Ensino a distância não é sinônimo de facilidade
Modalidade alia praticidade ao estudo, mas nem por isso exige menos esforços
Os cursos de ensino a distância (EaD) são capazes de aliar praticidade a uma educação de qualidade. Não por acaso, essa modalidade se popularizou e também se expandiu muito nos últimos anos: em apenas uma década, de 2003 a 2013, o número de estudantes saltou de 49 mil para 1,1 milhão, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Fabíola Brito, coordenadora pedagógica de EaD da Universidade Anhembi Morumbi, conta que esses cursos geralmente são procurados por “pessoas que já estão no mercado de trabalho e buscam a segunda graduação ou a formalização de um conhecimento”. A educação a distância contorna, portanto, o problema de quem não pode se deslocar todos os dias até a sala de aula. Além disso, há casos em que a oferta presencial em uma localidade não cobre o interesse do aluno, e a EaD pode suprir essa necessidade.
Flexibilidade não é facilidade
O fato de as aulas não serem 100% presenciais possibilita que o aluno crie seu próprio ritmo de estudos, como destaca Karina Santana Monteiro, que cursa Pedagogia a distância pela Universidade Braz Cubas. “Nós fazemos o nosso horário, e o valor da mensalidade é bem menor que o dos cursos presenciais. Temos a comodidade de fazer tudo sem sair de casa para depois ter o mesmo reconhecimento”.
Essa flexibilidade, no entanto, muitas vezes é confundida com facilidade. Há quem acredite que um curso EaD é mais fácil ou simples que um curso presencial, mas isso definitivamente não é verdade. “Um curso de EaD exige muita disciplina, muito mais que um curso presencial, pois o aluno não terá a presença de um professor ditando o ritmo da aprendizagem e da realização das atividades relativas ao conteúdo”, explica Fabíola. Um curso EaD pode não exigir a presença física, mas exigirá muito mais dedicação aos estudos e disciplina para cumprir todas as atividades.
Organização
Para aproveitar bem um curso a distância é essencial manter a regularidade nos estudos. Definir um plano de estudos que organize a agenda de leitura e de resolução de exercícios, por exemplo, é um bom caminho a ser seguido.
“Elabore um plano semanal de estudos compatível com sua rotina. Se necessário, faça a revisão do plano, mas nunca o abandone”, explica Alcir Vilela Junior, coordenador da graduação EaD do Centro Universitário Senac.
No entanto, nada disso irá funcionar se o aluno não disponibilizar seu tempo para os estudos. “Jamais acumule longos períodos sem realizar as leituras, trabalhos e exercícios propostos. Uma semana de defasagem já implica, normalmente, em um acúmulo muito grande a ser recuperado”, explica Junior. Por isso, é sempre bom que o aluno faça uma análise das suas prioridades.
Oportunidades
Os cursos de ensino a distância oferecem tantas oportunidades quanto os presenciais. Um exemplo são as atividades de pesquisa e extensão, que não devem ser deixadas de lado. Há também um grande potencial de criação de networking, já que as turmas EaD costumam ter uma diversidade muito ampla de pessoas de vários locais do país que possuem experiências profissionais diferentes.
Junior destaca que o perfil dos egressos de cursos EaD e presenciais é o mesmo. “Isso implica dizer que os mesmos conhecimentos, habilidades e atitudes são demandados”. Mas, é preciso escolher com atenção a instituição onde realizar o curso a distância. O aluno deve sempre dar preferência a cursos de instituições reconhecidas e bem avaliadas pelo Ministério da Educação (MEC), além de optar por um modelo que atenda às suas necessidades.
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