), na última quarta-feira (22), em razão da operação que investiga a responsabilidade dele no suposto gabinete paralelo do MEC, um esquema de favorecimento de pastores evangélicos.
Expedido por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, o mandato contra o ex-ministro citou supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
O desembargador Ney Bello mandou soltar mais quatro presos na operação PF de quarta-feira, entre eles, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
Gabinete paralelo e o balcão de negócios do MEC
Em um áudio obtido pela Folha de S. Paulo em março deste ano, Ribeiro afirmava priorizar pastores no repasse de verbas do MEC – segundo ele, “um pedido especial do presidente da República”. A solicitação seria o direcionamento de verbas do ministério para prefeituras específicas, previamente negociadas por dois pastores: Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb), e Arilton Moura, ligado à Assembleia de Deus. Ambos sem nenhuma relação oficial com o governo federal.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse o ministro na conversa gravada. A partir disso, começaram suspeitas de que Ribeiro e os pastores integravam um “gabinete paralelo” dentro de MEC, controlando as verbas e a agenda do ministério.
Após as denúncias, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o ex-ministro e disse que botaria sua “cara no fogo” por ele. Disse ainda que era “covardia” as acusações contra Milton Ribeiro. Na carta de exoneração entregue ao presidente no fim de março, Ribeiro disse que não se tratava de uma despedida, e sim de um “até breve”, e que voltará para ajudar seu país e o Presidente Bolsonaro após provar sua inocência.
Milton Ribeiro entrou no MEC em julho de 2021 e foi alvo de críticas após defender que o acesso à universidade deveria ser “para poucos”. Após sua saída, o secretário-executivo, Victor Godoy Veiga, ficou no comando da pasta interinamente e, semanas depois, assumiu oficialmente o cargo.
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