UnB quer proibir trote violento na universidade
Além de acabar com trotes, instituição regularizará a convivência dentro dos campi
A Universidade de Brasília (UnB) publicará nesta terça-feira um documento que estabelece novas regras de convivência dentro do campi da universidade. Entre as mudanças está a proibição de qualquer tipo de trote violento dentro da UnB. O texto, de acordo com nota no site da instituição, já está pronto e será divulgado na página para uma consulta pública da comunidade universitária e depois será enviado para o Conselho Universitário (Consuni).
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As novas regras vão proibir qualquer tipo de trote que “submeta o calouro a tortura, a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante e a discriminação de qualquer natureza”. Além de tornar oficial o repúdio às recepções violentas dos calouros, o documento também prevê a proibição do comércio de bebidas, estabelece normas para confraternizações nos campi – classificando os eventos como de pequeno, médio e grande porte – e fixa limites de horário para festas.
As discussões sobre trotes violentos se tornaram uma importante pauta neste ano na UnB pela denúncia, feita na última semana pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão do governo federal, sobre um polêmico ato realizado na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV). Em uma das tradicionais “brincadeiras” realizadas pelos veteranos e, de acordo com o site da universidade, patrocinado pelo Centro Acadêmico de Agronomia, calouras da faculdade foram obrigadas a lamber linguiças cobertas de leite condensado, em uma alusão direta ao sexo oral.
Após a denúncia do trote, o reitor da UnB criou uma sindicância para apurar acusação de discriminação contra mulheres durante o ato. Uma comissão formada por um membro da FAV, uma representante da SPM e um integrante da Faculdade de Direito vai verificar em que situação o trote ocorreu, quais alunos participaram e se houve infração penal.
Mesmo com as medidas tomadas pelo reitor e a manifestação de alguns estudantes veteranos contra os trotes violentos, as recepções humilhantes parecem continuar na UnB. Na última segunda-feira (31/01), os mais de 1,4 mil estudantes ingressantes do Programa de Avaliação Seriada (PAS), foram recebidos com ovos, farinha e tinta por alguns estudantes da universidade.
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