Medicina
Conheça todas as áreas de atuação, o mercado de trabalho e as instituições de ensino que oferecem o curso de Medicina

O médico investiga a natureza e as causas das doenças humanas, procurando sua cura e prevenção. A saúde humana é o objeto de estudo do médico. Ele pesquisa, previne e trata disfunções e moléstias. Para isso, é imprescindível que ele esteja sempre bem informado e atualizado a respeito de novas drogas, técnicas e tecnologias.
Faz diagnósticos, pede exames, prescreve medicamentos e realiza cirurgias. Participa também de programas de prevenção e de planejamento da saúde coletiva. Há trabalho para o médico em hospitais, clínicas, postos de saúde e empresas. Grande parte atua em consultório próprio.
Fique de Olho
ESPECIALIZAÇÕES E SOBRECARGA DE TRABALHO
A edição mais recente do estudo Demografia Médica no Brasil (2015), do Conselho Federal de Medicina, revelou alguns aspectos práticos da rotina profissional do médico. Metade deles fez residência em apenas seis especialidades: clínica geral, pediatria, cirurgia geral, ginecologia, anestesiologia e cardiologia. Quanto à carga de trabalho, somente 22% têm apenas um emprego. Mais da metade atua em dois ou três locais diferentes. Quase 20% possuem quatro ou cinco empregos, e 5% deles sobrevivem trabalhando em seis ou mais lugares!
MAIS CURSOS E VAGAS PARA MEDICINA
Em agosto de 2017, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a abertura de 11 novos cursos de Medicina nas regiões Sul e Sudeste do país. As novas graduações reúnem 710 vagas de um total de 2.305 que devem ser abertas em todo o país, conforme edital publicado em 2014. Segundo o MEC, os cursos devem iniciar as atividades ainda em 2017. Entre as instituições contempladas estão Estácio (RJ), Feevale (RS), Unisinos (RS) e Uninove (SP). Conforme as diretrizes curriculares homologadas em 2014, os cursos vão privilegiar a inserção do aluno nas redes de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e o trabalho em equipe multiprofissional.
USP BAURU
Em 2018, a USP também lançará um novo curso de Medicina, em Bauru (SP). São 60 vagas em período integral, sendo 42 vagas delas para ingresso por meio da Fuvest e 18 pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), na modalidade destinada a estudantes que cursaram o Ensino Médio integralmente em escolas públicas. O atual Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) deve ganhar 200 novos leitos e servirá como hospital-escola para os alunos do curso.
NOVO CURRÍCULO E AVALIAÇÃO NACIONAL
Desde 2014, estão em vigor as novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Medicina. Entre as principais mudanças está o estágio obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção básica e no serviço de urgência e emergência, com duração mínima de dois anos, com 30% da carga horária cumprida no SUS.
A resolução determina, ainda, que os estudantes devem ser avaliados, por meio da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem), a cada dois anos (no segundo, quarto e sexto anos). O primeiro exame já ocorreu em 2016. Cerca de 91% dos estudantes encontram-se no nível de proficiência adequado.
O exame se tornará imprescindível para a diplomação do bacharel e seu resultado contará como parte do processo de classificação para os exames de residência médica. As instituições de ensino têm até dezembro de 2018 para se adequar ao novo currículo. Mas, para turmas abertas a partir da entrada em vigor das novas diretrizes, o prazo é de um ano.
EXAME DO CREMESP GANHA DESTAQUE
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) aplica aos alunos de Medicina um exame facultativo para verificar o nível de sua formação. A prova tem 120 questões de múltipla escolha de nove áreas, como clínica médica e pediatria. Em 2016, 56% dos recém-formados que fizeram o exame não atingiram o mínimo exigido pelo Cremesp, que é o acerto de 72 questões.
Apesar de a participação não estar condicionada à obtenção do registro profissional, ela passou a ser condição para acesso a importantes programas de residência médica, como os da USP (São Paulo e Ribeirão Preto), FMABC, Famerp, Unifesp, FCMSCSP, Unisa e PUC-Campinas, além dos hospitais do Servidor Público Estadual, Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz e HCOr.
O que você pode fazer
Diagnosticar e tratar doenças nas seguintes especialidades:
Acupuntura: aplicação de agulhas.
Alergia e imunologia: mecanismos de defesa do organismo.
Anestesiologia: aplicação de anestésicos.
Angiologia e cirurgia vascular: artérias e veias.
Cancerologia: câncer.
Cardiologia: coração.
Cirurgia (cardiovascular, de cabeça e pescoço, geral, do aparelho digestório, pediátrica, plástica e torácica).
Clínica médica: organismo em geral.
Coloproctologia: aparelho digestivo final.
Dermatologia: pele.
Endocrinologia e metabolia: distúrbios hormonais e de metabolismo.
Gastroenterologia: sistema digestório.
Genética médica: doenças genéticas.
Geriatria e gerontologia: moléstias do envelhecimento.
Ginecologia e obstetrícia: aparelho reprodutor feminino, gravidez e parto.
Hematologia e hemoterapia: sangue, seu uso terapêutico ou de seus componentes.
