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Estudando redação sozinho: como escolher os temas para treinar?

Não basta sair fazendo todos os temas de redação possível, tem que ser estratégico. Veja alguns caminhos

Por Juliana Morales
Atualizado em 13 jun 2022, 13h30 - Publicado em 13 jun 2022, 11h30
Aluno escrevendo com lápis em uma carteira da escola
 (Marilyn Nieves/iStock)
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Não é segredo que para obter uma boa nota em redação é preciso treinar. Nesse sentido, as principais instruções consistem em escrever textos semanais, ampliar o repertório sociocultural e manter-se informado sobre o que acontece no Brasil e no mundo. Mas existe um outro aspecto muito importante na hora de se preparar para a redação que acaba negligenciado: a organização.

Uma dificuldade que pode afligir os alunos, em especial aqueles que estudam sozinhos, é definir com quais temas treinar, considerando as infinitas possibilidades de proposta que as bancas podem exigir. Nessa ânsia de tentar adivinhar o tema e evitar surpresas no dia da prova, o estudante pode optar pela estratégia nada saudável de tentar praticar, descontroladamente, com todos os temas imagináveis – o que não dá garantia de acerto e ainda pode causar ansiedade. 

Para apontar melhores maneiras de organizar os estudos, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com a Daniela Toffoli, professora de Redação do Curso Anglo, e Gabrielle Gulgueira Cavalin, coordenadora de Redação do Poliedro Curso Campinas. As especialistas propuseram duas estratégias diferentes para mapear e selecionar temas antes de colocá-los no papel.

Pensando nos eixos temáticos

Daniela, do Anglo, indica que uma boa maneira de se organizar é dividindo os temas por eixos temáticos, ou seja, por assuntos mais amplos e genéricos. A professora sugere oitos eixos que o aluno pode se concentrar. São eles: meio ambiente; educação e trabalho; violência, leis e punições; cidadania e poder; comunicação e mídia; bens culturais e relações sociais; corpo, saúde e sexualidade; e os temas metafísicos (aqueles que são abstratos). 

Apoiado nesses grandes temas, os alunos podem, então, formular temáticas mais delimitadas. A partir do eixo ‘meio ambiente’, por exemplo, é possível pensar em recortes como desmatamento da Amazônia ou a poluição dos oceanos. Em todos eles, a professora diz que o estudante precisa pensar na relação do ser humano como aquele assunto específico.

Daniela também ressalta que o ideal é sempre alinhar o eixo temático com assuntos em pauta na atualidade. “Esse ano temos eleições, portanto o eixo ‘cidadania’ merece uma atenção especial, por exemplo”. 

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Segundo a professora, a organização por eixos temáticos não impede que o aluno estude e pratique com textos de vestibulares de anos anteriores. “Os temas não se repetem, mas assuntos que já apareceram antes podem ser abordados novamente, com uma outra roupagem”, explica. Anteriormente, uma prova pode ter trazido como tema tratamentos de doenças mentais, e nesse ano, a proposta pode ser sobre burnout no contexto da pandemia, por exemplo. Os dois temas estão no eixo ‘saúde’, mas os encaminhamentos são diferentes e variam de acordo com o contexto em que estão inseridos.

A vantagem, além de praticar a estrutura padrão do texto do vestibular, é que o repertório e até mesmo o argumento podem ser adaptados para diferentes recortes. Em outras palavras, o estudante pode até não ter feito uma redação sobre a frase-tema exata proposta no dia da prova, mas o treinamento com temáticas semelhantes vai deixá-lo mais confiante para argumentar.

Pensando de acordo com o vestibular

Gabrielle, do Poliedro, defende que a estratégia central na hora de formular temas é pensar nas características do vestibular que vai prestar. Um bom exercício nesse sentido é conhecer o histórico das provas e analisar os tipos de encaminhamentos que a banca costuma indicar, além dos assuntos que mais apareceram ao longo dos anos. 

O Enem, por exemplo, é uma prova que aborda tradicionalmente uma problemática da realidade brasileira. “É interessante analisar, então, o assunto de uma nova lei ou política pública que foi criada, além de estudar os problemas que estão mais latentes na sociedade”, aconselha. Gabrielle exemplifica: “O governo lançou uma campanha para incentivar a alimentação saudável e combater a obesidade infantil. Isso pode ser discutido em uma proposta de redação”. 

A Unesp, segundo a coordenadora do Poliedro, traz temas mais polêmicos e atuais. “Um exemplo é a Lei de Cotas, que completa 10 anos e vai entrar em discussão. Esse pode ser um fato motivador para uma proposta de redação”. Já a Fuvest tem preferência por temáticas de análise social. “Tem a ver com a forma como a sociedade atual consome, a relação com o meio ambiente, por exemplo, ou a ideia da sociedade do cansaço. Não são temáticas datadas, elas têm um cunho universal”, explica. 

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Estar antenado nas atualidades é importante, mas geralmente fatos noticiados não são temas. “Na verdade, eles são exemplos de certas discussões. Só quando esses fatos se juntam a outros temos uma análise que pode virar tema de redação”, esclarece. Portanto, uma dica é pensar nas notícias atuais não apenas como um gancho para temas de redação, mas também na possibilidade de usar aquele fato em uma discussão mais ampla. 

Entender o funcionamento da sociedade contemporânea é mais proveitoso do que ficar em busca de um tema. “Se o estudante compreender as características da nossa sociedade, como o conceito de individualismo e de produtivismo, ele vai conseguir discutir temas diversos”, diz.

 A hora da correção 

A correção é fundamental para entender os avanços e o que ainda falta aperfeiçoar no texto. Se você não conta com a ajuda de um cursinho ou de um professor de redação, temos uma boa dica para a etapa de praticar a escrita: neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE apresenta 6 plataformas que oferecem serviços de correção com corretores especializados em vestibular.

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