A prova de redação é um desafio para muitos vestibulandos. Descobrir o tema da proposta em meio a tanta ansiedade, pensar em como desenvolvê-lo e nos possíveis argumentos não é uma tarefa fácil. Mas, nesse processo, existe uma grande aliada que orientará o recorte do texto: a coletânea.
Trata-se de trechos de entrevistas, de reportagens, de obras literárias (prosa ou poesia), citações da legislação brasileira ou da Declaração Universal dos Direitos Humanos, tirinhas ou fotografias. Em resumo, a coletânea é a seleção de textos motivadores que a banca oferece para o desenvolvimento do tema proposto.
“A coletânea ajuda o candidato a entender melhor o tema e qual abordagem o avaliador espera dele. É preciso ler com atenção e entender os subtemas que esmiúçam melhor o assunto a ser dissertado, os subtemas, as áreas envolvidas e correlacionadas”, afirma a professora Andréia Silveira Tavares, do Maximize.
Precisa mencionar todos os textos de apoio?
Diretamente, não. Segundo Gabrielle Zanardi, coordenadora do Curso Poliedro, alguns vestibulares, como a Vunesp, em que o candidato é orientado a se basear na coletânea, é possível selecionar quais partes dela contemplam as ideias e então articular o texto. Falas de especialistas podem ser retiradas de lá e incorporadas na redação com os devidos créditos, por exemplo.
“É importante compreendê-los para que se tenha certeza da linha argumentativa escolhida. Existem casos de vestibulares, como a Fuvest, em que não é recomendado a inserção direta da coletânea, mas da ideia que nasceu da interpretação de todos os textos que a compõem. Ou seja, indiretamente a coletânea precisa se fazer presente de forma completa”, diz Zanardi.
A dica é tentar entender os textos apresentados e anotar, em forma de tópicos, por exemplo, quais os assuntos e as áreas dentro do tema maior que precisam ser analisados. E então fazer o próprio texto, com uma análise crítica, multidisciplinar e autoral do problema, com os próprios exemplos e citações.
Limites no uso da coletânea
Não se esqueça que a coletânea é um apoio para explicar o tema e inspirar o candidato a fazer o próprio texto. Ou seja, é fundamental resgatar do próprio repertório de estudos prévios quais seriam causas, consequências, exemplos, dados, profissionais e obras de referência para sua reflexão e quais seriam as possíveis soluções para a situação problema apresentada na proposta.
Nada de apenas copiar ou parafrasear tudo o que encontrar nos textos, pois isso poderá ser prejudicial para a sua avaliação. “O uso da coletânea precisa ser feito com cautela, mesmo em casos de vestibulares que validam esse recurso. A mera reprodução sem articulação com as ideias do autor prejudica o desenvolvimento e pode gerar um texto raso. É importante que o estudante se preocupe em mostrar as suas ideias de forma articulada”, diz Zanardi.
Em alguns casos, os vestibulares tendem a anular os trechos copiados.
Saiba aproveitar esse recurso
A coletânea é parte essencial da proposta temática. Segundo a coordenadora do Poliedro, quando a banca prepara a prova, existe um grande cuidado na seleção dos textos, justamente porque eles vão direcionar o olhar do autor.
“O aluno deve estar atento para a abordagem, comprometimento e grau de conhecimento que o avaliador espera do texto a ser produzido. E, com isso, realizar uma reflexão embasada, crítica e comprometida com o bem-estar e desenvolvimento social”, explica Tavares.
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