Sonha em fazer intercâmbio na Coreia do Sul? Veja 7 fatos da educação no país
Veja como funcionam os incentivos para estrangeiros e em quais universidades que você poderia estudar
O sonho do intercâmbio na Coreia do Sul pode estar mais perto do que imagina. Este é um dos países que utilizam políticas de educação de forma intensa em suas estratégias de desenvolvimento – ou seja, estudo é coisa séria por lá. Depois da crise gerada pela Guerra das Coreias, o país passou a investir no crescimento de seus cidadãos por meio do ensino, transformando sua cultura.
Mas o que isso tem a ver com você, estudante brasileiro que gostaria de estudar por lá? A Coreia do Sul não investe apenas em seus próprios cidadãos. Existem programas que incentivam estrangeiros a estudar no país, assim como oferecem apoio financeiro de subsistência para que concluam os estudos.
Por estas e outras razões, escolher fazer este intercâmbio te ajudaria a se destacar na carreira, mas também a ser valorizado desde o dia um na universidade. Abaixo, confira fatos sobre a educação no país!
+ Kpop no Enem 2023? Entenda a história conflituosa das duas Coreias
1. Alto investimento na educação
De acordo com análise da internacionalista Débora Hisae Honda no artigo “A febre educacional sul-coreana, passado e presente: o paradoxo entre a tradição e o desenvolvimento”, a educação foi um dos principais elementos usados pela Coreia do Sul para sua ascensão econômica.
A verdade é que desde antes da Proclamação da República da Coreia do Sul, em 1948, a noção de promoção da educação já permeava a cultura do país – e trata-se de uma política que se manteve até os dias de hoje.
Em 2022, a Coreia do Sul ficou no top 10 em três rankings do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), sendo 5º lugar em Ciências, 4º lugar em Leitura e 6º lugar em Matemática.
+ BTS no exército: o que explica a rigidez do serviço militar sul-coreano
2. Valorização do ensino superior
Na Coreia do Sul, ter um diploma de ensino superior coloca em vantagem um candidato concorrendo a uma vaga de emprego.
Segudo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a educação é tão importante para o país que houve uma reavaliação de como gerar mais empregos para os jovens formados que foram afetados pela pandemia do Covid-19 e ficaram desempregados – uma forma de incentivo para que os cidadãos permaneçam buscando o ensino superior.
+ Como o K-Pop transformou o poder econômico e cultural da Coreia do Sul
3. Valorização do jovem
Pensando em gerar mais empregos para jovens com ensino superior, a Coreia do Sul analisou algumas medidas governamentais. A lista é extensa, focada apenas nesta parcela da sociedade.
Algumas delas que especificam a área da Educação são:
- Criar oportunidades de emprego através de um maior apoio ao trabalho e ao empreendedorismo;
- Fornecer emprego personalizado e planejamento de carreira e consultoria desde o início para jovens ainda em formação;
- Cultivar novos talentos em tecnologia e expandir as oportunidades de emprego para os jovens;
- Expandir o programa interministerial de cultivo de talentos, que oferece currículos educacionais especializado em novas tecnologias;
- Fornecer apoio a atividades de pesquisa para descobrir e desenvolver os melhores talentos mais cedo;
- Expandir o número de universidades que aceitam créditos pela aprendizagem adquirida durante o serviço militar;
- Reduzir o encargo financeiro dos custos da educação, incluindo as mensalidades, e melhorando a qualidade dos programas de bolsas de estudo;
- Melhorar os sistemas de licenciamento que são injustos para os jovens que trabalham enquanto estudam ou estão matriculados no ensino depois de conseguir um emprego.
+ 3 livros para conhecer Han Kang, sul-coreana vencedora do Nobel de Literatura
4. Eles tem seu próprio “Enem”
Claro que um país que valoriza a ascensão social por meio dos estudos tem seu próprio Enem. O Suneung (수능) é o exame de ingresso no ensino superior mais importante do país, já que a pontuação determina em qual universidade o aluno irá cursar sua graduação. Ele existe desde 1960 e passou por uma revisão em 1994. Costuma acontecer sempre em novembro.
O exame tem duração de 8 horas e acontece das 8:40 às 17:40, com 1 hora de almoço. Os estudantes coreanos completam seis seções. Entre elas estão Língua Coreana, Matemática, Inglês, História da Coreia, Língua Estrangeira (Alemão, Francês, Espanhol, Chinês, Japonês, Russo, Árabe, Vietnamita ou Chinês Tradicional), entre outras disciplinas subordinadas.
