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As espécies que desapareceram pela ação da humanidade

A extinção da fauna e da flora é um processo natural, mas as ações do homem aceleram o ritmo em até mil vezes

Por Jennifer Ann Thomas
Atualizado em 21 dez 2022, 12h13 - Publicado em 19 nov 2021, 13h46

Ao longo de milhões de anos, diferentes tipos de seres vivos surgiram, se desenvolveram e desapareceram da face da Terra. Sim, os dinossauros existiram de verdade, habitaram este planeta e foram extintos. Os fósseis ficaram por aí para contar essa história. A extinção de componentes da fauna e da flora é um processo natural que faz parte das mudanças pelas quais a Terra passou desde o começo de sua existência. Conforme as características do planeta mudam – como durante as Eras do Gelo, que fizeram com que o planeta fosse muito mais gelado –, as espécies que não se adaptam, não sobrevivem. Contudo, a extinção impulsionada pelas ações humanas não é um movimento natural.

Atualmente, estima-se que existam no mundo 8,7 milhões de espécies de animais e plantas. Há estudos que mostram estimativas dramáticas: entre um milhão e dois bilhões de espécies de animais, vegetais, fungos e bactérias podem ter sido dizimados pelas ações humanas. Em comparação com outros períodos, o homem acelera o processo natural de extinção em até mil vezes. Todos esses dados indicam que a Terra pode estar em meio à Sexta Extinção, sendo que esta é a única a ser causada pela ação de uma espécie específica – a nossa. Veja a seguir alguns bichos que desapareceram da face da Terra:

Dodô

Ilustração de um par de pássaros Dodô bebendo em um rio.
Ilustração de um par de pássaros Dodô bebendo em um rio. A espécie foi extinta em 1681. em 1681 em 1681 (Daniel Eskridge/Getty Images)

Um pombo gigante. Essa talvez seja a descrição mais fácil para imaginar como era o dodô (Raphus cucullatus), ave de plumagem cinzenta com uma grande cabeça e que se tornou símbolo da ilha de Maurício, no Oceano Índico. Ele se tornou popular depois de ser extinto, principalmente por figurar no livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, em 1865. Além disso, a ave se tornou um símbolo do potencial de destruição causado pelas pessoas quando as ações ocorrem de forma gananciosa. O animal foi registrado pela primeira vez no século 16 e o último espécime conhecido foi visto em 1681. O pássaro, que não possuía a capacidade de voar, pesava pouco mais de 20 quilos e não tinha predadores naturais. O dodô foi caçado até desaparecer do mapa, uma vez que sua carne era uma fonte rápida e fácil de alimento para exploradores. Além disso, com a chegada de mais navios ao seu habitat natural, a introdução de animais como porcos e ratos dificultou sua sobrevivência. 

Vaca-marinha-de-steller

Vaca-marinha-de-steller caçada por homes
Após intensas caçadas, a Vaca-marinha-de-steller foi extinta por volta de 1770. (Pinterest/Divulgação)

Em 1741, a vaca-marinha-de-steller (Hydrodamalis gigas) foi descoberta pelo naturalista alemão Georg W. Steller. Esse mamífero ocupava as áreas costeiras das Ilhas Comandante, perto da Rússia, e podia medir até dez metros e pesar até dez toneladas. Grandes e dóceis, as vacas-marinhas-de-steller tinham dificuldade para submergir, o que as transformou em alvos fáceis para caçadores de focas, que precisavam de alimento durante suas longas jornadas pelo mar. A espécie foi totalmente extinta perto da década de 1770.

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Tigre-da-tasmânia

Ilustração de um Tigre-da-Tasmânia
Ilustração de um Tigre-da-tasmânia extinto em 1936. (Shane Walker/Getty Images)

O tigre-da-tasmânia, também conhecido como lobo-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus), era considerado o maior carnívoro marsupial do mundo e podia ser encontrado na Tasmânia, estado insular australiano, em outras regiões continentais da Austrália e na Nova Guiné. Noturno, ele tinha a aparência de um canídeo grande e contava com uma bolsa abdominal semelhante à dos cangurus. Rapidamente, a caça excessiva, além da destruição de seu habitat e da introdução de doenças até então inexistentes na região, levou à extinção oficial do animal em 1936. Em setembro deste ano, o Arquivo Nacional de Filmes e Som (NFSA) da Austrália divulgou um vídeo inédito do último animal vivo da espécie, que foi filmado enquanto estava em um zoológico. As imagens foram gravadas pelo naturalista David Fleay em 1933. De acordo com o NFSA, “Fleay, um conservacionista que promoveu a criação de espécies ameaçadas de extinção em cativeiro, foi mordido nas nádegas depois de rodar o filme”.

Auroque

Auroque
Os chifres do Auroque servia de troféu de caça. O animal foi extinto em 1627. (Pinterest/Divulgação)

Até o gado tem uma ancestralidade. O auroque (Bos primigenius), espécie de bovino que habitou a Europa, a Ásia e o norte da África, também foi levado à extinção pelas atitudes desregradas do homem. Ancestral do gado doméstico que conhecemos hoje, ele media cerca de 1,80 metro e tinha grandes chifres, que serviam como troféus de caça. O auroque era conhecido por seu temperamento agressivo, um dos motivos que serviram de incentivo para que fosse caçado extensivamente. O último espécime morreu no ano de 1627, na Polônia.

Mamute-lanoso

Arte gráfica de um mamute-lanoso extinto há cerca de 7,5 mil anos.
Arte gráfica de um mamute-lanoso extinto há cerca de 7,5 mil anos. (Science Photo Library - LEONELLO CALVETTI/Getty Images)

Em alguns casos, a ação do homem foi combinada com fatores naturais para levar à extinção de uma espécie. É o caso do mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), mamífero gigantesco que viveu durante a última Era do Gelo e sumiu do planeta há cerca de 7,5 mil anos. Diferentes hipóteses foram levantadas para explicar a extinção da espécie, sendo que uma das linhas defende que o homem pode ter sido a principal causa para dizimar o animal. Em 2012, um estudo publicado na revista Nature Communications contestou a ideia de uma extinção brutal e mostrou que o desaparecimento da espécie pode ter acontecido de forma gradual, motivada pela caça e também por mudanças do clima e da vegetação. 

Flora ameaçada

Além dos animais, plantas foram um grande alvo de exploração pelo ser humano ao longo dos anos. Desde a década de 1750, o homem causou a extinção de quase 600 espécies vegetais, provocando seu sumiço a uma velocidade 500 vezes maior do que a natural. Um exemplo é o sândalo de Juan Fernández (Santalum fernandeziaum), vegetal típico das ilhas Juan Fernández, próximas ao Chile. A espécie foi registrada pela última vez em 1908 pelo botânico sueco Carl Skottsberg. A extinção foi resultado da exploração da planta por causa da madeira aromática. A oliveira de Santa Helena (Nesiota elliptica), parte da flora da Ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico Sul, também não existe mais. A primeira descrição da espécie data do século XIX. O último espécime cultivado morreu em 2003 em decorrência de uma infestação de cupins e infecções fúngicas. 

Nesse ritmo, muitas espécies desaparecerão nos próximos anos. Há 66 milhões de anos, um asteroide atingiu a Terra e causou a extinção de 75% das espécies vegetais e animais. Já há 252 milhões de anos, o aquecimento global fez com que 95% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres desaparecessem. Se o futuro que nos aguarda for parecido, o cenário é mais do que alarmante.

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