Remuneração deve mesmo ser considerada na hora da escolha profissional?
Orientador profissional dá dicas para lidar com as dúvidas
Depois de muito tempo pensando sobre qual profissão seguir, decidi fazer psicologia. Entretanto, dizem que não é uma profissão bem remunerada e são 5 anos de curso. Eu preciso arrumar um bom emprego o quanto antes e fico meio confusa. Devo fazer psicologia, que foi o que me agradou, ou uma faculdade mais curta em que eu consiga começar a trabalhar o quanto antes? Tenho 18 anos e preciso decidir logo. O que devo priorizar?
Taynara
Oi Taynara!
A remuneração possível em uma carreira depende de vários fatores. Os dados fornecidos por pesquisas que apresentam a remuneração média devem ser considerados. Essas informações mostram a condição geral na qual uma determinada profissão está exposta. Isto se deve à importância social agregada a cada área, ao conhecimento aprofundado exigido do profissional, e à responsabilidade a que está submetido quanto a suas decisões.
Outro fator envolvido é a relação entre oferta e procura de profissionais, ou seja, o número de profissionais formados versus o número de empregos oferecidos.
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Em praticamente todas as profissões há fatores, no entanto, que permitem a obtenção de ganhos acima da média. Busca por melhor qualificação profissional e por formação cultural mais ampla, construção de rede de contatos pessoais e profissionais mais qualificados e até investimentos de recursos financeiros podem romper certas barreiras.
O curso de psicologia de fato tem duração de 5 anos. Em algumas faculdades ele é oferecido em período integral (principalmente nas públicas), o que dificulta a obtenção de empregos que exijam 40 horas semanais de dedicação. A grande maioria das faculdades particulares oferece esta formação em meio período, com bastante oferta no horário noturno. É possível também conquistar estágio na área principalmente a partir do quarto ano.
Há sim cursos de menor duração, principalmente os cursos na modalidade tecnológica (com duração média de 2 anos) e atravessam áreas como administração e informática; nenhum se aproxima fortemente da psicologia. Nesse sentido, se a opção for abdicar da psicologia, é necessário um bom processo de pesquisa e análise para que sua escolha não esteja apenas limitada por necessidades econômicas.
Não há como afirmar qual deve ser sua prioridade. A escolha de uma carreira depende dos valores nos quais cada indivíduo se baseia.
Enfrentar os desafios que o mercado de trabalho impõe, abdicar de uma área de grande interesse, encontrar a síntese entre desejos e possibilidades, são escolhas e ações que devem ser realizadas por você mesma, amparada em informações qualificadas, uma boa análise dos fatos, discussões colaborativas com as pessoas significativas para você e coragem para enfrentar as inevitáveis perdas parciais – toda escolha traz consigo a perda das opções deixadas de lado.