Homeopatia: clínica geral que utiliza medicamentos preparados com substâncias naturais.
Infectologia: doenças infecciosas.
Mastologia: glândulas mamárias.
Medicina da dor: voltada para o tratamento da dor crônica.
Medicina esportiva: prevenir e tratar distúrbios originados de atividade esportiva. Dar orientação médica a equipes e times.
Medicina geral e comunitária: atuar na prevenção, na cura e na reabilitação de pacientes em conjunto com uma equipe multiprofissional (com enfermeiro, assistente social e psicólogo).
Medicina legal e perícia médica: realizar autópsias, exames de DNA e de corpo de delito. Dar suporte à investigação de crimes.
Medicina paliativa: oferecer cuidados para aliviar a dor e o sofrimento de pacientes terminais.
Medicina sanitária: desenvolver e aplicar programas de saúde pública.
Medicina do sono: tratar dos distúrbios relacionados ao sono.
Medicina do trabalho: prevenir e tratar doenças causadas pelo ambiente de trabalho ou por práticas profissionais.
Medicina tropical: prevenir e tratar doenças como malária, febre amarela, dengue e hanseníase.
Nefrologia: moléstia dos rins.
Neurologia e neurofisiologia: distúrbios do sistema nervoso.
Nutrologia: nutrição.
Oftalmologia: olhos.
Ortopedia e traumatologia: ossos e músculos.
Otorrinolaringologia: ouvido, nariz, boca e garganta.
Patologia e patologia clínica: exames laboratoriais.
Pediatria: crianças.
Pneumologia: pulmões.
Psiquiatria: doenças mentais.
Radiologia e diagnóstico por imagem: exames radiológicos e diagnóstico por imagens.
Radioterapia: tratamentos por radiação.
Reumatologia: cartilagens e articulações.
Terapia intensiva: tratamento intensivo de pacientes.
Urologia: vias urinárias.
Mercado de Trabalho
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a proporção ideal em um país é de um médico para cada mil habitantes. No Brasil, com cerca de 440 mil profissionais, segundo o Conselho Federal de Medicina, a relação é de dois para cada mil habitantes.
No entanto, o mercado de trabalho para esse profissional está longe de se esgotar. Isso porque há forte desequilíbrio regional: enquanto a população dos grandes centros urbanos – especialmente os de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – conta com grande quantidade de médicos, capitais no Norte e Nordeste e localidades mais distantes, do interior do país, carecem desse profissional, principalmente nos serviços públicos de saúde.
Daí a importância do programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal há quatro anos, que visa a contratar profissionais para atender em locais em que faltam atendimentos na área da saúde. Atualmente há cerca de 18 mil médicos inscritos no programa em 4.058 municípios. Pediatria e ginecologia, em especial obstetrícia, são áreas em que a carência é maior. No interior do país faltam também especialistas em áreas como emergência, anestesia, neurologia e cirurgias de alta complexidade.
As chances de sucesso são maiores quando o médico se associa a um hospital ou integra o corpo clínico de um plano de saúde. Isso facilita a conquista de pacientes e livra o profissional dos altos custos de manutenção de um consultório particular. Médicos com capacitação em administração e gestão de pessoas são demandados para atuar na direção de hospitais e estabelecimentos de saúde. A procura também é boa para especialistas em medicina esportiva e genética médica, campos recentes de atuação.
Curso
O currículo é puxado, o período é integral e há seminários, pesquisas e plantões em hospitais. Nos dois primeiros anos, o aluno tem matérias básicas, como anatomia, bioquímica, fisiologia e patologia. Outras disciplinas são bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados, fisiopatologia dos sinais e sintomas das doenças, entre outras.
Boa parte das instituições de ensino oferece disciplinas práticas já no início do curso. Mas lidar com pacientes só a partir do terceiro ano, nas disciplinas profissionalizantes e no treinamento em atendimento.
Nos últimos dois anos, os alunos passam pelo internato, considerado o estágio do curso de Medicina, com aulas práticas nas grandes áreas médicas (clínica médica e cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia e atenção primária à saúde).
Os alunos vivenciam atendimento nas UBSs, ambulatórios, hospitais, centros cirúrgicos, prontos-socorros e UTIs. Depois de formado, os dois anos de residência médica são para quem quiser obter uma especialização.
Duração média: 6 anos.
Legenda:
Estrelas da Avaliação do Guia do Estudante
★★★★★ - Excelente
★★★★ – Muito bom
★★★ - Bom
CPC – Conceito Preliminar de Curso ① ② ③ ④ ⑤
O CPC é o indicador do Ministério da Educação que mede a qualidade dos cursos. Ele varia de 1 (menor valor) a 5 (maior valor). Ele está informado na ficha do curso para todas as graduações que tinham esse indicador disponível (fonte: site do Inep, anos 2014, 2013 e 2012).
Cifrões – Referem-se às faixas de preço da mensalidade:
$ - Até 500,00 reais
$$ - De 500,01 a 750,00 reais
$$$ - De 750,01 reais a 1.000,00 reais
$$$$ - De 1.000,01 a 1.500,00 reais
$$$$$ - Acima de 1.500,01 reais
n/i - Valor não informado