O ensino a distância (EaD) vem conquistando cada vez mais relevância na sociedade e no mercado de trabalho. Dados do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) mostram que, somente entre os anos de 2009 e 2013, a modalidade cresceu 37,5% no Brasil.
A grande procura por cursos EaD pode ser explicada por um fator bastante simples: o acesso à educação para quem não tem tempo ou condições de se deslocar até uma escola ou universidade. “Existe uma demanda no país que não consegue ser atendida pelos meios tradicionais de ensino”, explica Pavlos Dias, gerente nacional de operações da Blackboard, empresa de tecnologia para educação.
“O aluno a distância tem essa flexibilidade para estudar de casa, no intervalo do trabalho, e fazer os próprios horários. Por isso, muitas pessoas que já trabalham optam pela modalidade”, exemplifica.
Habilidades desenvolvidas
A independência da sala de aula e da cobrança física do professor permite que o aluno a distância desenvolva algumas habilidades importantes – e que têm alto potencial para serem um diferencial na hora de conquistar uma vaga no mercado de trabalho. “Como o estudante não tem o ambiente de sala de aula que está puxando ele e obrigando a participar da aula todo dia, ele tem que aprender a fazer isso de outras maneiras”, afirma Dias.
Com isso, o aluno EaD acaba criando, por exemplo, um senso mais apurado de urgência, organização e resolução de problemas. Mas, apesar de essas habilidades serem um grande atrativo para o mercado de trabalho, a ideia de contratar pessoas formadas a distância é algo recente para os empregadores.
Segundo Dias, apesar de muitos recrutadores ainda não estarem preparados para identificar as diferenças entre alunos da educação presencial e da educação a distância, já há quem enxergue determinadas competências específicas nos profissionais que realizaram um curso a distância. “Algumas delas, talvez as mais notórias, são a autogestão e automotivação dos alunos EaD”.
Mercado de trabalho
No entanto, mesmo com essa abertura, não é possível dizer que o mercado de trabalho se encontra erradicado do preconceito contra o ensino a distância. Segundo Dias, esse processo é completamente normal, já que a aceitação a algo novo tende a ser gradual. “A resistência já foi muito maior do que é hoje. As pessoas têm uma tendência para questionar o novo, e é difícil aceitar algo tão disruptivo”, afirma.
Mas, nesse meio tempo, o que estudante e instituição de ensino podem fazer para continuar fortalecendo a imagem do ensino a distância? “O papel do aluno é ser firme e mostrar para o empregador na hora de uma entrevista o quanto esse curso EaD foi importante para a vida dele”, conta Dias, que ressalta ser essencial explicar o porquê da decisão pelo ensino ao distância ao invés do presencial. “Isso mostra para o empregador novas características sobre o candidato – que às vezes ele não foi capaz de enxergar – e que são muito mais importantes do que se a graduação foi feita ou não presencialmente”.
Já as escolas devem estar sempre atentas às avaliações realizadas pelo Ministério da Educação (MEC), que libera anualmente indicadores como o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Conceito Enade. Os cursos são pontuados em valores de 1 a 5 – notas altas, como 4 e 5, mostram não só a regularidade da instituição, mas também a qualidade do curso frente ao mercado de trabalho.
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