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Prêmio Melhores Universidades 2016: USP é a melhor pública

Veja a lista completa das 20 melhores instituições públicas do país

Por Renato Gomes Garcia e Simone Toledo
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h47 - Publicado em 14 out 2016, 13h05

Reconhecida no exterior, a USP segue firme na meta de aumentar a internacionalização e flexibilizar os currículos dos cursos

Fundada em 1934, a Universidade de São Paulo (USP) é a mais prestigiada instituição de ensino superior do Brasil. Motivos para isso não faltam. Além de ter um corpo docente formado por 99% de doutores, os professores e pesquisadores da universidade são responsáveis por cerca de 22% da produção científica nacional. Os outros números também impressionam: seus 90 mil alunos frequentam 209 cursos de graduação e 222 programas de pós-graduação, disseminados por todas as áreas do conhecimento.

A gigantesca infraestrutura da USP compreende oito campi, espalhados entre a capital paulista, o interior do Estado, nas cidades de Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos, e o litoral, em Santos. Os estudantes contam com bibliotecas, museus, salas de informática e dezenas de laboratórios para práticas científicas, além de restaurantes, alojamentos e centros esportivos. Eles também são beneficiados por serviços de saúde, auxílios e bolsas, além de cursos de extensão e atividades extracurriculares.

 

Nível internacional

Apesar de viver uma grave crise há mais de três anos, com déficit orçamentário e até mesmo um plano de demissão voluntária de técnicos e professores, a USP manteve inabalado seu prestígio internacional. Pelo quinto ano consecutivo, ela figura entre as 100 universidades com melhor reputação acadêmica do mundo no levantamento feito pela organização britânica Times Higher Education (THE). Classificada na posição 91-100, foi a única universidade da América Latina a aparecer nesse ranking.

Outro levantamento, o QS World University Ranking by Subjects, divulgado em março de 2016, classificou a USP entre as 200 universidades mais bem avaliadas do mundo, melhor resultado da instituição desde 2010, quando a relação começou a ser publicada no formato atual, em que são analisados os níveis de pesquisa, ensino, empregabilidade e internacionalização.

Desafios para o futuro

Segundo o pró-reitor de graduação Antonio Carlos Hernandes, uma das preocupações atuais é a inclusão social. A adesão ao Sisu (Sistema de Seleção Unificado) para 21% das vagas dos cursos de graduação a partir do Vestibular 2017, bem como o aumento do número de vagas reservadas para alunos provenientes da rede pública de ensino devem contribuir para isso. “O Sisu também tem a vantagem de transformar a USP em uma universidade do Brasil, não restrita ao estado de São Paulo e região”, afirma Hernandes.

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Para o pró-reitor, outro desafio é fortalecer a inserção da universidade na comunidade global. Para isso, uma das metas é aumentar sua internacionalização, estreitando relações com universidades e instituições de pesquisa de outros países. Só em 2016 foram assinados 904 convênios com instituiçoes estrangeiras para intercâmbio de alunos, um acréscimo de 12% em relação a 2015. Além disso, o Conselho Universitário autorizou que cada unidade de ensino pode oferecer disciplinas optativas livres em línguas estrangeiras em seus cursos. “Essa decisão é uma mudança de paradigma e faz com que a USP dê um passo importante para a modernização do ensino de graduação, fortalecendo seu processo de internacionalização”, completa.

Por fim, Hernandes comemora a recente autonomia acadêmica e pedagógica conquistada pelas faculdades da Universidade, desburocratizando os processos de reforma curricular dos cursos. Além disso, cada unidade passou a ser incentivada a discutir a adoção de metodologias inovadoras para envolver ainda mais seus alunos nas aulas. A ideia é que elas reflitam sobre seus cursos, flexibilizando as grades curriculares de acordo com as necessidades de cada disciplina. “A modernização deve ser uma preocupação contínua da universidade e precisa ser construída por todos”, conclui o pró-reitor.

2º lugar: Unicamp

Universidade completa 50 anos como referência nacional em ensino, pesquisa e extensão e comemora sucesso de programa de inclusão social

Unicamp: vista aérea do campus principal, em Campinas (crédito: Antoninho Perri)
Unicamp: vista aérea do campus principal, em Campinas (crédito: Antoninho Perri) ()

Com 50 anos de existência completados em outubro de 2016, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se destaca por integrar o ensino com a pesquisa e a extensão. Os 18 mil alunos dos 66 cursos de graduação são incentivados, desde os primeiros anos, a participarem de projetos de pesquisa. Não é à toa que a Unicamp é a responsável por 15% da produção científica nacional e também a líder em registros de patentes no país.

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Outro dado que comprova a importância da instituição no cenário nacional é que seus 1.795 professores, dos quais 99% têm titulação de doutor, publicaram 18.315 artigos em periódicos especializados só no ano de 2015. Esse número representa um total de 10 artigos per capita, a maior média individual por docentes em uma universidade brasileira. A pós-graduação da Unicamp também é de grande relevância, uma vez que seus 153 cursos estão entre os melhores do país, mais da metade deles com nível de excelência internacional. A cada ano a universidade forma cerca de dois mil mestres e doutores.

Uma escola só de extensão

Com quatro campi distribuídos entre as cidades de Campinas, Piracicaba e Limeira, todas no interior de São Paulo, a Unicamp é marcada também por ser uma das universidades brasileiras que mais investem na extensão – a oferta de serviços para a comunidade feita pelos próprios alunos da universidade. Na Extecamp, a Escola de Extensão da Unicamp, são ofertados 1.133 cursos, dentre eles atendimento a mulheres grávidas e casais na preparação para o parto humanizado, identificação de microorganismos que deterioram os alimentos e até mesmo leitura e interpretação de contos de fadas e fábulas. Eles podem ser cursados tanto pelos alunos da Unicamp, quanto pela comunidade de Campinas e região.

