O estudante Cezar Mattar realizou um intercâmbio na Universidade do Porto e contou ao Estudar Fora como foi a experiência.
Em fevereiro completou 1 ano que eu decolei para o tão sonhado intercâmbio. Ganhei uma das bolsas Ibero-Americanas do Santander Universidades (que estão com inscrições abertas!) para estudar um semestre no exterior – entre fevereiro e agosto de 2017.
Os 6 meses do meu intercâmbio no Porto passaram tão rápido que eu já voltei para Niterói, no Rio de Janeiro, para concluir minha graduação.
A oportunidade de estudar na Universidade do Porto surgiu em um dos meus últimos semestres da graduação. Recebi o valor da bolsa direto na conta alguns meses antes da viagem e a partir desse momento precisei organizar todo restante por conta própria.
Entre as universidades parceiras do Santander e da minha universidade no Brasil, o IBMEC, minha escolha foi feita em três passos:
América Latina ou Europa?
Escolhi a Europa pela maior possibilidade de intercâmbio cultural e viagens para outros países.
Para qual universidade me candidatar?
Pesquisei nos rankings internacionais, como o QS Universities, qual estava melhor colocada.
Qual será o custo de vida para viver em sua cidade?
O Porto, além do baixo custo de vida em relação às outras cidades europeias, também tinha uma universidade classificada entre as 300 melhores do mundo – a Universidade do Porto.
Depois de decidir para onde me candidatar e ser aprovado, minhas 3 maiores dúvidas passaram a ser: Onde eu vou morar? Como vou levar meu dinheiro para Portugal? O que vou estudar na faculdade? Vou contar para vocês minha experiência e como resolvi essas questões.
1. Onde eu vou morar?
Minha primeira preocupação depois de escolher a faculdade foi em como seria minha nova casa no novo país. A Universidade disponibiliza algumas opções de alojamento, mas devido a grande quantidade de alunos recebidos por semestre, nem todos conseguem um quarto – o que foi o meu caso.
Foi aí que eu conheci a Uniplaces, uma plataforma online para acomodação de estudantes, disponível em mais de 30 cidades na Europa. O processo de aluguel é todo feito online – aluguei meu quarto ainda no Brasil.
Fiquei com medo de alugar meu quarto em outro país pela Internet, mas o que me deixou mais seguro foi saber que os anúncios disponíveis passam por um processo de 4 etapas de verificação, para garantir a qualidade das informações online.
Além do mais, ainda há uma política de reembolso, na hipótese de o quarto alugado não corresponder ao anúncio do site, e neste caso você tem até 24h para comunicar a empresa e pedir reembolso, e eles te ajudam a procurar um novo lugar.
2. Como levar meu dinheiro para Portugal?
Como o dinheiro da bolsa era um valor fixo e não cobria todas as minhas despesas, tive que buscar a melhor opção para fazer meus euros renderem mais em Portugal. Na hora de trocar seus reais por euros, uma boa forma de conseguir economizar é ficar atento ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e buscar as melhores taxas de câmbio.
Dentre as opções disponíveis, estudei usar os bancos brasileiros em Portugal, fazer um cartão pré-pago, usar meu cartão de crédito internacional, levar o dinheiro em espécie e abrir uma conta em um banco português.
O que saiu mais barato na ocasião foi trocar parte dos euros e levar comigo do Brasil e ao chegar em Portugal, abrir uma conta em um banco que não cobra taxas e usar o Transferwise, uma plataforma online para transferências internacionais, para enviar dinheiro para a conta portuguesa.
Planejamento financeiro antes e durante seu intercâmbio é muito importante.
3. O que eu vou estudar na faculdade?
Fui para a Universidade do Porto como estudante de mobilidade internacional da Graduação em Administração. Mesmo sendo aluno da graduação, a universidade disponibiliza mobilidade interna dentro das suas faculdades e em diferentes graus de estudos.
Como já havia concluído grande parte do curso, aproveitei essa oportunidade para me aprofundar em alguns temas que tenho interesse e temas de outros cursos que não teria na graduação no Brasil, assim consegui cursar disciplinas de mestrado e em outras faculdades.
Mesmo com o idioma oficial sendo o Português, o ambiente dentro da universidade é super internacional e ela disponibiliza alguns cursos em inglês. No IBMEC, tenho o hábito de cursar pelo menos uma disciplina em inglês por semestre e repeti a prática na Universidade do Porto.
Estudar as matérias do meu curso em inglês é uma oportunidade para desenvolver e aprofundar meu vocabulário técnico, assim como permite o convívio com estudantes estrangeiros, o que me ensina a trabalhar em um ambiente multicultural e a me preparar para desenvolver uma carreira internacional.
Da escola pública estadual onde concluí minha educação básica para a melhor escola de negócios privada no Brasil, até a melhor Faculdade de Economia em Portugal, posso dizer que tive as mais diversas experiências educacionais.
No intercâmbio me descobri um cidadão global, mas passar esse tempo longe também reforçou o meu amor e compromisso com o desenvolvimento do Brasil.