Curso engenharia, estou no 3º período em uma federal, mas não me sinto estimulado a estudar. Fiz uns testes vocacionais e vi que eu tinha mais a ver com a área de humanas, o que talvez seja verdade, por eu sentir vontade de explicar o ser humano. Mas, em contrapartida, já tenho um filho bebê e ele não pode esperar eu me formar quando achar o curso ideal, por mais que meus pais estejam me ajudando financeiramente. Estou muito confuso.
Enviado por Ronaldo Neto
Esta é uma decisão que ultrapassa dúvidas mais básicas relacionadas à falta de informação sobre as profissões, por exemplo. A responsabilidade pela criação de seu filho coloca elementos que tornam o processo mais complexo. Por um lado você cursa uma boa universidade (federal), gratuita, em um curso que promove status social e que pode garantir bons rendimentos no futuro, desde que realizado com empenho e que você se dedique a manter-se atualizado e atento às oportunidades profissionais. Por outro, não se identifica com o curso.
Faça-se algumas perguntas: as atividades profissionais da engenharia escolhida lhe atraem? Vale a pena atravessar o curso, mesmo sem muita identificação com as disciplinas, de forma a trabalhar com o objeto de sua engenharia? Seu interesse pelo ser humano pode encontrar espaço no trabalho como engenheiro (como a dedicação a certificações ambientais, segurança do trabalho, construção de moradias populares, etc, em função da área da engenharia?). É possível realizar estudos complementares livres ou de pós-graduação que “humanizem” sua formação? Estando no terceiro período (pouco mais de um ano de curso), está em contato com matérias mais introdutórias? Você já pesquisou como serão as disciplinas de caráter mais profissionalizante? Já conversou com a mãe de seu filho, com amigos e familiares a respeito de suas questões?
Depois de refletir sobre estas e outras questões similares, há outros passos, como eventualmente identificar que novo curso realizar, se suas conclusões o levarem a este caminho. Se não, enfrente com a mesma coragem a decisão de permanência na atual graduação. Novas escolhas e caminhos poderão se abrir no futuro, como a abertura de negócio próprio, a realização de pós-graduações que o aproximem de outros interesses, ou mesmo uma segunda graduação.
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