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Unicamp: cursinhos analisam cada uma das disciplinas da prova

Unicamp segue antenada, desafiadora e exigente. Interdisciplinaridade foi bastante presente, assim como questões sobre representatividade

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 10 nov 2021, 18h35 - Publicado em 7 nov 2021, 20h13
Correção de provas UNICAMP 2022
 (Guia do Estudante/Divulgação)
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Veja o gabarito extraoficial da primeira fase da Unicamp

Neste domingo (7), candidatos realizaram a primeira fase da Unicamp 2022. Segundo relato dos estudantes na saída da prova, o exame tratou de questões bastante atuais e exigia que estivessem ligados ao que está acontecendo no Brasil e no mundo, como já é de costume dessa banca. Para Luís Gustavo Megiolaro, diretor-adjunto de Unidades Escolares do Poliedro, a primeira fase foi exigente para além do conteúdo. “A prova exigiu diversas habilidades dos aluno: leitura e interpretação de texto, compreensão de gráficos e lógica”, aponta.

Segundo Megiolaro, a avaliação exigiu leitura muito atenta em praticamente todas as disciplinas – até nas questões de exatas, que normalmente têm os enunciados mais diretos. “Muito provavelmente a Unicamp acabou acrescentando uma hora a mais na prova por conta dessa necessidade de um fôlego maior para muita leitura e resolução das questões. Isso possibilitou que as 72 questões fossem resolvidas mais tranquilamente”, observou.

A prova também trouxe várias questões interdisciplinares: biologia com geografia, inglês com português, biologia com química, química com física, o que exigiu bastante do candidato, completa Megiolaro.

“Representatividade é a palavra que define a prova”, avalia Daniel Perry, diretor do Curso Anglo. “Havia testes sobre o empoderamento feminino, quilombolas, povos indígenas e duas questões sobre o universo LGBTQIA+”, completa. Perry ressalta que foi uma prova sofisticada, desafiadora com uma grande diversidade de fontes e muito antenada com questões atuais. “Caíram temas que abrangem todo o Ensino Médio. A prova foi trabalhosa, tinha que ser feita com muita atenção, o nível de qualidade foi muito bom e a banca está de parabéns”, conclui.

Na avaliação de Daniel Cecílio, diretor da Oficina do Estudante, a primeira fase manteve o aspecto geral das provas aplicadas pela Unicamp. “Foi uma avaliação atual e contextualizada, que exigiu dos alunos uma capacidade de leitura, de interpretação e crítica e de visão do mundo. Isso a gente encontra em todas as disciplinas”, afirma.

Confira os comentários e análises da primeira fase da Unicamp por disciplina:

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Português e literatura

Um dos elementos mais explorados nas questões de português e literatura foi a interpretação de texto, segundo Megiolaro. Para ele, apesar da Unicamp colocar autores e textos que os candidatos tinham que conhecer, havia a necessidade de compreender melhor os enunciados no momento da resolução. Isso aconteceu em ambas as disciplinas. 

“Caíram temáticas importantes da literatura exigidas pela prova. Por exemplo, o texto do ‘O Marinheiro’, de Fernando Pessoa; o poema ‘As Ondas’, de Olavo Bilac; caiu sonetos de Camões; textos de Machado de Assis e também sobre ‘O Ateneu’, de Raul Pompeia”, comenta o diretor do Poliedro.

Os professores da Oficina do Estudante categorizaram como clássica a prova de literatura, que abordou apenas as obras esperadas. De acordo com eles, o nível foi mais baixo do que em relação à edição do ano passado.

“Foi uma prova muito bem elaborada, ainda melhor que em anos anteriores, com uma boa escolha de textos-base, temas contemporâneos, respostas não óbvias”, diz Perry, do Anglo. Literatura foi uma prova difícil, foram cobradas seis das dez obras da lista e metade dessas obras eram livros do século dezenove, o que exigiu bastante dos alunos, completou.

