Jovem descobre dois vídeos com 14 anos de diferença e se emociona com o apoio do pai
Apelidada de 'minhocossaura' pelo pai, a graduanda em Psicologia relembrou seus primeiros dias de aula na escola e faculdade
Será que você consegue se lembrar do seu primeiro dia de aula no Ensino Fundamental? O personagem que estampava sua mochila, o nome da escola onde estudava e, principalmente, como estava se sentindo? Brenda Barbuglio Goulart, de 23 anos, viveu essa avalanche de lembranças no último mês.
Enquanto olhava distraidamente o canal de seu pai no Youtube – um compilado de vídeos caseiros que guarda memórias da família – encontrou dois registros inesperados, que emocionaram milhares de pessoas nas redes sociais nos dias seguintes.
“Hoje é dia 29 de janeiro de 2008 e ‘minhocossaura’ está voltando para a sala de aula, primeira série”, narrava o pai da jovem no primeiro deles, enquanto gravava uma versão criança de Brenda no banco de trás do carro. Quando notou a semelhança da gravação com uma outra, feita 14 anos depois, Brenda caiu no choro. “Hoje é 6 do 2 de 2022 e estamos levando minhoca para a faculdade”, anunciava o pai, agora de cabelos e barbas grisalhas, enquanto Brenda, com 19 anos, sorria e acenava para a câmera do banco traseiro.
“Eu olhei e falei ‘cara, tá igual’, e não foi uma coisa programada. Pensei ‘vou fazer uma junção disso'”, relembrou a estudante de Psicologia em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE. Quando colocou as gravações lado a lado, chorou novamente junto com os pais.
Além de se emocionar com o carinho da família, Brenda também ficou sensibilizada ao recordar aqueles dois dias tão marcantes da sua trajetória escolar. Surpreendeu-se relembrando como estava nervosa em ambos, por razões muito diferentes. “Eu até brinco dizendo que já tive medo de escrever de letra de mão! Foram medos de tantas coisas bestas que na época eram importantes”, conta, afirmando que pensar nisso lhe dá forças.
Já no primeiro dia da faculdade, vieram os temores de gente grande: moraria pela primeira vez sozinha, longe dos pais, em outra cidade – a jovem mudou-se de Ubatuba, litoral de São Paulo, para São José dos Campos. Vinda de uma família tão unida, ficou aterrorizada. Mas o pai, que sempre teve as “manhas” certas para acalmá-la, sabia o que fazer.
“Meu pai fez uma semana de relaxamento comigo. Então a gente ia para a praia, conversava, falava sobre a vida, e isso de fato aconteceu”, relembra a estudante sobre os dias que antecederam sua mudança para a faculdade. “Hoje eu vejo a diferença que fez”.
Agora, no quarto ano da graduação, Brenda relembra os primeiros dias longe da família como se assistisse a um filme — ou a um dos vídeos de seu pai. “Eu lembro que tinha uma cama de solteiro do lado de uma janelona, e dava para ver a lua. Eu olhava para aquela lua e falava: que solitário, o que que eu tô fazendo aqui sem minha mãe?'”.
Hoje, adaptada à nova rotina, Brenda se sente confortável, mas não deixa de chorar na despedida todas as vezes que visita os pais. No ano que vem, será graduada em Psicologia, escolha que de certa forma também passa pelo exemplo da família. “Meu pai é terapeuta, e minha mãe é uma mulher incrível, tem contato muito fácil com as pessoas e uma sensibilidade muito grande. Então acho que eu sempre tive ligação e admirei essa profissão”, finaliza.
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