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Storytelling: como saber contar boas histórias pode ajudar sua carreira!

Usar boas narrativas de forma estratégica pode ajudar profissionais e empresas a ganharem mais destaque no mercado e conquistar o público

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 21 dez 2020, 18h57 - Publicado em 8 out 2020, 13h37
 (Juliana Vitória / Freepik/Reprodução)
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Quem não gosta de uma boa história? Seja em conversas casuais, vendo filmes ou lendo livros, as narrativas estão presentes em vários momentos da vida de alguém. Mas essa habilidade também pode ser aproveitada na vida profissional. A prática do storytelling tem ganhado destaque no mundo corporativo como uma estratégia eficaz para melhorar a comunicação e garantir a conexão com vários públicos. Descubra mais sobre a prática!

O que é storytelling?

Especialista em storytelling e marketing digital, Anna Laura Neumann explica que, de forma geral, o storytelling é uma metodologia para contar histórias. “E a gente conta histórias desde a época dos homens das cavernas. De uns anos para cá, o mundo corporativo começou a enxergar as histórias de um jeito diferente. Hoje, o storytelling é utilizado para tornar a comunicação mais humana e empática, fazendo com que as marcas possam criar uma conexão com o público, com uma comunicação mais pautada pela emoção”, esclarece.

Comunicando com emoção, profissionais e empresas conseguem alcançar pessoas de forma diferente e impactar suas percepções e memórias, de acordo com Anna. “Se você só quer vender algo, ninguém ficará interessado e deixarão de prestar atenção. Mas contando uma história que cria conexão, você consegue a atenção, que hoje é rara e cara. Profissionais também ganham muito em suas carreiras com isso, inclusive para se posicionar no mercado e até conseguir uma vaga de emprego”, analisa.

Flávio Muniz, especialista em marketing digital e estratégias online pela Universidade de Harvard, complementa que o storytelling envolve a arte de empacotar e moldurar fatos em formas de narrativas. “Isso vale desde dados científicos, acadêmicos ou uma bula de remédio. Somos storytellers por natureza. Estudos mostram que lembramos um assunto em forma de história 22 vezes mais do que um fato solto. As narrativas, envoltas em emoção, conseguem criar uma atmosfera que traz o interlocutor para mais perto e torna assim a comunicação mais impactante”, ressalta.

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E saber contar boas histórias pode alavancar a carreira de um profissionais, de acordo com Flávio. “Seja autônomos ou alocados dentro de uma empresa, os profissionais que sabem contar histórias conseguem facilitar a comunicação. E quem se comunica melhor, tem mais chances de crescer profissionalmente. Você ganha destaque no mercado com o storytelling, por fazer se entender de forma objetiva, e melhores resultados por conta da empatia e de uma compreensão maior com outras pessoas. É uma arma muito forte”, garante.

Desenvolvendo narrativas envolventes

Mas criar um bom storytelling não é uma tarefa nada fácil, que exige muito tempo e dedicação. “É um processo longo, uma maratona. De forma prática, depende muito do projeto. Já fiz o aniversário de uma empresa e criei um teatro com a história do fundador. No digital, você tem uma história a cada novo post. Posso falar de produto, serviço, um funcionário, cliente ou o fundador da empresa. Tudo isso são pontos de contato que ajudam a estruturar a história da marca. E todo mundo tem histórias incríveis para contar, a gente só precisa querer descobri-las”, garante Anna.

Mas ela ressalta que o storytelling não é só sobre histórias bonitas onde tudo dá certo. “É muito importante que o profissional tenha o entendimento que as histórias têm o momento ruim. A jornada do herói, uma das técnicas mais famosas, só acontece quando ele passa por momentos difíceis e depois se supera. É uma forma de se mostrar mais humano e isso nas redes sociais é muito importante. É preciso compartilhar também dificuldades e eventuais fracassos”, pondera.

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Quando um profissional ou uma marca se posiciona como alguém capaz de errar, consegue se conectar melhor com sua audiência e se desculpar por eventuais falhas. “As pessoas tem um milhão de canais para reclamar e apontar onde alguém errou. Se você se torna mais humano, pode chegar e pedir desculpa, se retratar. Quando você conta uma história, vem uma informação, então as pessoas conseguem entender melhor o que você quer dizer. As histórias ajudam a tornar essas áreas mais duras, mais acessíveis”, explica.

