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Os melhores médicos esportivos do mundo estão no Brasil

É o que diz José Luiz Runco, médico da Seleção. Reportagem estreia série sobre profissões ligadas ao futebol

Por Bernardo Besouchet
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h54 - Publicado em 18 Maio 2010, 17h28

Você adora futebol, mas acha que seu destino é mesmo fazer Medicina? Saiba que não é preciso limitar o contato com o esporte apenas aos jogos da tevê. É o que a medicina esportiva proporciona. Aplicar o conhecimento médico às práticas de alto rendimento dos esportes profissionais.

José Luiz Runco, responsável pelo Departamento Médico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nunca imaginou que trabalharia com times de futebol, muito menos que chegaria à Seleção. “Quando estava no 5º ano da faculdade, as coisas começaram a acontecer naturalmente. Tive a oportunidade de estagiar no Clube de Regatas Vasco da Gama em 1978. Comecei a trabalhar com futebol, nas categorias de base. Lá, eu aprendi bastante. Acho que todo mundo deveria começar pelas categorias de base quando chega ao esporte”, opina.– Fisioterapia tem futuro, diz fisioterapeuta da Seleção

Em 1981, ele chegou ao Flamengo, para integrar a equipe médica do clube. E, há 12 anos, coordena também o departamento da CBF. Isso tudo além de seus escritório particular.

Runco não nega que tem muito trabalho. E gosta disso: “Em média, são umas dez horas por dia. Alguns dias mais, outros menos, mas é mais ou menos por aí. É uma profissão que exige dedicação, entrega e, além de tudo, não depende só de você”, diz. “A aceitação da família é muito importante para que tudo possa correr bem, já que trabalhamos fins de semana e feriados.”

A opção pela Medicina foi curiosa. Em 1973, ao sofrer uma lesão no joelho, José Luiz, que tinha na época quase 18 anos, se fascinou pela área. Ele se formou na Faculdade de Medicina de Petrópolis, tendo feito os dois anos de sua residência na área de traumatologia e ortopedia.

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Hoje, José Luiz Runco é considerado uma sumidade em sua área, a medicina esportiva. Se você se interessa, quer se embrenhar por ela, fique atento às dicas que o médico deu ao GUIA, poucos dias antes de embarcar com a Seleção para Curitiba, de onde irá para a África do Sul:

“A primeira coisa a ser feita é se formar em Medicina. Esse caminho é igual para todos. Dedicação durante o curso é o que diferencia os profissionais ao longo da profissão. Superada essa etapa, o interessado deve fazer uma residência em medicina esportiva, curso que já está sendo oferecido em algumas instituições. Esse é o caminho, pois a titulação em médico do esporte faz com que o profissional compreenda todas as áreas que lhe são necessárias, como clínicas, fisiológicas, nutricionais e traumatológicas”, explica.

As instituições que oferecem residência em medicina são a Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, e a Faculdade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Segundo o médico, a importância da medicina esportiva é tão grande que o assunto em breve deve se tornar disciplina na grade curricular das faculdades, fator que gera um aumento gradativo no mercado de trabalho.

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Tanta atenção direcionada à área faz com que o Brasil tenha evoluído mais do que muitos países desenvolvidos. Runco chega a dizer que o Brasil é o melhor do mundo quando o assunto é medicina esportiva. “Estamos mil anos à frente. Nossa experiência é muito grande, nossos profissionais são requisitados nos principais clubes da Europa para tratar jogador deles”, exemplifica o médico.

“A necessidade que temos em cuidar dos nossos jogadores fez com que evoluíssemos. Em contraponto ao europeu que, se um jogador se lesiona, contrata um novo, pela facilidade que o dinheiro permite. Isso fez com que a medicina aqui desenvolvesse. Nada como a vivência para crescer.”

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