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Dá para fazer intercâmbio sem falar inglês?

Há três opções para quem não fala o idioma e quer se aventurar em outro país

Por Priscila Bellini, do Estudar Fora
Atualizado em 10 ago 2017, 18h24 - Publicado em 6 jun 2017, 16h54
Dá para fazer intercâmbio sem falar inglês?
(iStock/iStock)

A resposta não poderia ser mais simples: é possível, sim, fazer intercâmbio sem falar inglês. É tudo uma questão de definir os objetivos do período no exterior, assim como o tempo disponível e o orçamento. Há, em resumo, três opções para quem não fala o idioma e quer se aventurar em outro país.

Intercâmbio falando português

Ok, se o caminho é intercâmbio sem falar inglês, resta recorrer à língua-mãe dos brasileiros, o português. E, se você quer ir para outro país que fale esse idioma, um bom começo é Portugal. É claro, há outras opções, como Moçambique e Angola, mas as oportunidades em terras portuguesas são mais comuns.

Quando se trata de graduação, o caminho mais certeiro para os alunos interessados é o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Já os candidatos a mestrado e doutorado (ou “doutoramento”, como dizem os portugueses) passam por um processo diferente. Cabe ao aluno interessado reunir documentos como histórico escolar e cartas de recomendação para fazer a application – nos moldes do que acontece em outras instituições europeias.

Quem pretende fazer um intercâmbio em Portugal encontra o caminho mais fácil através da sua própria universidade de origem. Para esse tipo de programa, cabe à universidade brasileira conveniada selecionar os alunos que são elegíveis ao intercâmbio, de acordo com processos internos. É o caso dos convênios fechados por meio de programas do banco Santander, que todo ano disponibilizam bolsas para estudar em Portugal.

Qual o custo desse intercâmbio em Portugal?

Entram para o cálculo as propinas (ou, em inglês, tuition), que equivalem à anuidade para estudar nas instituições portuguesas, além de gastos com moradia e alimentação. Para quem não possui o dinheiro, os caminhos disponíveis incluem bolsas de estudo e também outras opções de financiamento.

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Muitas das universidades e institutos são públicos, mas mesmo assim é preciso pagar a anuidade. E este valor vai variar de curso para curso, seja engenharia ou letras. Por exemplo, na Universidade do Algarve o brasileiro, aqui caracterizado como Estudante Internacional, irá desembolsar para o curso de Licenciatura em Biologia, o seguinte: taxa de candidatura (50 euros), matrícula, a qual se refere à primeira prestação da taxa acadêmica anual (500€), taxa de inscrição (25€) e por fim a propina anual de 3000€ (que, na verdade, é 3500€ – pois são deduzidos os 500€ pagos na primeira prestação), que pode ser dividida em sete mensalidades.

Em termos de moradia, há duas opções principais: a primeira é morar na residência disponibilizada pela universidade e a segunda, alugar um quarto em um apartamento. No que se refere a residência da universidade é preciso se candidatar e, havendo vagas, o estudante é chamado. O valor pago pela vaga nos apartamentos também varia, de acordo com a localização. Uma vaga no Porto sai mais cara do que em cidades menores, por exemplo. Já a alimentação varia bastante de acordo com o perfil do estudante. As universidades dispõem de bares, cantinas e restaurantes universitários. O valor de uma refeição em uma das cantinas fica em torno de dois euros, incluindo pão, salada, prato de sopa, prato principal, suco e sobremesa. As compras mensais no supermercado ficam na faixa de 150€ a 220€ euros – isso, claro, variando conforme os gostos e preferências de cada um.

Quais as vantagens de fazer o intercâmbio sem falar inglês em Portugal

Por um custo baixo e com um processo de candidatura simplificado, Portugal oferece uma experiência acadêmica consistente. Em outras palavras, bons professores e boas oportunidades para os alunos. Como a baiana Saskya Lopes explica, as universidades investem na internacionalização. Ela cursa o PhD em Direitos Humanos na Universidade de Coimbra, a primeira a aderir ao ENEM. “Há sempre a possibilidade de estar em contato com pesquisadores de todo o mundo, de conhecer a perspectiva sobre seu tema nos mais diferentes lugares, seja em palestras ou discussões no café com os colegas”, ela explica, destacando sua experiência em Coimbra.

