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Entenda a nota superior a mil do Enem 2015

Pela primeira vez, 13 estudantes acertam as 45 questões de matemática e tiram mais de mil pontos na prova

Por por Mariana Nadai
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h56 - Publicado em 22 jan 2016, 14h19

Pela primeira vez na história do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 13 candidatos obtiveram mais de mil pontos em uma das áreas do conhecimento. Ao acertarem todas as 45 questões que compõe a prova de matemática, esses estudantes conquistaram 1.008,3 pontos, a nota mais alta já vista no exame – até então, a pontuação mais alta havia sido a do Enem 2014, quando alguns candidatos pontuaram 973,6 também na prova de matemática.

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O resultado foi destaque no anúncio feito no último dia 8 de janeiro, pelo Ministério da Educação, sobre a nota do Enem e surpreendeu a maioria dos estudantes que fizeram o exame. Nas redes sociais, muitos candidatos não entendiam como era possível tirar uma nota superior a mil, uma vez que para eles, cada prova podia valer até 1.000 pontos.

A verdade é que as provas podem valer mais do que isso. “Ninguém disse que as provas do Enem podiam valer só até mil pontos. Em algum momento, desde 2009 quando o MEC adotou o TRI (Teoria de Resposta ao Item) para o Enem, alguém deve ter dito isso e ficou no imaginário das pessoas. Até porque, essa nota superior a mil ainda não tinha aparecido”, comenta o professor Dalton Francisco de Andrade, do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em TRI.

Como lembrou o professor, a única prova que tem essa variação de zero a mil é a redação, a qual não usa a TRI, mas para as demais, não existe isso. Inclusive, as notas das áreas de conhecimento não são fixas, podem variar de acordo com a prova. “O máximo e o mínimo nas provas das áreas de conhecimento dependem dos tipos de questões que compões as provas, das dificuldades dessas questões, das proficiências cobradas. Não existe padrão”.

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Notas máximas e mínimas do Enem (2009 a 2015)
  Matemática Ciências Natureza Ciências Humanas Linguagens
  Min. Max. Min. Max. Min. Max. Min. Max.
2009 345,9 985,1 263,3 903,2 300,0 887,0 224,3 835,6
2010 313,4 973,2 297,3 844,7 265,1 883,7 254,0 810,1
2011 321,6 953,0 265,0 867,2 252,8 793,1 301,2 795,5
2012 277,2 955,2 303,7 864,9 295,6 874,9 295,2 817,9
2013 322,4 971,5 311,5 901,3 299,5 888,7 261,3 813,3
2014 318,5 973,6 330,6 876,4 324,8 862,1 306,2 814,2
2015 280,2 1008,3 334,3 875,2 314,3 850,6 302,6 825,8

Fonte: Inep

Mas afinal, o que quer dizer o acerto desses estudantes? Será que a prova está mais fácil ou esses estudantes que se destoam dos demais? Procurado pelo GUIA DO ESTUDANTE, a assessoria do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais) diz ainda ser cedo para tirar qualquer conclusão e que ainda não fizeram nenhuma tipo de avaliação sobre futuras mudanças no exame, frente ao ocorrido.

Já para o professor Dalton, a façanha desses 13 estudantes não será caso isolado e deve ser um ponto de atenção para o MEC. “O Enem está sendo usada usado cada vez mais para selecionar estudantes em cursos bastante disputados. Isso mostra que pessoas mais bem preparadas estão fazendo a prova. Acredito que o MEC terá que aumentar a dificuldade da prova. Terão que explorar mais questões com diferentes proficiências, para conseguir selecionar melhor os estudantes”, afirma o professor.

Vale a pena ressaltar que provas mais fáceis, faz com que mais pessoas acertem as questões, mas isso não eleva a nota do exame. Uma prova mais fácil possui questões mais fáceis, ou seja, com valores menores, o que faz com as notas máximas sejam menores também. As notas máximas e mínimas de uma prova já estão pré-estabelecidas quando a prova é montada, de acordo com as questões que estão lá postas.

Como funciona a TRI?
A partir do desempenho dos participantes, o Inep constrói uma escala de notas máximas e mínimas que permite ao aluno comparar seu desempenho com o dos demais estudantes.

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Para o cálculo da nota, leva-se em conta não apenas o número de acertos do candidato, mas também o nível de dificuldade de cada item. As perguntas são divididas previamente em grupos: fáceis, médias e difíceis. Elas estão misturadas ao longo da prova e não estão sinalizadas, o estudante não sabe qual questão pertence a qual grupo.

Através de métodos estatísticos, a TRI analisa as respostas do aluno: se constata que ele errou muitas perguntas da categoria "fácil" e acertou muitas perguntas da categoria "difícil", considera o fato estatisticamente improvável e deduz que ele teve acertos casuais e não consistentes. Desta forma, a média do aluno que chutou não sobe tanto quanto do aluno com acertos consistentes.

No final, a nota não depende apenas do valor absoluto de acertos. Depende também da dificuldade das questões que se acertou ou errou.

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