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Bolsistas de iniciação científica terminam estudos mais rápido

Estudantes também têm uma chance 2,2 vezes maior de completar o mestrado e 1,5 maior de concluir o doutorado

Por Mariana Tokarnia, da Agência Brasil
25 abr 2017, 16h56
 (iStock/iStock)
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Os estudantes que participam de programa de iniciação científica enquanto estão na graduação têm uma chance 2,2 vezes maior de completar o mestrado e 1,5 maior de concluir o doutorado, quando comparados aos alunos que não participam do programa. O dado faz parte do estudo “A formação de novos quadros para CT&I (Ciência, Tecnologia e Inovação): avaliação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic)”, divulgado nesta terça-feira (25), em Brasília, pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (Cgee), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

A pesquisa mostra ainda que os estudantes que receberam bolsa Pibic concluíram a graduação em média um pouco mais jovens (23,9 anos) em comparação com os não bolsistas (24,8 anos). “Além de beneficiar os bolsistas, a iniciação científica gera maior eficiência do sistema, encurtando os processos. Temos também mais chance de levar os estudantes à conclusão satisfatória”, disse o presidente do Cgee, Mariano Laplane. “É um programa importante, que tem efeitos positivos. Deve ser mantido e ampliado”, afirmou.

Bolsas do Pibic

O Pibic é um programa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que oferece bolsas de R$ 400 por mês para estudantes desenvolverem pesquisas científicas.

As bolsas são concedidas diretamente às instituições, que são responsáveis pela seleção dos projetos dos pesquisadores e orientadores interessados em participar do programa. Os estudantes tornam-se bolsistas a partir da indicação dos orientadores. O programa existe desde os anos 1980.

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Os resultados demonstram que os egressos do Pibic – mesmo isolados os efeitos das outras variáveis, como concluir a pós-graduação, idade, gênero e áreas do conhecimento – apresentaram uma remuneração um pouco maior, de 5%, quando comparados com os alunos que não foram contemplados pelo programa. A diferenciação maior na remuneração, no entanto, ocorrerá com a conclusão do mestrado e doutorado.

Além disso, o programa também tem outros efeitos no aprendizado para além do objeto de pesquisa. Ao todo, 56% dos bolsistas declararam que as atividades de iniciação levaram a ter contato com outra língua – em sua grande maioria, por meio da leitura de textos. E mais: 58% dos bolsistas disseram ter tido a oportunidade de divulgar os resultados de sua pesquisa; dentro desse grupo, 76% divulgaram em eventos voltados para a iniciação científica; 19% em eventos nacionais e 5% apresentaram trabalhos em eventos internacionais.

A publicação de resultados a partir das atividades de pesquisa é um evento mais raro. Ao todo, apenas 19% dos bolsistas relataram a publicação de resultados do projeto. Dentro desse grupo, 15% reportaram publicação em revistas internacionais.

Números

O Pibic apresentou – entre 2001 e 2013 – expansão do número de bolsas de 14,5 mil para 24,3 mil, um crescimento de 67%, representando 81% das bolsas de iniciação científica dadas pelo CNPq no final do período, contra 77% no início.

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Em 2007, o CNPq utilizou também o sistema de parcerias para lançar um programa semelhante, voltado para a concessão de bolsas de iniciação tecnológica, o chamado Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica-Pibiti), que passou a ser, em 2013, o segundo maior programa em número de bolsas para alunos da graduação do CNPq, atingindo 3.392 bolsas.

Apesar de expressivo, o crescimento do Pibic e do conjunto de bolsas de iniciação científica e Pibiti está aquém da expansão das matrículas de graduação no setor público, que cresceram 104% no período, e de pós-graduação, com expansão de 116%.

Segundo a Coordenadora de Programas Acadêmicos do CNPq, Lucimar Almeida, em 2017, são 24.210 bolsas mantidas pelo Pibic, número que se mantém praticamente estagnado desde 2010, assim como o valor pago aos bolsistas: R$ 400. “Para nós, o mais importante é a formação e não o valor em si. Seria importante a expansão do programa, mas de maneira sustentável”, disse.

O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, afirmou que, mesmo com os cortes orçamentários, as bolsas e os programas em andamento serão mantidos. “Todas as bolsas estão sendo distribuídas normalmente, mesmo com o contingenciamento [bloqueio de dotações orçamentárias] de março, não haverá nenhum corte de bolsa e nenhuma interrupção em projeto em andamento. O que vamos fazer é ajustar os programas do CNPq à nova realidade orçamentária. Mas o CNPq mantém todas as bolas em andamento”, finalizou.

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