Sou inconstante e não quero trabalhar com algo monótono. O que devo fazer?

Estou fazendo curso pré-vestibular e ainda não sei o curso que quero fazer. Já fiz vários testes vocacionais (do Guia do Estudante diz que sou idealista). Sempre pesquiso pra ver se me identifico com algum, mas sempre que acho que já decidi, eu mudo de ideia. Eu gosto muito de inglês, tenho facilidade com computadores, textos, mas não sou criativa ou paciente suficientemente. Haveria algum curso que abrangeria pelo menos a maioria destes gostos?
Enviado por Mayara Melo

Há com certeza vários cursos que podem satisfazer em parte seus interesses. Mas a questão é ainda maior: as características que você apresenta hoje podem se alterar ao longo da vida, bem como os cursos e as profissões. Por outro lado, há diversas formas de realizar atividades em cada profissão, o que multiplica as possibilidades de escolha.

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No entanto a maior dificuldade no processo de escolha de uma profissão não é o número de opções e sim o fato de que não é possível escolher várias ao mesmo tempo. Isso porque ao escolher uma deixa-se de lado todas as outras; a sensação é que as características pessoais que se considera melhor se desenvolverem nessas opções descartadas também seriam postas de lado, o que não é totalmente verdade.

Os testes vocacionais apenas servem como indicativos e contribuem pouco para a decisão. Para uma decisão consciente há muito trabalho envolvido. Certo grau de ansiedade é necessário para que as pessoas se movimentem; mas vá com calma, pois muita ansiedade pode imobilizar.

De início, conheça todas as possibilidades que existem sem se preocupar em fazer sua escolha. Veja todas as profissões que existem e faça uma lista das que te interessaram; assim você reduzirá o número de opções. Aprofunde a pesquisa daquelas que mais lhe atraem. Agregue a estas pesquisas a busca de compreensão de como funciona a dinâmica do trabalho na sociedade.

Faça uma reflexão sobre si mesma: resgate sua história pessoal e os interesses que já apresentou na vida, habilidades já desenvolvidas; pense também no que deseja para sua vida, que projetos você já esboçou. Uma forma interessante de fazer isto é conversando com pais e amigos: peça a eles que expressem como lhe veem. Tome as opiniões como ajuda como auxílio para se conhecer. Mas não espere (e não aceite) que alguém indique o que lhe “completa”: você é quem terá que “construir” sua opção. Pense em como você construiu seu modo de ser até agora, mas lembre-se que isso deve lhe ajudar a pensar quem você pretende de ser no futuro; você pode querer mudar certas características.

Ao final do processo saiba que sua decisão deverá contar com um “ato de coragem”, por meio do qual você encarará os desafios e riscos inerentes a qualquer escolha.

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