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“Doei sangue no trote. E gostei” – PARTE 1

Segunda parte da série GUIA no Trote mostra os detalhes, do ponto de vista do calouro, de um trote solidário

Por por GUILHERME DEARO, de São Bernardo do Campo (SP)
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h53 - Publicado em 18 fev 2011, 14h17

“Doei sangue no trote. E gostei” – PARTE 1

Funcionária do hemocentro faz meu cadastro inicial
Foto: Marina Piedade

Quando se fala a palavra “trote” a primeira coisa que vem em mente é a cena clássica de calouros tomando um banho de tinta e tendo os seus cabelos cortados pelos veteranos. Pelo menos assim é na maioria das universidades do país.

Também, infelizmente, com esse “trote tradicional” vêm casos de abuso e violência, o que vai na contramão da ideia de integração e boas-vindas.

Foi para repudiar qualquer recepção hostil que a Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo (SP), promoveu uma campanha de doação de sangue na última quinta-feira, dia 17 (haverá uma nova coleta no sábado (19)).

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– Professor da USP defende o fim de todos os tipos de trote nas universidades

Dias atrás este repórter se passou por um “bixo” da Medicina da Unicamp para relatar como era um trote nos moldes tradicionais. Agora era hora de relatar um trote solidário. No lugar de tinta, bateria e gritos de guerra, café-da-manhã, doutores e… agulha!

O primeiro dia de campanha reuniu cerca de 80 alunos, funcionários e professores da Metodista, além da comunidade. Nos reunimos no campus da faculdade, em São Bernardo do Campo (na Grande São Paulo) logo cedo, às 8h. Um café-da-manhã nos esperava justamente para evitar que alguém doasse em jejum, o que não é recomendado pelos médicos.

“É o segundo ano que a campanha ocorre e o primeiro em que a prática substitui o trote tradicional na universidade”, conta Isildinha Martins, coordenadora de eventos da Universidade Metodista. Para o sábado, mais de 200 pessoas se inscreveram.

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Paulo Salles, diretor de comunicação e marketing da universidade, acredita que a campanha ajuda para que os alunos não tenham apenas uma formação profissional, mas também cidadã. “A Metodista repudia o trote. O acolhimento nas universidades tem que ser diferente, não pode ser algo que gere abusos e violência. Esperamos que os novos alunos sejam bem recebidos pelos veteranos, não fiquem intimidados”, diz.

Às 9h, com todos bem alimentados, ganhamos camisetas da campanha e partimos de ônibus, divididos em quatro grupos para diferentes pontos da cidade. Fui para o Hemocentro de São Bernardo do Campo, da Associação Beneficente de Coleta de Sangue.

A primeira coisa que fiz foi um cadastro prévio, bastando nome, RG e endereço. Logo depois foi a vez dos exames básicos: pressão e temperatura. Eles também furam o seu dedo com uma agulha minúscula e coletam um pouco de sangue. Na hora, verificam se você tem anemia. Se tem, não pode doar. Passei com louvor.

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