7 possíveis temas de redação da Unesp 2026
A ideia não é adivinhar o tema, mas te dar mais segurança e ajudar a entender possíveis caminhos que a banca pode seguir
Nos dias 7 e 8 de dezembro, estudantes que desejam ingressar na Unesp encaram a segunda fase do vestibular e, com ela, a temida redação. Ao analisar edições anteriores, é possível identificar um padrão: a banca prioriza temas atuais, com relevância social, apresentados em forma de pergunta reflexiva, que exigem análise crítica e repertório sociocultural, conforme explica Daniela Toffoli, professora de Redação do Curso Anglo.
Isso pode ser exemplificado por meio dos últimos temas:
- 2025: Medicalização da vida: a quem interessa?
- 2024: É possível um mundo off-line?
- 2023: A lógica do condomínio: o espaço público está em declínio?
- 2022: “Tudo bem não estar bem?”. A tristeza em tempos de felicidade compulsória
- 2021: Tempo é dinheiro?
“Esses recortes mostram que a Unesp gosta de questões contemporâneas, com certo nível de abstração, mas ligadas à realidade brasileira e global”, completa Daniela.
Pensando nisso, o GUIA DO ESTUDANTE também conversou com Vanessa Botasso, coordenadora de Redação do Poliedro Curso Campinas, e Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, e reuniu sete possíveis temas para esta edição. Confira abaixo:
1. Impactos sociais da inteligência artificial: entre inovação e risco
A rápida disseminação de sistemas de IA generativa transformou práticas cotidianas, desde a criação de textos até o atendimento médico, gerando ganhos de produtividade e novas possibilidades de interação.
Ao mesmo tempo, multiplicam-se debates sobre vieses algorítmicos, desemprego tecnológico, manipulação informacional e vigilância ampliada do trabalho, sobretudo em um momento em que o Brasil discute a regulamentação da IA.
Por isso, um possível recorte, segundo a coordenadora do Poliedro, seria: os avanços da IA devem ser priorizados, mesmo com riscos à autonomia humana e ao controle ético, ou devem ser freados para garantir segurança social, ainda que isso desacelere a inovação?
+ O que acontece com seu cérebro quando você usa IA para escrever redação
2. O futuro do mundo do trabalho: flexibilidade ou precarização?
“As transformações no mundo do trabalho pós-pandemia trazem ambiguidades sobre flexibilidade versus perda de direitos, tema que se enquadra no perfil crítico da banca”, explica Thiago Braga, do pH.
As mudanças no mercado de trabalho, tais como automação, uberização e regimes híbridos, vêm produzindo novas formas de contratação. Para alguns trabalhadores, a flexibilização amplia autonomia; para outros, intensifica problemas já conhecidos historicamente, como falta de estabilidade, prejuízos aos direitos trabalhistas e jornadas imprevisíveis. O debate também envolve desigualdades geracionais, já que jovens são diretamente afetados.
Assim, a prova poderia abordar se a flexibilização das relações de trabalho representa avanço para a autonomia profissional ou retrocesso/desproteção trabalhista.
+ O que é a uberização do trabalho
3. Relacionamentos no mundo digital: conexão ampliada ou solidão algorítmica?
As redes sociais e os aplicativos de relacionamento remodelaram a forma como vínculos afetivos, familiares e amistosos são criados e mantidos. Embora ampliem possibilidades de encontro e proximidade, também alimentam padrões de comparação, vigilância do outro, instabilidade emocional e relações mediadas por algoritmos que selecionam o que “merece” ser visto.
Um dilema possível para a prova seria: a hiperconexão digital fortalece as relações humanas ou contribui para vínculos superficiais e afetos fragilizados?
4. Meio ambiente e responsabilidade social
Aqui, a banca pode propor um debate sobre a crise climática, segundo Daniela Toffoli, perguntando se a responsabilidade é individual ou coletiva.
Nesse caso, o estudante precisaria analisar o papel do consumo consciente, das políticas públicas e das grandes corporações na preservação ambiental. “É um tema que exige uma visão crítica sobre como nossas escolhas cotidianas se conectam a problemas globais, além de considerar a justiça social e ambiental.”
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5. Misoginia no mundo da internet: liberdade de expressão ou responsabilização?
Vanessa Botasso, do Poliedro, explica que espaços digitais de comunicação e formação de fóruns e comunidades tornaram-se palco de discursos misóginos, campanhas de ódio e perseguições a mulheres em múltiplos contextos sociais.
Enquanto movimentos feministas e entidades de direitos humanos defendem maior regulação e responsabilização das plataformas que fazem desses discursos um nicho muito lucrativo, grupos liberais e setores conservadores argumentam que tais medidas ameaçam a liberdade de expressão e abrem portas para censura.
Por isso, a banca pode questionar se a sociedade deve limitar conteúdos e práticas misóginas na internet, mesmo com possíveis restrições ao discurso, ou preservar a liberdade de expressão a qualquer custo.
+ Leia um modelo de redação sobre “machosfera”, tema da Unicamp 2026
6. Saúde mental e economia da atenção
Com a hiperconectividade, a Unesp pode perguntar se estamos perdendo a capacidade de concentração. O estudante precisaria discutir como a economia da atenção, baseada em capturar nosso tempo e foco, afeta saúde mental, produtividade e relações humanas.
É um tema que pede reflexão sobre tecnologia, comportamento e qualidade de vida, com espaço para referências filosóficas e científicas.
Além disso, a banca costuma abordar questões de bem-estar e comportamento social – e o impacto das redes sociais na saúde mental, especialmente entre jovens, é tema urgente e atual.
7. Infância e cultura digital
A banca pode propor uma reflexão sobre a adultização das crianças na era das redes sociais. Nesse caso, o vestibulando teria que analisar como a exposição precoce a conteúdos e padrões de consumo afeta a infância, além de discutir responsabilidades: família, escola, empresas de tecnologia.
É um tema que conecta psicologia, educação e cultura digital, exigindo sensibilidade para compreender os impactos sociais.
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