Não sou boa em conselhos. Posso fazer Psicologia?
Orientador profissional esclarece
Tenho grande desejo e curiosidade na área, mas não sou boa em conselhos, até mesmo para meus próprios amigos. Devo procurar outro curso?
Enviado por Fernanda
A disposição para cuidar do bem estar psicológico das pessoas é um fator importante para o desenvolvimento da carreira em Psicologia, mas isso não significa disposição para “dar conselhos”. De fato a visão mais corrente do trabalho deste profissional é sua intervenção clínica, ou seja, o atendimento de clientes em processos de psicoterapia que visam a promoção do autoconhecimento e a superação de dificuldades emocionais. No entanto, a Psicologia é bastante ampla e permite a intervenção em diversos outros setores da vida, a partir de diferentes “estilos pessoais”.
Há diversas áreas de atuação em Psicologia, como Psicologia Escolar e Educacional, Clínica, Neuropsicologia, Hospitalar, Jurídica, Social, do Esporte, Organizacional, entre outras. Consulte este link; lá você encontrará uma descrição destas áreas.
A formação em Psicologia contempla o estudo de aspectos teóricos e práticos relacionados a todos os processos mentais, como a aprendizagem, a percepção, a relação entre a subjetividade e as determinações sociais, o desenvolvimento da inteligência, a avaliação de características psicológicas e de capacidades e potenciais mentais, a construção e as características de personalidade dos seres humanos, a identificação de habilidades desenvolvidas e/ou obstáculos para a execução de atividades, entre outros.
Tais conteúdos habilitam o psicólogo a trabalhar com o tratamento de distúrbios psicológicos por meio de diferentes modelos e estratégias de psicoterapias; pode também trabalhar em diferentes ambientes na promoção de saúde mental e desenvolvimento de alunos nas escolas; nos ambientes de trabalho contribuindo para maior satisfação e rendimento; em hospitais, no atendimento a portadores de necessidades físicas e mentais especiais; junto a equipes esportivas ampliando o desempenho; contribuindo para relações mais harmoniosas, em instituições destinadas ao acolhimento ou retenção de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social ou que agiram em conflito com a lei e na melhoria da qualidade de vida de idosos ou pacientes terminais, entre outras possibilidades.
Com raríssimas exceções, não há características pessoais que de fato impeçam o ingresso em uma profissão. Ao contrário do que geralmente se acredita, não existe um “casamento ideal” entre uma profissão e características pessoais.
As profissões permitem exercícios muito variados e mudam ao longo do tempo. No caso da Psicologia, a diversidade de setores de atuação vem acompanhada de diferentes “fazeres” que mobilizam características diversas do profissional. Há ainda uma diversidade de técnicas de intervenção, algumas mais expressivas, outras mais contidas. Você até pode ser professora – de Psicologia – ou se envolver com pesquisas na área (se fizer pós-graduação).
Considere que também as pessoas se modificam ao longo do tempo: “constroem-se” nas relações com as outras pessoas, com os ambientes e com as rotinas com as quais lidam. Inevitavelmente, o profissional recém-graduado é “diferente” daquele aluno que um dia iniciou a formação.
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