Sou apaixonada por línguas, como Inglês, Espanhol e Francês, e me identifico muito com Relações Internacionais. Entretanto, sempre pendi para o Direito por saber que, graças ao imenso leque de opções de carreira, é possível que eu obtenha destaque. Na área de RI, por sua vez, há escassas possibilidades de atuação prestigiosas e rentáveis, seria unicamente a carreira diplomática pelo Instituto Rio Branco, que é meu maior sonho. Para habituar-me, participo frequentemente de simulações da ONU para secundaristas. Infelizmente, passar nesse concurso é tarefa quase que impossível. A dúvida, então é: aventurar pelo Direito pela certeza de sobressair na profissão ou seguir meus anseios e cursas RI, sabendo do imenso risco que corro? Eis a questão!Enviado por Júlia Marssola Loures
É interessante apontar que em sua pergunta você utiliza expressões enfáticas e impactantes, como "apaixonada", "imenso leque", "tarefa quase impossível". Sua análise sobre as profissões citadas relaciona-se com as tendências atuais. Cabem algumas observações. As oportunidades de inserção profissional e de construção de sólida carreira apoiam-se em vários fatores como qualidade da formação e de estudos complementares, construção de uma boa rede de contatos pessoais e profissionais, realização estágios, momento e direção da economia do país, número de profissionais formados, entre outras.
A busca da otimização destas variáveis ampliam as oportunidades e diminuem os riscos, mas estes sempre estarão presentes de alguma forma, pois tanto as pessoas como a realidade da dinâmica do trabalho mudam ao longo do tempo.
A opção, portanto passa pela ampla análise e pela melhor formação para que estes riscos diminuam. Diminuídos os riscos, a realidade pode ser vista avaliada com menores "ênfases e impactos". Como você sabe, o ingresso no Instituto Rio Branco ocorre para qualquer bacharel. Áreas que encontram maior facilidade em função da natureza das provas são Direito, Economia, Relações Internacionais, Ciências Sociais, Geografia, História.
Nesse sentido a opção por Direito não eliminaria seu projeto de carreira diplomática. Da mesma forma a especialização em Direito Internacional ou Comercial permitiriam boa aproximação quanto às atividades em Relações Internacionais. Note, porém, que a graduação em Direito é a segunda mais procurada em todo o Brasil, atrás apenas de Administração. Mesmo passando pelo forte filtro do exame da Ordem dos Advogados do Brasil, há um número muito grande de profissionais atuantes, o que desafia o recém-formado a buscar formação continuada, bem como limita perspectivas de rendimento que muitas vezes são idealizadas.
Por outro lado a carreira em Relações Internacionais ainda é relativamente recente no Brasil. Vem se consolidando aos poucos, mas também pode ofertar boas oportunidades a partir dos mesmos critérios de qualidade, formação e construção de carreira. A realização principalmente de formação pós-graduada no exterior pode alavancar este profissional.
Quanto ao ingresso no Instituto Rio Branco, há vários e bons cursos preparatórios ao exame. Cabe você avaliar recursos como financeiros e tempo que poderá depender para se preparar. Em uma escolha estão presentes conflitos que buscamos resolver colocando em uma balança argumentos a favor e contra. Entretanto, quase sempre nos deparamos com um equilíbrio que nos incomoda.
Para resolver este impasse é preciso que se reconheça que há também elementos emocionais envolvidos no processo; de outra forma, é preciso assumir os riscos inerentes à escolha por meio de um ato de coragem que ancore o projeto profissional e de vida. Saiba inclusive que esta escolha é apenas inicial: novas ocorrerão a parir dela.
Como você deve ter visto o dilema é sim passável, apesar da certeza absoluta não existir.
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