Como escolher sua faculdade com base na nota do MEC?
Enade, IDD, IGC… entenda como funcionam os medidores e como se valer deles para analisar cada aspecto da sua futura faculdade
Com o fim do Ensino Médio se aproximando, muitos estudantes entram na crise de qual curso escolher. Concentram-se tanto nisso que acabam esquecendo um outro elemento importante e com o qual também vão precisar conviver pelos próximos quatro, cinco ou seis anos: a faculdade onde estudarão. Não dá para escolher o curso, começar a se preparar para o Enem como se não houvesse amanhã e então, só quando sair as notas, decidir para onde vai!
Escolher uma boa faculdade, com professores experientes, infraestrutura de qualidade e boa aceitação no mercado de trabalho também é importante para garantir seu sucesso na carreira quando se formar.
Apesar de existirem outros avaliadores, como o próprio guia das melhores universidades do GE, alguns dos mais amplos são os realizados pelo Ministério da Educação, reunidos em no chamado Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Até porque, para começo de conversa, uma faculdade precisa ser reconhecida pelo MEC para ser considerada regular. Estudar em uma instituição sem esse reconhecimento pode te causar alguns transtornos no futuro, como dificuldades para conseguir um emprego e até para ter seu diploma validado.
O Sinaes, por meio de alguns instrumentos, avalia a instituição, os cursos e o desempenho de seus alunos. Foi tentando entender como funcionam estes instrumentos (e qual peso devem ter na hora de escolher sua faculdade) que o Dennis Gabriel, leitor do GUIA DO ESTUDANTE, nos procurou. Neste texto, vamos explicar como são realizados e o que mede cada um dos três principais deles: o Enade, o CPC e o IGC.
Enade
O Enade consiste em uma prova aplicada periodicamente aos alunos ingressantes e concluintes de cada curso. Com ela dela, o Inep (autarquia responsável pela sua aplicação) consegue medir o aprendizado dos alunos acerca dos conhecimentos de cada curso. O resultado do Enade ajuda a compor outros medidores: o CPC e o IGC.
IDD
O IDD também calcula o aprendizado dos alunos, mas nesse caso individualmente. O objetivo é mensurar o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes que o cursaram. Para medir o desempenho dos ingressantes, o IDD utiliza as notas obtidas pelo aluno no Enem, e para medir o dos concluintes, usa os índices individuais obtidos no Enade. Quem não fez o Enem não pode ter seu desempenho medido pelo IDD.
CPC
O CPC mede o nível de qualidade de cada curso. É um cálculo que ocorre ano a ano e que tem como base o Enade e diversos outros elementos, como pesquisas de satisfação com os alunos em relação à instituição e ao curso, o corpo docente, recursos didáticos e a infraestrutura. O CPC atribui uma nota de um a cinco para cada curso. Os que são avaliados com 1 ou 2 recebem uma visita técnica do Inep e podem até ser fechados. Os de nota 3 são considerados regulares e os que obtém 4 ou 5 são tidos como cursos de excelência.
IGC
Sabe quando uma instituição divulga que tem nota 5 pelo MEC? Geralmente, é a esse medidor que ela está se referindo. O IGC considera as médias ponderadas no Enade, no IDD e no CPC nos últimos três anos para atribuir uma nota geral à faculdade. Além disso, são considerados outros insumos como a presença de professores mestres e doutores, a quantidade de docentes com dedicação em tempo integral, a avaliação dos cursos de pós-graduação. Além disso, são realizadas avaliações in loco (pessoalmente) por especialistas, para constatar as reais condições em que os cursos são oferecidos.
No fim das contas, em qual desses medidores se basear?
Não dá para dizer que um desses avaliadores é mais importante que o outro, mas sim que medem aspectos diferentes. Se você quer analisar a qualidade de um curso, especificamente, pode comparar os índices do CPC dele em diferentes instituições. Já se quiser saber a qualidade da universidade como um todo, pode se basear no IGC.
Mas fique atento: há algumas críticas a essas medidas que devem ser consideradas. Uma das mais recorrentes é de que o IGC mede aspectos presentes em grandes universidades, como ampla pesquisa e extensão, e por isso faculdades menores e mais focadas no ensino acabam desprivilegiadas. Uma dica é tentar conhecer mais a fundo as instituições por meio de sites, conversas com alunos e até uma visita ao campus. Só não vale deixar para descobrir tudo sobre ela no primeiro dia de aula!