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Redação nota mil do Enem usou ‘Coringa’ como inspiração

Veja como a estudante Adrielly Clara usou em seu texto o filme que deu o Oscar para Joaquin Phoenix

Por Wender Starlles
Atualizado em 10 set 2021, 18h50 - Publicado em 4 ago 2021, 15h52
Coringa (2019) é interpretado pelo ganhador do Oscar Joaquim Phoenix
Coringa (2019) é interpretado pelo ganhador do Oscar Joaquim Phoenix (Pinterest/Divulgação)
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Estudante de Minas Gerais, Adrielly Clara Enriques, 18 anos, utilizou o filme ‘Coringa’ (Joker, em inglês) como repertório cultural na redação do Exame Nacional do Médio Ensino (Enem) 2020, cujo tema foi “O Estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira“. Ela foi uma das 28 pessoas que alcançaram nota máxima na dissertação.

Na produção, Arthur Fleck, interpretado por Joaquin Phoenix, é um jovem comediante de Gotham City que sofre com um problema neurológico cujo principal sintoma são risadas que não podem ser controladas. Por conta disso, ele sofre diversas humilhações. Após ser demitido, Fleck começa a revidar as gozações e mata três homens no metrô. A ação desencadeia um movimento popular violento na cidade.

Veja abaixo como Adrielly desenvolveu a redação

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Introdução

“No filme estadunidense “Joker”, estrelado por Joaquin Phoenix, é retratado a vida de Arthur Fleck, um homem que, em virtude de sua doença mental, é esquecido e discriminado pela sociedade, acarretando, inclusive, piora no seu quadro clínico. Assim como na obra cinematográfica abordada, observa-se que, na conjuntura brasileira contemporânea, devido a conceitos preconceituosos perpetuados ao longo da história humana, há um estigma relacionado aos transtornos mentais, uma vez que os indivíduos que sofrem dessas condições são marginalizados. Ademais, é preciso salientar, ainda, que a sociedade atual carece de informações a respeito de tal assunto, o que gera um estranhamento em torno da questão.

Desenvolvimento 1

Em primeiro lugar, faz-se necessário mencionar o período da Idade Média, na Europa, em que os doentes mentais eram vistos como seres demoníacos, já que, naquela época, não havia estudos acerca dessa temática e, consequentemente, ideias absurdas eram disseminadas como verdades. É perceptível, então, que existe uma raiz histórica para o estigma atual vivenciado por pessoas que têm transtornos mentais, ocasionando um intenso preconceito e exclusão. Outrossim, não se pode esquecer de que, graças aos fatos supracitados, tais indivíduos recebem rótulos mentirosos, como, por exemplo, o estereótipo de que todos que possuem problemas psicológicos são incapazes de manter relacionamentos saudáveis, ou seja, não conseguem interagir com outros seres humanos de forma plena. Fica claro, pois, que as doenças mentais são tratadas de forma equivocada, ferindo a dignidade de toda a população.

Desenvolvimento 2

Em segundo lugar, ressalta-se que há, no Brasil, uma evidente falta de informações sobre os transtornos mentais, fomentando grande preconceito e estranhamento com essas doenças. Nesse sentido, é lícito referenciar o filósofo grego Platão, que, em sua obra “A República”, narrou o intitulado “Mito da Caverna”, no qual homens, acorrentados em uma caverna, viam somente sombras na parede, acreditando, portanto, que aquilo era a realidade das coisas. Dessa forma, é notório que, em situação análoga à metáfora abordada, os brasileiros, sem acesso aos conhecimentos acerca dos transtornos mentais, vivem na escuridão, isto é, ignorância, disseminando atitudes preconceituosas. Logo, é evidente a grande importância das informações, haja vista que a falta delas aumenta o estigma relacionado às doenças mentais, prejudicando a qualidade de vida das pessoas que sofrem com tais transtornos.

Conclusão

Destarte, medidas são necessárias para resolver os problemas discutidos. Isto posto, cabe à escola, forte ferramenta de formação de opinião, realizar rodas de conversas com os alunos sobre a problemática do preconceito com os transtornos mentais, além de trazer informações científicas sobre tal questão. Essa ação pode se concretizar por meio da atuação de psiquiatras e professores de sociologia, estes irão desconstruir a visão discriminatória dos estudantes, enquanto que aqueles irão mostrar dados/informações relevantes sobre as doenças psiquiátricas. Espera-se com essa medida, que o estigma associado às doenças mentais seja paulatinamente erradicado.”

Quer mais dicas de como utilizar filmes, livros e séries no vestibular e como repertório para a vida? Acompanho o Guia do Estudante nas redes sociais 

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