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EaD funciona para cursos práticos?

Para além das licenciaturas e cursos de gestão, cresce a oferta de graduações em áreas até então restritas à educação presencial, como enfermagem, engenharia e educação física

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h47 - Publicado em 4 fev 2015, 15h51

Quase 75% de todas as graduações oferecidas a distância se resumem a licenciaturas, ou seja, cursos de formação de professores, e outros da área de administração e gestão. Isso é até esperado, uma vez que esses cursos têm perfil mais teórico, com grande parte das atividades centrada na leitura de textos, e não exigem instalações físicas específcas, como laboratórios, para o treino de atividades práticas.

Mas, ultimamente, graduações com perfil mais “mão na massa”, como Educação Física, Gastronomia, Enfermagem, Ciências Aeronáuticas e várias Engenharias, como Ambiental, Civil, de Produção e Elétrica, vêm sendo ofertadas. E aí fca a dúvida: como é fazer um curso assim a distância? Para esclarecer essa questão, a reportagem do GUIA DO ESTUDANTE foi atrás de coordenadores de curso e de estudantes dessas áreas para contar o que acontece nas aulas e como são as tarefas, a presença nos polos de apoio presencial e o treino da parte prática. Confra!

Entre filosofia e cálculos na Engenharia Civil

Um curso de Engenharia Civil presencial, além da forte base em física e cálculo, exige dos alunos uma grande carga de atividades realizadas em laboratórios, onde terão contato com as áreas de atuação do profssional, como construção civil, estrutura e fundações, hidráulica, transporte e saneamento, entre outras. E na EAD isso não é diferente. “Parte da carga horária é cumprida a distância, mas os alunos têm de assistir aulas no polo presencial duas vezes por semana”, explica a professora Francisca Lucidalva Rodrigues, coordenadora do curso de Engenharia Civil a distância da Universidade Salvador (Unifacs), que disponibiliza polos presenciais em Fortaleza, no Ceará, e em Feira de Santana, na Bahia.

Segundo Francisca, as disciplinas do eixo humanístico, como filosofa e comunicação, são feitas totalmente a distância. Já as matérias mais específcas da área de engenharia têm também aulas presenciais. É o caso de geometria analítica, química, física, cálculos, mecânica e resistência dos materiais.

As aulas presenciais também incluem atividades em laboratório, como de materiais de construção civil, solos e ensaios mecânicos. O trabalho de conclusão de curso e o estágio supervisionado são obrigatórios.

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As disciplinas são trimestrais e, a cada período, o estudante tem de cursar três disciplinas. Ele acessa o ambiente virtual da universidade e tem prazos a cumprir, tanto na entrega de trabalhos como na resolução de provas, que, em geral, são mensais e feitas tanto a distância como presencialmente.

Teoria antes da prática na Educação Física

O funcionário público Marcelo Antônio da Silva, de 40 anos, também faz a distância uma graduação pouco convencional para essa modalidade de ensino. Ele cursa o terceiro ano do bacharelado em Educação Física no Centro Universitário Claretiano, sediado em Batatais (SP). Marcelo, que mora em Franca, a cerca de 50 quilômetros da instituição, estuda a teoria em casa, à noite, depois do trabalho, de duas a três horas por dia.

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Ele tem aulas práticas uma vez por mês, aos sábados, das 8h às 17h30. “Achava que fosse um curso bem mais prático, mas tem muita teoria, como fsiologia do movimento humano e biologia. É preciso ter a teoria antes da prática”, afirma.

Nos encontros presenciais, os professors demonstram os movimentos das aulas que já foram estudadas na teoria, como basquete, futebol, natação, musculação e outros esportes, e propõem jogos para que os alunos treinem. Há ainda aulas práticas de anatomia e fsiologia em laboratórios para o estudo do corpo humano. “Essas aulas são mais dinâmicas. O professor não fca explicando a matéria, apenas se alguém tiver dúvida. A intenção é a prática mesmo, treinar exercícios, mostrar como se faz isso e aquilo”, conta Silva. As avaliações também são feitas durante as aulas presenciais.

Marcelo diz que pretende aliar as duas profssões quando se formar e, depois que se aposentar do cargo público que exerce, continuar na Educação Física. “Antes de começar a faculdade, pensava em trabalhar com preparação de atletas. Agora, vi que o mercado é bem mais amplo e penso mais em qualidade de vida, em trabalhar com a criança com problema de locomoção, com o idoso com difculdade de se movimentar”, afirma. Ele pretende aproveitar as férias da universidade no fnal do ano para cumprir as 400 horas do estágio obrigatório.

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Visitas técnicas e estágio na Enfermagem

Outra graduação que exige bastante prática e também já é oferecida a distância é Enfermagem. Na Universidade Anhanguera-Uniderp, que tem sede em Campo Grande (MS), o curso dura cinco anos. Como as demais graduações que têm esse perfil, as disciplinas teóricas são acessadas pela internet e as matérias práticas, realizadas no polo de apoio presencial – a instituição possui 33 polos no total, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. Nos polos, um laboratório multifunctional é usado para o estudo de anatomia, fsiologia, patologia, farmacologia e bioquímica e enfermagem. “Essas aulas são importantes para o treino e para o bom desempenho do futuro profssional”, diz Bertha Borges, coordenadora do curso.

As aulas práticas acontecem uma ou duas vezes por semana, dependendo do polo. Para a realização de estágios, que são obrigatórios, a universidade conta com convênios com hospitais da rede pública e privada de saúde local e regional, com Unidades Básicas de Saúde e com toda a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) do município onde o polo está situado. As avaliações são presenciais em dias previamente agendados.

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Ex-aluna do curso, Mariza Cristina Eich Silva, de 37 anos, foi promovida de auxiliar de enfermagem a enfermeira logo após se formar, em 2011. Ela trabalha em um hospital psiquiátrico em Campo Grande, cidade onde mora e onde frequentou as aulas presenciais. Mariza lembra que, todo semestre, começava a estudar com os livros indicados pela universidade. Fazia também pesquisas na internet e lia artigos relacionados aos temas das aulas. Assim, já fcava preparada para os dois dias da semana de aulas interativas presenciais e para o terceiro dia de aulas práticas. Nessas ocasiões, os estudantes realizavam estudos em laboratórios, como o de anatomia, visitas técnicas a hospitais, para acompanhar o trabalho de enfermeiros, e atividades com a comunidade, o que incluía orientação à população.

A enfermeira também treinava a parte prática nela mesma, nos colegas e em bonecos. Ao fnal do curso, fez estágio supervisionado, pelo tutor presencial, na Santa Casa da cidade e também em postos de saúde. “Eu administrava medicamentos, fazia curativos, auxiliava na sala de parto e no centro cirúrgico, enfm, passei por todos os setores do hospital”, conta Mariza. Atualmente, ela cursa pós-graduação a distância em Urgência e Emergência.

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