Não importa quantas etapas um processo seletivo tem antes da contratação, nem mesmo o quanto você busca saber, por conta própria, sobre a empresa. Nunca é possível ter certeza do que está por vir – ainda mais quando se trata do primeiro emprego.
“E se eu estiver criando uma expectativa muito alta?”, “E se a cultura não for exatamente aquilo que está nos vídeos institucionais?”, “E se eu não não gostar dos jobs ou não conseguir me integrar na equipe?” Estas são perguntas frequentes para quem acabou de começar a carreira.
Para trazer algumas dicas de como se preparar e lidar com as mais diversas situações da melhor forma possível, conversamos com Daniela Schiano, sócia na Weplace, consultoria que assessora na busca de profissionais e gestão de pessoas.
1. “Não sei o que esperam de mim”
Existem algumas situações que são comuns nos primeiros dias de um emprego novo e acabam gerando ansiedade. Entre elas, Daniela destaca a recepção do profissional e o alinhamento de expectativas entre ambas as partes.
“O jovem recém-contratado pensa muito em como será integrado ao novo local e como as pessoas irão se comportar em relação a ele. Também quer descobrir rápido o que esperam dele, quais serão as suas atividades e as expectativas por parte de superiores e pares”, diz ela.
Ao responder sobre qual é a melhor forma de lidar com cada uma dessas circunstâncias, Daniela é categórica ao afirmar que o principal é nunca agir de forma impulsiva.
“É a premissa básica para lidar no ambiente de trabalho. Além disso, é muito importante ser observador, ler o espaço, procurar entender as dinâmicas de trabalho e as relações entre pessoas e áreas para tomar os caminhos”, comenta.
2. Conflitos internos na equipe
Quanto às situações de conflito interno, a consultora acredita que independentemente do cargo e do nível hierárquico, a falta de respeito e de bom senso são os fatores que, com mais frequência, originam os confrontos.
“Estes valores devem fazer parte da vida profissional desde o início! É importante ter um mentor que direcione o jovem em suas atitudes para que possa se aconselhar, tirar dúvidas e até ser alertado sobre possíveis falhas e erros no percurso“, diz.
Além disso, é interessante realizar uma autoavaliação do comportamento diante de situações de pressão para adquirir, aos poucos, a maturidade que o mercado exige nos posicionamentos e na postura cotidiana.
3. Choque entre gerações
De maneira geral, Daniela acredita que o choque entre gerações seja um conflito existente no primeiro emprego de muitos jovens. Isso porque, muitas vezes, os recém-formados são liderados por gestores mais velhos.
“Atualmente acredito que os superiores sintam dificuldade em liderar os jovens, pois a relação com o trabalho é vista de diferentes formas. Os mais novos buscam uma relação de equilíbrio, realizações mais imediatas e flexibilidade nas condições de trabalho. Em contrapartida, os gestores buscam uma relação de compromisso, dedicação integral e longos períodos de maturação.”
Para lidar com o choque com outras gerações e aliviar os conflitos resultantes, Daniela aconselha “buscar um meio termo na relação” para que os dois lados convivam de forma harmônica no ambiente de trabalho.
4. Dificuldade em trazer à tona assuntos sobre o futuro
Ainda que seja o início de um primeiro emprego, dúvidas quanto às possibilidades de crescimento e próximos passos dentro da organização são comuns.
Para conseguir saná-las, a melhor maneira é identificar, observando o ambiente, os momentos propícios para as conversas que esclareçam os pontos de incertezas. Caso seja possível, o ideal é ter um papo aberto e honesto com o gestor, de maneira frequente.
O importante é buscar experiências que sejam coerentes com o próprio planejamento de carreira. Focar nos aprendizados necessários e procurar estar ao lado de pessoas que podem ajudar neste período de desenvolvimento.
Esta matéria foi publicada originalmente no portal Na prática, da Fundação Estudar.