Inglês

Prova de nível alto, dificuldade de média para difícil, questões bem formuladas, com gêneros textuais diferentes e temas sociais relacionados à minorias. 

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Geografia 

A prova de geografia exigiu bastante do candidato a leitura de mapas, esquemas e gráficos. Na parte de conteúdo, Megiolaro chamou atenção para a temática da África, que apareceu em várias questões. 

“Seguiu o padrão de anos anteriores, mas com um nível de dificuldade maior”, avalia Perry. Questões mais complexas do que no ano anterior, houve bom uso de mapas, textos e uma boa variação entre geografia geral e do Brasil. 

Biogeografia mundial, fuso horário, geopolítica falando sobre o Chile, comércio exterior do Brasil, problemas sociais urbanos, quilombos e relevo brasileiro foram temas que marcaram presença nas questões.

História

“Nível médio e dificuldade, com textos longos e complexos”, diz Perry, do Anglo. “Temas da atualidade serviram como gancho para se olhar para história, como no caso do terraplanismo, discussão que aparece hoje também, mas a questão que caiu era sobre a antiguidade clássica grega. 

De acordo com Megiolaro, os enunciados exigiam do aluno não só conhecimentos históricos, mas também uma capacidade interpretativa.

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A equipe da Oficina avaliou o nível de dificuldade de médio para fácil, “bem equilibrada com conteúdo de História Geral e do Brasil”.

Biologia

A prova de Biologia foi classificada pela Oficina do Estudante como moderna, com destaque no uso de muitas imagens. As questões trataram temas do dia a dia, como covid-19 e vacinas. Apenas com uma questão inesperada e incomum na prova da Unicamp, sobre glândula pineal.

Megiolaro afirma que, em relação à Biologia, a avaliação desse ano foi um pouco mais difícil, “já que exigiu do candidato não somente conteúdo, mas bastante atenção e interpretação de cladograma (diagrama no qual são representadas as relações evolutivas entre os seres vivos).

Matemática

A prova de matemática, que costuma ser bem direta, nesse ano trouxe mais textos. Apareceram também algumas imagens e esquemas, observou Megiolaro.

O nível de dificuldade foi médio porque tinham algumas perguntas bem fáceis e outras muito difíceis, com muitas contas, diz Perry, do Anglo. Foram cobrados conteúdos como equações de primeiro e segundo grau, álgebra, geometria, porcentagem e probabilidade. 

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A equipe de professores da Oficina do Estudante destacou a contextualização com temas atuais, como a covid e a efetividade da vacinação. Apesar dos assuntos terem sido bem distribuídos, de acordo com eles, faltaram questões de geometria espacial.

Física

Na análise de Perry, a prova foi de nível médio para difícil, mas com questões contextualizadas e cálculos simples. As fórmulas mais exigentes eram dadas na prova. E os temas foram os de sempre: mecânica, óptica, termologia, eletricidade.

Assuntos da atualidade sendo contextualizados nas questões foi um destaque para a equipe da Oficina do Estudante. Eles citam como exemplo um problema relacionado às viagens espaciais. “Uma prova bem bonita e com cálculos acessíveis”, completam.

Segundo Megiolaro, o aluno precisava saber alguns conceitos para realizar a prova de física, como aceleração e velocidade.

Química

Não se cobrou conteúdo em profundidade, avalia Perry, do Anglo, mas a prova foi trabalhosa e exigiu muita análise de gráficos e leitura de textos. Importante destacar a interface com biologia. Temas: separação de misturas, propriedade da matéria, cálculos estequiométricos e equilíbrio. 

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Para a Oficina do Estudante, as questões foram mais fáceis e interpretativas nesse ano. Os assuntos estavam relacionados à química ambiental, com abordagens vinculadas à área de biologia. Outro destaque foram os textos bem elaborados . 

Porém, a ausência de questões que exigiam que o candidato realizasse contas chamou a atenção de Megiolaro. Além disso, ele comenta que a prova trouxe muita interpretação de esquemas de tabelas com assuntos relacionados à química orgânica e inorgânica.

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