“Portugal hoje é um país com universidades muito boas, reconhecidas lá fora. Nomeadamente, a de Lisboa e a do Porto se destacam em tecnologia”, aponta Jamil Farkatt. No caso dele, a ideia era a aproveitar a oportunidade na Europa para pesquisar energia eólica. “Temos aqui a oportunidade de trabalhar com docentes portugueses que têm experiência nos EUA, em Londres… O corpo docente português é um corpo docente top class”, resume.

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Fazer intercâmbio de inglês

Não é porque você vai para o intercâmbio sem falar inglês que precisa voltar sem o idioma fluente. Muita gente opta pelo intercâmbio de idiomas, focado no inglês, para conseguir desenvolver melhor a fluência. A experiência no exterior varia, é claro, de acordo com a idade, a fase da vida acadêmica e profissional, os objetivos do aluno e o tempo disponível, além do orçamento. O destino também determina muito da experiência do estudante no intercâmbio, seja no Canadá ou em destinos ainda mais comuns, como os Estados Unidos.

O primeiro ponto tem tudo a ver com o que se projeta, mentalmente, sobre como será um intercâmbio. Quem não tem uma imagem pronta na cabeça ao cogitar um período fora do Brasil? Há expectativas sobre o destino, sobre as características da escola e, claro, sobre o que essa vivência vai significar em termos pessoais, profissionais e acadêmicos. Um estudante que saia do zero e que tenha pouco tempo disponível, por exemplo, não vai alcançar o nível avançado em um só passo. “Se a pessoa tiver um período menor para ficar fora, não existe milagre, mesmo com a imersão total e contato com o idioma 24 horas por dia”, esclarece Luiza Vianna, gerente de produto da CI Intercâmbio.

Por outro lado, quem já possui um nível intermediário ou avançado e deseja apenas adquirir segurança no idioma poderia mirar em programas ou cursos combinados, oferecidos por diversas instituições de ensino superior. Mirando uma mudança de carreira, por exemplo, um estudante pode aliar o curso de inglês em uma universidade estrangeira a matérias de um MBA. O crucial, portanto, é entender como tais objetivos se alinham a metas na vida profissional. Talvez a promoção no trabalho não chegue de imediato, mas o inglês em dia pode ajudar no desempenho das funções.

Tendo isso em mente, é mais fácil enxergar os benefícios da experiência. Um aumento considerável do vocabulário pode entrar no rol de expectativas de um estudante que parta de um conhecimento básico. “Se o aluno não souber nada de inglês e fizer um intensivo, que é muito recomendado para quem quer começar a aprender, vai ter um ganho grande que sentirá rapidamente”, diz a psicóloga Andrea Tissenbaum, do Blog da Tissen.

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Praticando outros idiomas

Se o inglês não é o seu forte, talvez outro idioma possa ajudar. Nesses casos, o intercâmbio sem falar inglês serve de oportunidade para trabalhar a fluência em outro idioma, como o espanhol. Alemão, francês e outras línguas também entram na lista, dependendo da experiência do aluno.

Nesses casos, a procura maior é para treinar o espanhol, e há uma lista extensa de bolsas de estudo disponíveis. Tanto o Banco Santander, que oferece intercâmbios em convênio com universidades brasileiras, como gigantes tal qual a Fundação Carolina são opções válidas para viabilizar seu intercâmbio. Uma das formas de filtrar o destino ideal é entender melhor como são os lugares onde se pode praticar o idioma. Isso porque a lista de destinos também é longa, e inclui vizinhos latino-americanos, como Argentina e Chile, além da Espanha.

Este artigo foi originalmente publicado por Estudar Fora, portal da Fundação Estudar

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