Leia redação nota mil no Enem que citou 'Torto Arado'

Não existe citação decorada que substitua um repertório original na redação do Enem.  Disso, Anna Beatriz Rebouças sabe bem. 

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Depois de fazer a prova sete vezes, a jovem de 21 anos viveu o sonho de todo candidato: alcançou a nota mil no texto!

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Para isso, citou uma das grandes obras da literatura brasileira contemporânea, o livro 'Torto Arado'.

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A seguir, leia o texto completo da candidata e inspire-se!

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Na obra literária "Torto Arado", Itamar Vieira retrata uma comunidade quilombola na Fazenda Água Negra, na Bahia, relatando aspectos socioculturais relevantes para essa população afrodescendente, como os rituais religiosos e os saberes tradicionais passados pelas gerações.

Introdução

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Fora da ficção, é nítido que a sociedade brasileira não valoriza a herança africana presente desde a histórica formação nacional. Essa problemática de invisibilidade decorre da mentalidade colonial eurocêntrica, bem como da lacuna educacional no tocante ao resgate da cultura afro-brasileira.

Introdução

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Dado o exposto, pode-se considerar a persistência de ideais eurocêntricos como empecilho para o reconhecimento do vasto legado africano no país, uma vez que tais formas de conhecimento são estigmatizados em detrimento da valorização dos costumes hegemônicos dos colonizadores.

Desenvolvimento I

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Tal questão pode ser verificada sob o conceito de "racismo estrutural" pelo antropólogo Silvio Almeida, em razão da naturalização do racismo em diversas esferas, a exemplo da linguagem e do uso de expressões como "magia negra" para vincular um sentido negativo ao que é negro.

Desenvolvimento I

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Dessa forma, o pensamento de desvalorização da herança africana se materializa no cotidiano, conforme denunciado por Almeida, e distancia a nação do desejo de aprender acerca dos costumes e valores africanos, ao atribuir estereótipos de desqualificação a esses saberes, o que aprofunda  o óbice. 

Desenvolvimento I

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Além disso, é notório a falha educacional brasileira no que se refere ao resgate da cultura afro-brasileira, presente em canções, ritmos, festas populares e diversas manifestações importantes para o patrimônio nacional.

Desenvolvimento II

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Nesse viés, embora a Lei de Diretrizes e Base preconize o ensino obrigatório da história africana no ambiente escolar, ainda há uma escassez de programas nesse âmbito, na medida em que observa-se um amplo desconhecimento acerca das grandes personalidades negras ou de suas origens (como o escritor Machado de Assis, muitas vezes representado como branco), bem como heroísmo dos abolicionistas, a exemplo do advogado Luiz Gama.

Desenvolvimento II

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Dessa maneira, elementos culturais, como a literatura negra, são esquecidos por parte da população, o que destoa da proposta memorialística da LDB. 

Desenvolvimento II

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Portanto, é preciso reconhecer e valorizar a herança africana no Brasil. Para isso, o Governo Federal, em parceira com as secretarias estaduais de educação, deve ampliar as campanhas de valorização da cultura africana, [...]

Conclusão

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 [...] sob um viés afrocentrado por meio de votação entre deputados e senadores – responsáveis pela aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) – com a finalidade de combater a visão eurocêntrica presente na sociedade, promovendo o aprendizado da história sob a ótica dos afrodescendentes.

Conclusão

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Ainda, cabe ao Ministério da Educação, como responsável pela elaboração de políticas públicas de educação, fomentar palestras socioeducativas, ministradas por pedagogos negros, nas instituições escolares, a fim de disseminar o conhecimento acerca do inestimável legado africano na história e na cultura do país.

Conclusão

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Nessa perspectiva, o panorama diverso destacado em "Torto Arado" será devidamente valorizado pela sociedade brasileira. 

Conclusão

Anna Beatriz  Rebouças

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