Você fez a prova do Enem e acertou 130 questões, no total. O seu colega, que também fez a prova, acertou 120. Quando as notas foram divulgadas, você descobriu que a sua média é menor do que a do seu colega! Como isso é possível, sendo que você acertou 10 questões a mais? Essa cena é clássica em todas as provas do Enem, desde sua reformulação. A resposta para entender por que isso acontece está na Teoria de Resposta ao Item (TRI).
De acordo com o diretor da Eleva Educação, Marcio Cohen, que deu palestra neste sábado (22) na Feira Guia do Estudante, a TRI é um sistema sofisticado de avaliação, adotado pelo Ministério da Educação (MEC) tanto no Enem quanto na Prova Brasil (exame que mede a qualidade do ensino e o nível de aprendizagem dos alunos de ensino fundamental e médio). “Com a TRI, dá para comparar resultados de provas diferentes, o que não é possível em uma avaliação comum”, explica.
Para entender melhor, visualize a situação: você tira 7 em uma prova qualquer na escola. Três meses depois, faz uma outra prova, referente à mesma disciplina, e tira 9. Ao contar para os colegas, eles dizem: “isso não quer dizer que você está mais inteligente. A prova pode ter sido mais fácil”. Segundo Marcio, “a TRI corrige essa possível diferença entre as provas. A cada questão do banco de dados do MEC é atribuído um peso entre fácil, difícil e médio, de acordo com a porcentagem de acerto entre os estudantes”. Por isso, ao elaborar a prova, as 180 questões possuem o mesmo teor de dificuldade do exame do ano anterior, o que permite a comparação.
Mas, afinal, por que acontece a diferença de notas entre os estudantes? Por que um estudante com menor número de acertos pode ter nota maior do que quem acertou mais? “A TRI consegue identificar se há incoerências. Se um estudante acerta uma questão difícil e erra uma questão fácil, o sistema acusa que é possível que o estudante tenha chutado, já que faz mais sentido que ele acerte a fácil e erre a difícil. Assim, o estudante ‘incoerente’ perde pontos”, diz Marcio. Por isso, mesmo que você acerte 130 questões e seu colega 120, ele pode tirar uma nota maior do que a sua.
É claro que essa lógica pode ser falha, uma vez que, mesmo que o estudante acerte a questão difícil e erre a fácil, não significa que ele tenha chutado. “Pode ser que tenha faltado tempo, ou que, por distração, ele tenha marcado a alternativa errada. A solução para o problema é treinar muito o tempo de prova para evitar que isso aconteça”, explica.
Sugestões para maximizar a nota
Como a TRI avalia os estudantes de acordo com nível de dificuldade, em teoria, as questões mais difíceis valem mais. Por isso, as provas mais difíceis acabam tendo média de notas superior à de provas mais fáceis. “Pela forma da nota, gera mais resultado ir bem em Matemática do que ir bem em Português, por exemplo, já que, acertando mais questões em Matemática, você consegue ter uma nota maior”, explica Marcio. Outra prova que, indo bem, é garantia de sucesso, é Redação. “A redação não é corrigida segundo o TRI, e sim pelos professores corretores. Por isso, é a única prova em que o estudante tem chance de tirar 1000”, diz.
Por isso, se você quer mandar bem no Enem, algumas dicas podem ser o segredo. Veja:
1) Dê atenção especial a Matemática e Redação, pois são as provas onde acertar mais gera mais resultado.
2) Treine a precisão na hora da prova. Já que acertar uma difícil e errar uma fácil pode baixar sua nota, fique atento para não acabar caindo nesse erro. Priorize as questões fáceis antes das difíceis.
3) Planeje bem o tempo. Não corra o risco de ficar sem tempo para responder e acabar chutando: sua nota tem chances de ser reduzida.
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