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Estudantes dão dicas de como passar em Medicina em cinco universidades diferentes

Muito estudo com doses diárias de descanso são a garantia do sucesso no vestibular, afirmam candidatos

Por por MARIANA NADAI
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h56 - Publicado em 10 fev 2011, 16h26

No mês em que as principais universidades brasileiras divulgaram o resultado de seus processo seletivos, os estudantes Flávio Cruz Ferro e Amanda Wictky Fabri, ambos de 19 anos, tiveram uma adorável surpresa. Aliás, uma não, cinco. Os dois passaram em um dos cursos mais concorridos dos vestibulares, Medicina, nas mais prestigiadas instituições do país, entre elas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

– Confira a lista de aprovados nos principais vestibulares do país

À primeira vista, o feito dos estudantes parece impossível para a maioria dos adolescentes, mas eles garantem que não fizeram nenhum absurdo. Nada como um ano de dedicação aos estudos, mesclado de descanso e apoio da família para conseguir alcançar os objetivos.

Leia a seguir a entrevista com os estudantes:

GUIA DO ESTUDANTE: Quais vestibulares vocês passaram?

Flávio Cruz Ferro: Eu passei para o curso de Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Unicamp, USP e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Também estou na lista de espera da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), mas é difícil me chamarem, pois estou na 64ª posição.

Amanda Wictky Fabri: Eu fui aprovada na USP, Unicamp, Unifesp e Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Na Unesp estou na lista de espera, na 6ª colocação, então na próxima chamada já estou dentro também.

GUIA DO ESTUDANTE: Com tantas opções, já pensaram em qual universidade vão estudar?

Flávio Cruz Ferro: Escolhi a USP Ribeirão Preto – interior de São Paulo -, porque sou daqui mesmo e foi sempre um sonho poder estudar na minha própria cidade. Sem contar que é uma das melhores faculdades do país.

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Amanda Wictky Fabri: Vou fazer USP. Já estava decidida desde 2009, quando fui fazer uma visita à universidade e me apaixonei por tudo!

GUIA DO ESTUDANTE: Como era a rotina de estudos de vocês?

Flávio Cruz Ferro: Não fiz nada de absurdo. A minha maior qualidade foi a regularidade. Assisti a quase todas as aulas do cursinho, fiz todos os simulados possíveis e as redações. Além disso, mantive uma média diária de 5 horas de estudo extra-aula.

Amanda Wictky Fabri: Eu ficava no cursinho o dia inteiro. Chegava às 7 da manhã e voltava para casa no final do dia, lá pelas 19h. No período da manhã assistia as aulas regulares e a tarde ou eu estudava ou fazia as aulas extras. Quando chegava em casa eu preferia descansar. Nos finais de semana eu fazia os simulados do cursinho, mas quando não havia nada, eu aproveitava para descansar.

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GUIA DO ESTUDANTE: Quer dizer que vocês mantinham também uma rotina de descanso?

Amanda Wictky Fabri: Acho que tirar um tempo para descansar entre os estudos é muito importante para aguentar tantas provas. As pessoas acham que estudar sem parar é a melhor receita para passar no vestibular, mas na verdade não é, porque você chega esgotado para fazer a prova.

GUIA DO ESTUDANTE: Vocês consideram que fizeram sacrifícios para atingir os seus objetivos?

Flávio Cruz Ferro: Acho que posso considerar que tive que sacrificar a minha vida social. Meus finais de semana praticamente se confundiram com os dias úteis. Quase não saía e não ia em festas, pois tinha aulas no sábado, que demandavam estudo posterior em casa, e, a cada duas semanas, aos domingos, fazia simulado. Quando sobrava tempo livre eu priorizava a minha família.

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Amanda Wictky Fabri: Não acho que tive que me sacrificar para manter a minha rotina de estudos. Claro que deixei de sair de balada, ou quando saía voltava mais cedo, mas não considero isso um sacrifício. No final, a recompensa é muito maior do que o que eu perdi.

GUIA DO ESTUDANTE: Qual a maior dificuldade enfrentada durante as provas?

Flávio Cruz Ferro: O mais desafiador foi aguentar a maratona de muitas provas em um curto período de tempo. Cada prova tinha entre cada 4 ou 5h de duração e eu ficava até o final em todas, para tentar tirar o máximo de pontos de cada questão.

GUIA DO ESTUDANTE: Vocês esperavam obter tantos resultados positivos assim?

Flávio Cruz Ferro: Não. Imaginava que tinha chance de brigar nas faculdades que prestei, mas nunca que passaria de primeira em todas elas.

Amanda Wictky Fabri: Não estava tão confiante. Em 2009 – primeiro ano que fez cursinho – eu achava que tinha ido super bem e não passei. Esse ano, achei que, pelo menos na Fuvest, eu tinha ido mal. Na Unicamp e na Unifesp eu nem olhei a lista, tinha certeza que não tinha passado. Só achava que tinha ido bem na Unesp, porque para mim a prova fácil.

GUIA DO ESTUDANTE: Como foi a escolha pelo curso de Medicina?

Flávio Cruz Ferro: Fiz um ano de Jornalismo, mas não estava me encontrando no curso, a profissão já não me motivava mais. Passei a procurar por outros cursos, até que encontrei dentro de casa o maior exemplo, do meu pai que é médico.

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Com o tempo a ideia foi amadurecendo. Durante o cursinho, tive a certeza que meu caminho era o da Medicina mesmo. Meu pai me levou para o hospital em que trabalha, conheci a rotina, o ambiente e me apaixonei pela área de Saúde.

Amanda Wictky Fabri:
Quando era mais nova achava interessante a idéia de ser médica, mas no ensino médio mudei de idéia. Percebi que tinha muito interesse por matemática e física, e que gostava de desenhar. Por conta disso, pensei em fazer Engenharia. Porém, na hora de preencher a ficha de inscrição pensei que não queria de fato ser engenheira. Na hora de decidir o curso, optei por Medicina.

*Com reportagem de Guilherme Dearo

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