Quer se preparar para a redação da Unicamp, um dos principais vestibulares do país, mas não sabe direito por onde começar? Em primeiro lugar, é importante entender que a prova tem suas próprias características. Diferentemente do Enem, da Fuvest e da Unesp, a Unicamp não cobra o texto dissertativo-argumentativo. Isso até pode acontecer eventualmente, mas a banca costuma explorar outros gêneros textuais.
Além disso, a Unicamp não exige repertório sociocultural na redação. A banca entende que um candidato informado e atualizado está mais preparado para fazer uma leitura crítica do tema e da proposta apresentados na prova. Por isso, além de se preparar para encarar temas diversos, que costumam abordar assuntos que incentivam a reflexão sobre questões sociais, culturais e científicas contemporâneas, é preciso dominar diferentes tipos de texto.
Para te ajudar, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com Daniela Toffoli, professora de redação do Curso Anglo, e Mateus Leme, professor de Redação do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, e reuniu tanto assuntos atuais que podem aparecer na coletânea quanto os possíveis gêneros que podem ser cobrados. Confira!
Possíveis temas de redação
Mudanças climáticas e sustentabilidade: com a crescente preocupação global sobre o meio ambiente, a Unicamp pode explorar a consciência ambiental e as soluções sustentáveis. Também se trata de uma temática bastante latente ao longo desse ano, especialmente com as tragédias causadas pelas enchentes, no 1º semestre, e, agora neste 2º semestre, toda a problemática das queimadas (Pantanal, Amazônia, estado de São Paulo). “Esse tema incentiva os candidatos a refletirem sobre o impacto humano no planeta e a importância de práticas sustentáveis”, diz Daniela.
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Desigualdade social e inclusão: questões de desigualdade e inclusão são sempre relevantes no contexto brasileiro. Aqui, é possível pensar em temas que vão desde a inclusão de autistas na educação e no mercado de trabalho, por exemplo, até políticas de combate à desigualdade social – e que estão em pauta no governo atual – como reforma tributária e ampliação do Bolsa Família. Nesse sentido, segundo a professora, a Unicamp pode abordar como as políticas públicas e iniciativas sociais podem reduzir disparidades e promover uma sociedade mais justa.
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Impacto da tecnologia na sociedade: a tecnologia está constantemente transformando a forma como vivemos e trabalhamos. Um tema sobre o impacto tecnológico pode incentivar discussões sobre privacidade, inteligência artificial e a digitalização do trabalho. “Apostaria, especialmente, em como o desenvolvimento das IA’s têm impactado nas relações de trabalho e na educação – ainda mais em tempos de chatGPT, por exemplo”, afirma Daniela.
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Saúde mental na contemporaneidade: a professora explica que, com o aumento das discussões sobre saúde mental, especialmente após a pandemia de covid-19, a Unicamp pode explorar a importância do bem-estar mental e as estratégias para lidar com os desafios psicológicos atuais. Apesar de os anos se passarem, esse é um tema que está sempre em pauta, já que o mundo contemporâneo se torna cada vez mais exigente em todos os aspectos: relações interpessoais, trabalhistas, de estudos, entre outros.
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Cultura e identidade: em um mundo globalizado, as questões de identidade cultural e diversidade se fazem sempre importantes. A Unicamp pode explorar como as culturas interagem e se transformam, bem como os desafios e benefícios da diversidade cultural.
Possíveis gêneros
Gênero editorial: esse é um gênero jornalístico muito tradicional, que expressa a opinião institucional de um jornal ou revista e que nunca foi cobrado na prova da Unicamp, desde que a prova de gêneros foi criada, segundo Mateus. “A Unicamp aplicou o gênero editorial em um simulado em 2010, utilizado para testar o novo vestibular, e desde 2011, quando começou o novo formato, o gênero editorial nunca caiu.”
Tutorial: algo que a banca abordou muito pouco até hoje. Em todas essas provas de gênero, os textos instrucionais foram pouco explorados, sendo que o tutorial é um gênero que se encaixa dentro dessa tipologia e que está muito em voga no mundo virtual, seja em vídeos, podcasts ou em postagens de redes sociais. Por isso, o professor acredita que possa aparecer um tutorial ou algo mais tradicional, mais parecido com uma cartilha.
Perfil biográfico: seria algo no sentido de uma biografia de orelha de livro. “Os gêneros narrativos também foram pouco explorados e acredito que é possível que se queira trabalhar nisso, talvez pedindo para o aluno apresentar a vida e a obra de algum autor ou de alguma instituição importante”, afirma Mateus.
Nota de repúdio: historicamente, a Unicamp gosta de trabalhar gêneros de protesto, como carta aberta, manifesto, abaixo assinado, mas nunca trabalhou com nota de repúdio – algo que, nos últimos anos, ganhou popularidade em redes sociais, em sites oficiais e institucionais.
Relatório: um gênero que já caiu há 10 anos, mas como o vestibular trabalhou pouco com os gêneros descritivos, é outra aposta do professor.
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