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“Culpar” o governo sempre dá certo na redação do Enem?

Nem sempre funciona: é preciso ter embasamentos e argumentos convincentes!

Por Taís Ilhéu
6 out 2024, 15h00
redacao enem culpar governo
 (Canva/Reprodução)

“Quer tirar uma boa nota na redação do Enem? É só escolher uma das três formas de culpar o governo: descaso governamental, negligência do governo ou ausência de políticas públicas. Pronto!”. Esta é uma das muitas falas que estão rolando em uma trend que circula no TikTok, com fórmulas prontas para os vestibulandos alcançarem nota máxima no exame. Mas será que culpar o Estado sempre funciona?  

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Não há problema em criticar o governo (seja federal, estadual ou municipal) na redação do Enem, mas é importante justificar com argumentos coerentes, sólidos, objetivos e em tom respeitoso. Dizer apenas que a corrupção é um problema governamental sem justificar, seu texto vai cair na generalização, e isso pode até baixar a sua nota.

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Use citações para embasar suas críticas

Uma boa dica é usar estatísticas, dados, fontes jornalísticas, referências de pensadores, e até a própria Constituição Brasileira para criar argumentos fortes e bem embasados em suas críticas. As citações de filósofos, por exemplo, são recursos que ajudam a valorizar um texto. Mas é sempre importante relacioná-las com o tema que se quer argumentar, e nunca as usar em uma frase solta. 

O GUIA DO ESTUDANTE selecionou três pensadores que falam sobre a função do Estado em um país. Você pode usá-los como fontes em sua redação. Confira!

Aristóteles

Filósofo grego, de Estagira – atual Stavros – (384-322 a.C.). Em sua obra Política, ele definiu o Estado como uma associação política que visa ao bem supremo dos cidadãos. E que todo “ser humano é um animal político”, ou seja, todos são, por natureza, destinados a viver em sociedade e a participar da vida política.

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Você pode citar Aristóteles ao criticar, por exemplo, a falta de acesso à cidadania de milhares de brasileiros que ainda não possuem sua documentação e que, por isso, são privados de participar da vida política do país, como a votação em governantes. E uma das causas desse problema pode ser a falha do Estado.

Thomas Hobbes

Filósofo de Westport, na Inglaterra (1588-1679). Seguiu a corrente filosófica do Empirismo. Segundo sua obra Leviatã, o Estado é o responsável por garantir o bem-estar dos cidadãos. Para ele, é necessário estabelecer um contrato social em que o governo garanta a segurança da população. 

A partir do pensamento de Hobbes, você pode fazer o contraponto em sua redação, dizendo que estatísticas mostram que houve um aumento da violência urbana nas grandes cidades e que há muitas falhas do governo no combate a esse problema, como por exemplo, a deficiência do sistema carcerário.

Jean-Jacques Rousseau

Filósofo de Genebra, Suíça (1712-1778). Fez parte da corrente do Iluminismo. No livro O Contrato Social, ele afirmou que o Estado deve assegurar a harmonia do corpo social e garantir as vontades da comunidade. 

Como fazer a analogia com o Brasil? Um exemplo é dizer que as políticas públicas são insuficientes e as desigualdades regionais mostram que as vontades das comunidades, principalmente das populações mais vulneráveis, não são atendidas. Um exemplo é a falta de saneamento básico, em que milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água tratada e esgoto, contrariando a visão de Rousseau sobre o papel do Estado.

Também vale citar a legislação brasileira

Uma forma de criticar o governo também é mostrar se ele está ou não cumprindo as leis da Constituição de 1988. Um exemplo é citar que a legislação diz que todos têm direito à alimentação. E, como contrapartida, exemplificar a insegurança alimentar em grande parte do território brasileiro, apontado em estudos atualizados do IBGE. Você pode enfatizar que são necessárias mais políticas públicas para combater esse problema.

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Em resumo, o mais importante em uma redação do Enem, independentemente de criticar ou não o governo, é apresentar argumentos bem desenvolvidos, com citações de fontes, e repertório sociocultural. E é claro, ter bom domínio da língua portuguesa. Não vale cometer erros de gramática e ortografia!

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