Técnicas de narrativas eficazes

Flávio comenta que existe uma overdose de informações disponíveis e isso faz com que a atenção seja reduzida e empresas enfrentem dificuldades para serem notadas de forma eficaz. Nesse sentido, o storytelling pode ajudar. Para isso, é preciso ser específico para que a pessoa se transporte para o cenário desejado. É um detalhe dentro de inúmeros da narrativa que ajudam. Para auxiliar nesse processo, ele indica três técnicas que ajudam a criar um bom storytelling:

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#1 Incluir histórias pessoais

O objetivo é que os detalhes engajem e tragam as pessoas para perto. Podem ser fatos sobre seu dia, rotina ou histórias do passado. “Com um simples detalhe, você consegue prender a atenção e trazer o ouvinte para dentro da história, com um laço mais profundo. Em 90% dos casos, isso gera identificação e as pessoas se conectam. Isso precisa acontecer logo de cara, porque se não a pessoa se cansa e perde o interesse. A história serve para que nesse começo haja essa ativação de conexão e a atenção seja conquistada”, esclarece.

#2 Use a regra dos 3

Muitas vezes é interpretada como o começo, meio e fim, mas vai além disso. A ideia é conectar a audiência com a história em 3 momentos. Flávio aponta que, segundo a neurociência, o cérebro processa melhor histórias com 3 elementos por padrões de reconhecimento. “Se eu te contar um caso, você talvez esqueça. Se resumir em dois pontos, também. Mas quando são três elementos, o cérebro automaticamente se conecta com mais facilidade. Não é à toa os sucessos como Os 3 Porquinhos, os 3 Mosqueteiros ou o Comer, Amar e Rezar. Todos respeitam essa regra. E você pode aplicar isso em uma argumentação, pitch ou reunião. Com 3 elementos, as pessoas ficam mais atentas por causa dos padrões cerebrais que temos há séculos”, ensina.

#3 Tenha altos e baixos

Como citado anteriormente, o storytelling não envolve apenas momentos bons. Flávio indica que se cada pessoa observar a própria vida, seja profissional ou pessoal, vai observar que não existe uma história linear. “Não somos vitoriosos e felizes o tempo todo. São os momentos de conflito e divergência que fazem as histórias interessantes e naturais. Conflitos são impactantes porque são histórias comuns a todas as pessoas, assim como fracassos e falhas. A conexão é imediata. Por isso temos heróis e vilões nas histórias, para trabalhar esses contrapontos”, afirma.

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Como se tornar bom em storytelling

Anna recomenda consumir diversos conteúdos como livros, filmes e séries em diversas áreas do conhecimento. “Da ficção até sua área de atuação, busque coisas diferentes. O que você puder explorar vai dar asas para sua imaginação. Mas, o principal é querer ouvir e ter a vontade genuína de levar essas histórias adiante. O storyteller precisa ser curioso e ter uma empatia muito grande para querer conversar e conhecer as pessoas. No fim das contas, é sobre conexão”, garante.

Mas para isso, é preciso de muita prática, aponta Flávio. “Quando somos jovens, acabamos podando essa habilidade por conta de acontecimentos da vida. Mas isso está guardado dentro de nós. Conseguimos desenvolver essa competência quando contamos histórias para pessoas próximas. É uma forma de reaver essa habilidade. Observe também grandes narradores, vendo como utilizam pausas e artimanhas para deixar as histórias mais envolventes. Silvio Santos e o CEO da Pixar Ed Catmull são exemplos interessantes”, indica. Flávio também recomenda o trabalho de Carmine Gallo.

Anna finaliza garantindo que não existe fórmula perfeita para criar um bom storytelling por conta das diversas variáveis que podem estar envolvidas. Para quem quer se aprofundar mais no assunto, Anna recomenda estudar a técnica da jornada do herói e o livro O Guia Completo do Stortelling de Fernando Palacios e Martha Terenzzo. Ela ainda indica acompanhar o trabalho de Bruno Scartozzoni, pioneiro do storytelling corporativo no Brasil.

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Este texto foi originalmente publicado no portal Na Prática, parceiro do Guia do Estudante.

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