A polícia de Kyoto, no Centro-Oeste do Japão, prendeu no início de março um estudante de 19 anos que era suspeito de fraudar exames de admissão de universidades japoneses, aplicados no fim de 2010 e começo deste ano.
A fraude aconteceu em quatro universidades, duas em Tóquio, capital do Japão, e duas em Kyoto. Durante a prova de uma delas, a Universidade de Kyoto, o garoto chegou a postar em um canal de perguntas e respostas, do site Yahoo! Japan, seis questões de matemática e duas de inglês, que foram respondidas imediatamente, a tempo de serem usadas na prova.
Dias após a constatação da fraude, a polícia começou uma investigação para descobrir quem havia trapaceado durante as provas. Com ajuda do Yahoo, as autoridades descobriram que todas as mensagens haviam sido enviadas pelo mesmo telefone celular, que estava registrado com o nome da mãe do suspeito.
Além de preso, o estudante está sendo processado. Caso seja condenado, ele pode pegar três anos de prisão, ou terá que pagar uma multa de cerca de seis mil dólares. De acordo com a imprensa japonesa, se isso acontecer, o garoto poderá ser a primeira pessoa a ser processada por trapaça no país. A identidade do estudante não foi revelada, porque ele ainda é menor de idade (a maioridade no Japão só acontece aos 20 anos).
Celulares liberados
A fraude nos exames de admissão das universidades japonesas só pode acontecer porque os estudantes têm permissão de entrar no local de prova portando aparelhos celulares. Entretanto, após o escândalo, essa liberação pode acabar.
Incomodado com a repercussão do caso, que foi destaque nos jornais do país, o Ministério da Educação do Japão disse que poderá proibir a entrada de celulares e outros dispositivos de comunicação em locais de exame.
Medida como esta foi tomada pelo governo da Coreia do Sul, que em 2004 também constatou fraudes nos exames de admissão das universidades locais. A Coreia não só baniu os celulares das salas de exame, como também passou a utilizar detectores de metal antes das provas, para assegurar que nenhum estudante entrasse nas salas carreguando aparelhos.
No Brasil, tais irregularidades já aconteceram. Durante o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010, diversos estudantes tuitaram de dentro da prova. Muitos apenas se vangloriaram por conseguir driblar a segurança e usar o celular durante o exame. Outros, entretanto, aproveitaram para pedir ajuda com a resposta de algumas questões. Após a constatar a fraude, o Ministério da Educação (MEC) eliminou três candidatos que escreveram no microblog.
A diferença entre o Brasil e os países asiáticos, é que na prova brasileira os estudantes eram proibidos de entrar com qualquer tipo de aparelho eletrônico dentro da sala de exame.
*Com informações do The New York Times
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