Além de ajudar a sociedade, já que esses cursos qualificam os alunos, a extensão acaba também beneficiando a própria universidade. Isso porque, segundo o reitor José Tadeu Jorge, “ao dar acesso a um amplo conjunto de pessoas, de uma certa maneira os cursos permitem que elas sejam ouvidas dentro da Unicamp, e nós aprendemos mais sobre as necessidades e expectativas da comunidade.”

Faz parte também da Extecamp um banco de talentos online, que cadastra empresas, públicas ou privadas, interessadas nos profissionais qualificados pelos cursos de extensão. Os alunos, por sua vez, também preenchem um cadastro e têm seus dados cruzados com os dessas empresas, garantindo que cada um deles tenha aumentadas as chances de ingressarem no mercado de trabalho.

Bonificação no vestibular

A Unicamp é pioneira na adoção de ações afirmativas. Desde 2004, com a criação do Paais (Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social), pretos, pardos e indígenas ganham um bônus de 30 pontos na nota final do vestibular, enquanto alunos da rede pública de ensino têm garantidos 40 pontos extras.

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O sucesso do programa teve seu ápice no início de 2016, quando, pela primeira vez, mais de 50% dos alunos ingressantes vieram de escolas públicas. Só em Medicina, curso tradicionalmente de perfil mais elitizado, 88% das cadeiras das salas de aulas foram ocupadas por alunos da rede pública.

Para comprovar a eficácia do programa, a universidade realiza pesquisas internas que comparam os rendimentos dos alunos provenientes do Paais, com os que entraram pelo vestibular comum, sem qualquer bonificação. E os resultados apontam que os alunos beneficiados pelo Paais tiveram rendimento igual ou superior aos que não utilizaram o programa. “Os alunos da rede pública, por uma série de dificuldades e pela falta de oportunidade de um bom ensino, quando entram em uma universidade se agarram ao conhecimento com muita força e muita raça”, acredita o reitor. “Cada vez mais tenho convicção de que a universidade pública tem o dever de ser um espaço de inclusão social’, diz.

3º lugar: Unesp

Universidade se destaca pelo ensino de qualidade, sem deixar de lado os estudantes que não têm condições financeiras de concluir a graduação

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Unesp: fachada do campus de Assis (crédito: divulgação Unesp)
Unesp: prédio do campus em Ourinhos (crédito: divulgação Unesp) ()

Uma das maiores universidades multicampi do país, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) tem suas 34 unidades espalhadas por 24 cidades do estado de São Paulo, entre a capital, o interior e o litoral. Nelas são ofertados 155 cursos de graduação, além de 112 doutorados, 124 mestrados acadêmicos e 19 mestrados profissionais.

Os seus 89 mil alunos contam com um corpo docente formado em sua maioria por professores doutores, além de uma enorme infraestrutura composta por mais de 1.900 laboratórios e 30 bibliotecas, que, juntas, contêm um acervo de 1,3 milhão de livros. Além disso, eles têm à disposição museus, hortos, jardins botânicos e cinco fazendas experimentais, hospitais veterinários e clínicas de odontologia, psicologia, fonoaudiologia e fisioterapia para aulas práticas.

Merece destaque também o investimento em pesquisa: desde os primeiros anos da graduação os alunos são incentivados a participarem dos programas de iniciação científica. Segundo o ranking Nature Index 2016 Rising Stars, que indica as universidades que têm potencial de ascensão, elaborado pela revista norte-americana Nature, a Unesp tem destaque na produção científica entre as universidades da América do Sul e Central. Só em 2016 foram 7.037 artigos publicados em periódicos especializados.

Serviços à comunidade

De acordo com o reitor Julio Cezar Durigan, a Unesp é referência quando se fala também em extensão e na quantidade e qualidade dos serviços que presta à comunidade. Graças ao “Projeto Empresas Juniores”, a instituição “favorece o empreendedorismo e a formação profissional diferenciada para inserir os alunos no mercado de trabalho”, explica. São quase 60 empresas juniores formadas por grupos de alunos que prestam diferentes serviços remunerados à comunidade, tais como consultoria, assessoria jurídica a pessoas carentes, orientação a micro e pequenos empresários, atendimento psicopedagógico a crianças com problemas de aprendizagem, atendimento médico e odontológico e até mesmo previsão do tempo para agricultores.

Os alunos e professores da Unesp também oferecem voluntariamente cursos pré-vestibular para aproximadamente cinco mil jovens carentes provenientes de escolas públicas, além de todo o material didático ser inteiramente publicado, sem custos, pela Editora da universidade.

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Permanência do aluno

Mais do que oferecer ensino de qualidade, um dos desafios atuais da universidade é manter o aluno até o final da graduação. “Trabalhamos muito dando condições para que o aluno financeiramente carente não apenas entre na universidade, mas nela se mantenha durante todo o curso”, conta o reitor Julio Cezar Durigan. O Programa de Permanência Estudantil contempla os alunos com bolsas manutenção, de apoio acadêmico e extensão, moradia e iniciação científica, além de auxílio alimentação e também auxílio estágio.

A Unesp também oferece bolsas de mobilidade estudantil, uma vez que vem aumentando o investimento em internacionalização. Em 2016, foram assinados 510 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio de alunos, muitos deles realizando estágio no exterior atualmente.

Veja quais são as 20 melhores instituições públicas de 2016

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