A seção do idioma nacional costuma ser a mais difícil do exame, incluindo fala e escrita, gramática, leitura e literatura. A seção de Matemática é dividida em dois tipos: Ga e Na. O Tipo Ga é para estudantes que aprendem Ciências da Natureza, enquanto o tipo Na é para estudantes que aprendem Ciências Humanas.
Para disciplina subordinada, os alunos podem escolher entre Ciências (Física, Biologia, Química, Geociências), Estudos Sociais (Ética, Geografia, História, Ciência Política) ou Educação Profissional (Engenharia, Comércio, Oceanografia, Ciências Agrárias, Economia Doméstica).
A importância do Suneung é tamanha que todo o país se mobiliza em torno dele, evitando trânsito, grandes eventos e proibindo atividades que gerem muito ruído. Em 2018, uma jovem que ainda era estudante contou para a BBC que seus professores foram orientados a usar sapatos que não faziam barulho no dia do exame para “não distrair os estudantes”.
+ Movimento 4B: entenda os “4 nãos” das mulheres na Coreia do Sul
5. Programa de bolsas para estrangeiros
O governo sul-coreano oferece bolsas de estudo para estrangeiros ou mesmo para os intercambistas autofinanciados que demonstram excelência acadêmica enquanto estudam na Coreia do Sul.
O objetivo é proporcionar experiências significativas para estrangeiros relacionadas à cultura e educação sul-coreanas, além de fortalecer o intercâmbio com universidades de outras partes do mundo.
Estudantes estrangeiros de intercâmbio que não estão na Coreia e estão matriculados em uma universidade estrangeira que assinou um acordo com uma universidade coreana para intercâmbio;
Estudantes estrangeiros de intercâmbio com um GPA geral superior a 80% em sua universidade de estudo;
Estudantes de intercâmbio em cursos regulares na Coreia do Sul.
Nestes casos, a Coreia do Sul pode auxiliar o estudante bolsista com 500.000 won (moeda coreana) por mês para despesas de subsistência, além de disponibilizar a passagem aérea de ida e volta, seguro médico de 20.000 won por mês (assinada pela universidade) e um valor único de 200.000 won.
Estudantes estrangeiros autofinanciados matriculados como alunos do segundo ano ou acima em um curso regular de graduação em uma universidade na Coreia do Sul;
Alunos com média de GPA de pelo menos 80 em 100 para todos os semestres;
Alunos com média de GPA de pelo menos 80 em 100 no semestre anterior;
Alunos com pontuação TOPIK de Nível 4 ou superior (exame de proficiência do idioma coreano). Estudantes estrangeiros de intercâmbio com um GPA geral superior a 80% em sua universidade de estudo;
Estudantes de intercâmbio em cursos regulares na Coreia do Sul.
No caso destes estudantes sem vínculo com universidades de seus países, a Coreia do Sul oferece auxílio de 500.000 won por mês, totalizando no máximo 5.000.000 won durante todo o intercâmbio.
Todas as informações estão disponíveis no site oficial do governo sul-coreano em coreano, inglês ou chinês.
+ A ‘guerra de balões’ coreana pode virar conflito armado?
6. Permissão para trabalhar mesmo sendo um estrangeiro fazendo intercâmbio
De acordo com o Ministério da Educação sul-coreano, estudantes estrangeiros que completaram pelo menos 6 meses estudando em uma universidade sul-coreana e foram recomendados por um professor da universidade possuem permissão do governo para trabalhar meio-período.
Durante os semestres letivos, o limite é de 20 horas trabalhadas por semana. Por outro lado, não há limitação de horas durante as férias. Não há especificidade se o trabalho precisa ou pode ser relacionado com o curso de graduação realizado pelo estudante.
+ Como conciliar estudos e estágio?
7. Mais de 400 opções de universidade
O estudante intercambista pode escolher entre 431 universidades para estudar na Coreia do Sul. Apesar do país ser famoso pelas universidades privadas, 11 delas são universidades públicas.
No site Study In Korea (Estude na Coreia), do governo sul-coreano, é possível ver a listagem com todas as universidades disponíveis e ainda filtrar se o estudante deseja que a instituição ofereça dormitório, suporte para bolsa de estudos, entre outros benefícios.
+ Conheça diferenciais de 10 universidades públicas brasileiras
Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso GUIA DO ESTUDANTE ENEM e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.